HOLDEN MARLOWE.
A verdade é que o garoto nunca foi compreensível. Ora brigava com seu pai sobre ir para uma escola de "heróis", algo que ele nunca foi, e seu pai também não, mas ora estava caminhando agora mesmo por uma estrada quase deserta onde diziam que havia um ponto de ônibus. A estrada era sombria. Já visitou toda a cidade, mas nunca havia encontrado nada parecido com a estrada onde estava. Tudo era deserto. Tinha certeza de que nenhuma alma viva havia passado por ali durante anos, morado ali. Pelo menos ele não moraria, não com tamanha desconfiança do lugar.
Caminhando mais a frente, avistou um jornal no chão, qual agarrou e levou em direção aos seus olhos. Nele havia uma imagem pouco velha de seu pai segurando uma plaquinha com o que devia ser "REWARD!", mas o W estava tão embaçado que mal conseguia ver. Seu pai sorria, o que fez Holden sorrir também, tragando com toda sua força o cigarro de seus lábios. Sussurrou o que devia ser um "eu te levaria à polícia se você valesse minhas mãos em você, bundão de merda" e logo desviou seu olhar para a estrada novamente.
Por vez, notou que mais a frente da estrada, estava uma estação de ônibus com o que deviam ser 24 adolescentes, alguns mais velhos, outros mais novos, mas adolescentes. A estação não era triste como toda estrada, era alegre, cheia de vida, com diversas cores por toda região do ponto de partida. Algumas adolescentes liam quadrinhos, outras escutavam música, mas outra estava apenas sentada no chão contando cada um de seus dedos, enquanto os homens tragavam, ora olhavam para cima, ora para baixo.
Resolveu se aproximar, recebendo olhares de todas as partes possíveis, inclusive da garota que há dois minutos atrás estava contando seus dedos.
Estava atrasado, sabia disso. O silêncio era perturbador. Gostaria muito que um dos garotos estivessem gritando em agonia, mas estavam calmos, como se soubessem exatamente o que fazem, ou seja, nada.
Para tirá-lo de tamanha agonia, um ônibus também colorido, exatamente como o ponto, estacionou na frente dos jovens, já com as portas abertas. Um velho com calças que mais pareciam cuecas velhas de 1980 e barba rala pulou pela porta, ainda de pé, o que não só surpreendeu Holden, mas todos. Obviamente surpreendeu mais uma garota ruiva ao lado do garoto, com uma linda tiara de orquídeas em sua cabeça de cores estranhas e misturas entre flores e folhas. Esta batia palma para o velho senhor apenas por se manter em pé.
NARRADOR.- Meu nome é Astor, caso se interessem, e eu serei o guia de viagens de você por um longo período de tempo! - Alastor proferiu. A voz do senhor assustou a todos, seja por como era mais fina que o normal para um velho senhor, ou seja por como parecia que ele podia enxergar os pecados de cada um só pelo olhar.
O olhar de Alastor parou em um garoto de cabelos loiros que mastigava um chiclete que o velho senhor tinha certeza que todos já sabiam que era de menta pelo jeito que o mesmo mastigava.
- 'Tá olhando o quê, velhote? - O garoto estufou seu peito ao dizer, rindo por suas narinas e erguendo sua mão para o moreno ao lado, Riyad, qual bateu rapidamente na mão do loiro.
- Sr. Kent, não acho certo a maneira como fala com as pessoas mais velhas. - Astor o respondeu rapidamente, fazendo com que seus olhos abrissem e fechassem rapidamente, atraindo olhares curiosos para seus olhos e para a maneira como o velho chamou o garoto.
Chase, ainda com seu chiclete em seus lábios, passou a se aproximar rapidamente de Astor, cuspindo seu chiclete no chão, travando seu maxilar em um gesto assustador.
- Então além de um velho ridículo, ainda é espião? - O tom da voz do garoto não diminuía nem aumentava, continuava o mesmo tom, áspero, grosso, mandão. Astor era acostumado com isso, então apenas deu de ombros e subiu uma escada de seu ônibus, se virando para os jovens.
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The Chosen Ones
Teen FictionQuando a humanidade precisa dos heróis em um futuro muito próximo e eles estão indispostos a enfrentar qualquer ameaça devido a idade, o mundo agora precisa de novos heróis, os filhos.