Capítulo Um.

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  Hoje é o dia em que eu irei conhecer o meu  noivo, isso mesmo, meu noivo no jantar, chego até a dizer essa frase em tom baixo. Isso soa tão estranho, nunca quis me casar, tentei convencer meus pais de que nao queria me casar, mas eles me disseram que era a Água que decidia com que eu me casava e quando eu me casava, agora, aqui estou eu, nadando para o jardim secreto, para convencer a Água a mudar isso, porque, se alguém pode algo, pode crer, esse alguém é Ela.

— Coriane minha filha, porque você tem que ser tão difícil? — A Água fala na minha cabeça.

— Ora, descubra por si mesma, ou melhor! Cancele o casamento! — Respondo a Água.

— Qual o motivo de tamanha fúria minha amada?

— Aproveite que você já está na minha cabeça e de uma olhada sobre o que eu penso sobre isso. — Penso revoltada.

— Não quero invadir muito o seu espaço... — A Água diz e eu reviro os olhos.

— Você já invadiu.

— Coriane, não haja assim, não gosto que a minha filha fale assim comigo,você sabe que o casamento é necessário e você sera muito feliz, acredite. — Quanta baboseira.

— Coriane? — Sinto a Água sair da minha cabeça e percebo que quem falou isso não era à Água.

  Procuro pelo jardim quem me chamou.

— Quem está aqui? —  Pergunto.

  Logo um garoto aparece de trás de uma árvore.

— Vim aqui para relaxar.

— Ah. — Respondo sem um pingo de ânimo.

Ele se senta no banco que eu estou sentada me encara por alguns segundos e solta um sorriso.

— Estava conversando com a Água? —  Olho para ele assustada tentando compreender como ele sabe que eu estava conversando com a água.

— O que? Como você sabe que eu estava falando com a Água? Eu falei alto? — Ele dá uma risada.

— Não, é que eu acho que ninguém revira os olhos do nada. —  Ele estava me espionando?!

— Você estava me espionando?!

  Alguns segundos de silêncio entregam ele.

— Eu vi você saindo do salão de jantar e fiquei curioso para saber onde você iria... Então decidi te seguir...

— Não é uma boa idéia me seguir.
— Fecho a cara demonstrando claro desconforto.

— Porque não? — Ele sorri com absurda graciosidade.

— Ora! Porque eu posso fazer isso. —  Olho para frente um redemoinho de água começa a se formar, o redemoinho fica cada vez maior e mais alto.

— E eu isso. — Felipe diz isso, me puxando rapidamente e o redemoinho explode. Se não fosse o braço dele eu estaria do outro lado do jardim, severamente machucada. Encaro ele impressionada e sinto uma ponta de tristeza ao perceber que eu não teria chances de lutar com ele.

— Não me choca  — Deixo meu semblante frio demonstrando apenas tédio.

— Se você quiser eu te ajudo. — Ele fala.

— Não. Muito obrigada. — Me levanto com um sorriso levemente sarcástico e saio do jardim. Como eu esperava, o garoto me segue.

— Você pode voltar para seus afazeres no palácio. — Ele deve ser mais um dos filhos do Capitão da guarda do palácio, não é a primeira vez que um dos filhos dele vem tentar "testar minhas habilidades com a água", esse garotos acham que não sou digna da coroa e ficam me desafiando apenas para me humilharem, hoje não estou com paciência pra tamanha tolice.

— Ah não, os afazeres não tem graça. 

 Ele ri freneticamente, deve estar achando que sou uma palhaça para rir tanto.

— E por acaso eu sou mais importante que os afazeres?— Esse garoto não vai dizer que sou mais importante que seus afazeres ou se demonstrará fraco.

— Claro que não, mas, estou me divertindo com você. — Já que ele quer diversão é isso que ele terá.

  Rapidamente crio uma enorme esfera aquática e explodo ela. O que faz o garoto ir parar no final do corredor. Não penso muito e faço um paredão de água a minha frente que embaraçam a visão que ele teria de mim, não penso muito e nado rapidamente para sair desse enorme corredor e despistar ele pelo palácio, é o único jeito de despistar ele e eu ter paz, conheço bem esse tipo de gente petulante.
   Eu estou nadando a toda velocidade, mas parece que eu estou lenta. Claro, ele mandou uma correnteza contra mim, agora eu estou nadando para trás estou indo até ele, eu mando outra  correnteza contra a dele para eu não ser levada pela dele,infelizmente ele é mais forte e consegue me trazer até ele.

— Você achou mesmo que daria certo tentar me derrubar?

  Ele solta uma risada e me trás para mais perto dele, eu formo diversas esferas de água para lançar contra ele mas ele faz todas sumirem, enfim eu desisto.

— Você resiste ein?! — Ele diz com um sorriso vitorioso, e sorrio de novo para ele tristemente. Quando a correnteza dele para de me pressionar, eu aproveito e mando mais umas das minhas bombas aquáticas e em segundos eu sumo da visão dele, garoto petulante.

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