Verdades Ocultas - Part I

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Aproveitando as belas praias da Califórnia, e pegando um bronze de dar inveja por conta da minha pele já naturalmente bronzeada, eu apenas observava Cassie incansavelmente dar em cima do meu guarda-costas. Eu não gostava de me referir à ele desse modo porque nós tínhamos um relacionamento mais de amigos-irmãos do que um estritamente profissional.

David Tanaka, ou apenas Dave, era um rapaz de descendência asiática, mas na verdade ele era americano. Ele era bonito e tinha um corpo definido, o que arrancava belos suspiros de todas as minhas amigas, principalmente de Cassie, mas ele não dava a mínima para elas, não sei se isso se devia ao fato delas serem menor de idade ou se ele poderia ser gay, essa última eu duvido mas nada é impossível.

    Bem, não me perguntem porque eu tenho um guarda-costas desde os meus sete anos de idade, até porque eu não sei a necessidade disso. Na verdade eu sei, mas nunca tive a confirmação. Abe Mazur, meu pai, era um homem de negócios, mas segundo as más línguas ele também era uma espécie de mafioso, o que é uma mentira pois se fosse verdade a polícia já teria nos investigado e isso nunca chegou a acontecer, mas porra, meu pai também apenas intensificava esses boatos enchendo a casa de seguranças e botando um guarda-costas a minha disposição 24h por dia nos últimos dez anos.

Quanto a minha mãe, Janine Hathaway, ela trabalhava em uma empresa que consumia muito o tempo dela. Ela chegava a passar até duas ou três semanas sem pisar em casa, não que o meu pai fosse diferente, mas ele não era tão radical quanto a minha mãe. Apesar de tudo, isso não me afetou muito, mas eu fui praticamente criada pela governanta da minha casa, Ana Badir, uma mulher turca que nem o meu pai. Eu não odiava a minha mãe ou algo do tipo, até porque ela fez de tudo para estar presente, mas isso não me impedia de esfregar na cara dela o quanto ela era ausente, então por isso nós tínhamos um relacionamento meio complicado que se resumia em brigas em um dia e no outro uma ida ao shopping fazer coisas de mãe e filha. Já com o meu pai era meio diferente, ele tentava cobrir o buraco da sua ausência, mesmo que ela fosse mínima, com presentes caros e um cartão de crédito com um limite altíssimo.

Não vou ser hipócrita e dizer que eu odiava que ele fizesse isso porque na verdade eu não odiava, eu até aproveitava e sempre deixava claro que ele não era um pai ausente. Apenas parecia que nós não tínhamos perdido aquele laço de pai e filha. O mesmo eu não podia dizer da minha mãe, talvez por eu precisar mais dela do que dele. Mas ok, a vida é assim, semana que vem ela chega de viagem e aí poderemos brigar e depois fazer as pazes, como uma mãe e filha normal.

    Deixando os meus pensamentos de lado, eu me virei para Ashton, um querido amigo - e um dos poucos verdadeiros que eu tinha - e chamei a sua atenção, pois ele parecia estar dormindo na outra espreguiçadeira.

  -Ei, acorde! - Eu o cutuquei e vi ele abrir os olhos por de trás dos óculos escuros - Vamos entrar na água.

    Ele passou poucos segundos me xingando mas depois concordou e nós fomos correndo para o mar, que era onde Dave e Cassie estavam. Meu segurança me olhou com uma feição aliviada, certamente já não aguentando mais os flertes da minha amiga. Depois de um tempo no mar, Dave decidiu que nós devíamos voltar pois já ia escurecer.

Bufando de raiva eu não tive outra opção e o segui para o carro. Eu nunca vou entender essa obsessão que os meus pais, e principalmente Dave, tinham que eu não podia sair de noite. As vezes não tinha jeito e eu tinha que sair depois das 19h, mas eu sempre notava Dave bem mais atento a tudo e a todos durante a noite, ele até se mostrava tenso, e durante algumas festas, ele sumia por um tempo e até voltava machucado, e ele sempre dizia que era briga com algum idiota bêbado, e muita das vezes eu nem percebia pois estava bêbada demais.

  -Acho que o seu pai chega de viagem hoje. - Ele disse ligando o carro e dando a partida.

  -Uh então vamos logo senão o velhote vai ficar irritado se nos atrasarmos para o jantar - Eu disse animada - Minha mãe chega semana que vem, então vamos aproveitar os poucos dias de paz que temos naquela casa.

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