Pack yourself a toothbrush dear
Pack yourself a favorite blouse
Take a withdrawal slip, take all of your savings out
Cause if we don't leave this town
We might never make it out
Sleep on the Floor - The Lumineers
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Os dois haviam conseguido entrar na casa, por muito pouco. Tinha uma pequena janela no porão, suficiente para uma pessoa passar.
O local estava cercado, com faixas e cones, alguns policiais vigiavam para que ninguém entrasse, mas não pensaram em vigiar a parte dos fundos, assim como não imaginaram que alguém tentaria entrar na casa pela pequena janela.
Sammy subiu as escadas para a casa, enquanto Jamie olhava para tudo aquilo, aflito. O porão era pequeno, mas havia muita coisa ali, um violão sem as cordas, um espelho com uma grande rachadura de uma ponta a outra, bonecas velhas e quebradas em uma estante empoeirada, entre muitas outras coisas. O garoto parou de analisar o local e seguiu pela escada, atrás de Sammy.
Estavam no quarto dela, que pegava algumas coisas aleatórias e colocava na mochila. Suas mãos tremiam, e sem querer ela deixou cair um frasco de perfume no chão, o vidro se partindo para todos os lados. Olhou para Jamie, e ambos pensavam se o barulho seria suficiente para chamar a atenção de alguém. Olhou pela janela, mas não conseguia ver a frente da casa de lá, então pôs a mochila nas costas e saiu rapidamente, com o garoto a seguindo, nervoso.
- Só preciso pegar mais uma coisa - sussurrou entrando em outro quarto - Vigie a porta.
Jamie olhava para a escada abaixo, quando notou um barulho de descarga vindo do cômodo ao lado.
-Sammy - E a garota já saía do quarto.
-Tudo bem, vamos.
Desciam o primeiro degrau quando o homem surgiu, alarmado.
-O que estão fazendo aqui? - Questionou, fitando-os com seus pequenos olhos.
Correram escada abaixo, aos gritos e tropeços, enquanto o homem chamava por reforços e os seguia.
-Por aqui - Disse enquanto puxava Jamie, o arrastando em direção a porta dos fundos.
Se atrapalhou ao tentar girar a chave, as mãos estavam suadas e tremiam, e os policiais estavam muito perto.
O garoto pálido e desesperado a empurrou e girou a chave, abrindo a porta agilmente.
Correram como nunca pelo gramado, com os gritos e ameaças dos homens ficando para trás.
Se foram por onde vieram, uma pequena falha na cerca de madeira dos fundos, que dava para uma estrada de terra.
O coração palpitava como nunca, o suor pingava pelo rosto, enquanto corriam desenfreadamente pela estrada, como maratonistas, sem parar por 20 minutos, até quando os policiais já haviam ficado para trás, então pararam e encostaram em um pé de manga imenso que havia ali.
-Meu - Pausa para respirar - Deus. - Jamie tinha uma camisa ensopada de suor, e o rosto palido, parecia ter corrido por quilômetros de um fantasma.
Sammy sorria.
Então ele a olhou. O coque havia soltado, e seu cabelo estava uma bagunça total, o rosto muito vermelho, mas ela sorria. E era a primeira vez que via aquele sorriso. E numa mistura de susto com nervoso, sorriu também.
E os dois estavam ali, um muito pálido, uma muito vermelha, descabelados, suados, aflitos, e sorrindo um para o outro.
-Você é inacreditável - Riu Jamie, a adrenalina se esvaindo do corpo e dando lugar ao cansaço.
Se levantaram depois de algum tempo de descanso, e seguiram caminho, sem saber exatamente para onde ir.
-Quando você vai dizer que seu pai ou seus tios tem uma cabana no meio da floresta que não usam? - Questionou a menina.
-Na verdade eles até tem. Mas eles moram lá, então não dá.
- Meu Deus, o que a gente faz? - Ela parou - Precisamos pensar em alguma coisa, já ta quase anoitecendo.
E realmente já estava. Eram cinco e meia da tarde, o sol estava se pondo.
-Eu não sei - Constatou de uma forma triste.
E ela continuou parada ali, no meio da estrada de algum bairro qualquer, com casas modernas e bonitas, parecendo analisar as opções deles.
-Okay. Quanto você tem? - Perguntou.
-Peguei todo o dinheiro que achei na gaveta do meu pai, provavelmente uns 300 dólares.
-É suficiente, eu tenho mais alguma coisa, pelo menos hoje vamos alugar um quarto em algum hotel barato para passar a noite, e aí pensamos no dia seguinte. Certo?
-Tudo bem.
Então continuaram andando, ambos conheciam um pouco a cidade, e tinham ideia de onde encontrar um lugar.
Pararam em um pequeno hotel antigo, com paredes descascadas. Nada convidativo, mas seria o suficiente.
Conversaram com o recepcionista, um homem alto e magro, com uma barba rala e cabelos negros. Concordaram em alugar só um quarto, para economizar dinheiro.
Subiram as escadas do velho hotel, que obviamente não teria um elevador, e foram para o segundo andar, carregando a chave do quarto de casal número 17.
Ao abrir a porta, viram uma cama grande, uma mesa e cadeira em um canto, e uma pequena cômoda, o quarto também contava com um banheiro separado.
Suspiraram aliviados, ao ver que seria suficiente, e muito bem vindo no momento.
Sammy pegou uma roupa qualquer e foi direto ao banheiro, suas roupas suadas estavam coladas ao corpo e causavam um desconforto imenso. O banho relaxou seu corpo e a fez sentir o cansaço do dia agitado que tiveram.
Saiu com a aparência renovada, e Jamie foi tomar seu banho.
