Aos olhos de Gabriele

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Gabriele é um anjo cuja missão foi nascer...


Pequena Gabriele.

         Quando acordava pela manhã Gabriele via uma mulher muito bonita, penteando os longos
Cabelos loiros.
Gabriele a admirava.
Quando a jovem mulher percebia que estava sendo obsevada, estendia um lindo sorriso.

 No início Gabriele não entendia o porquê daquela mulher sorrir para ela, mas gostava muito e lhe devolvia o sorriso com outro maior ainda.
A mulher por vezes corria para junto dela e a beijava e abraçava, ela nao retribuía o beijo porque não sabia pra que aquela mulher a apertava tanto e sempre olhava para ela com os olhos brilhando, com um longo sorriso no rosto.

                                  [...]

Aos poucos Gabriele percebeu que os làbios da
Mulher também se movimentavam e ruídos saiam de sua boca.
 Mas que ruídos eram aqueles?
  Não eram simples ruídos, eram tão doces e carinhosos que as vezes faziam com que ela adormecesse até dormir.
A mulher lhe dava banho.
 A segurava para que não caísse e até adivinhava quando ela tinha fome e
Sede.
Se questionava como aquela mulher sabia tanto sobre ela própria.
Ela a colocava em um carrinho que carregava
com sigo sempre e tempos depois em uma cadeira, que a principio era estranha. Gabriele não gostava de ficar nela, mas com o tempo percebeu que lá podia dormir olhando para aquela mulher linda.

Meses se passaram e ela descobriu que já estava
Tão apegada aquela mulher que seu coração batia mais forte quando a via.
Via outras pessoas, mas nenhuma dessas pessoas a deixava tão feliz quanto aquela mulher a deixava.

Certo dia acordou em uma linda manhã de sol, abriu os olhos e não viu a mulher sentada penteando os cabelos como de costume. Nem se quer a penteadeira e o banquinho estavam là, logo percebeu que aquele não era o quarto da mulher, e sim outro mais colorido com muitos brinquedos.
Gabriele achou que era o fim.
 Nunca mais veria a mulher linda.
Então fez o que sempre fazia quando tinha fome e sono(chorou), mas agora era diferente porque era de saudade. Antes não tinha prestado atenção no quanto insurdecedor eram os ruídos que saiam de sua
propria boca, eram assustadores porque saiam de dentro dela mesma, em sua mente se formava uma pequena confusão. Imaginar não ver mais a mulher, fazia seu peito apertar cada vez mais, lágrimas alagavam seu rosto aumentando seu desespero.
De repente a porta se abriu e a mulher correu para abraça-la, tranquilizando assim seu pequeno coraçãozinho.

Gabriele pensou bastante e viu que aquela mulher significava muito para ela e não queria ficar longe dela nunca mais.

No dia seguinte...

Acordou e novamente não viu a mulher, mas não ficou triste e os ruídos não saíram de sua boca, pois ela sabia que a mulher viria assim que acordasse. Pouco depois ela chegou, como previra Gabriele.
 Ela vinha com um sorriso mais radiante e vários ruídos saiam de sua boca, Gabriele olhou bem para seus labios e entendeu o que ela dizia.
Como assim entendeu?
 Era como se sua audição tivesse sofrido uma transformação durante o sono, só não compreendia  o que aquelas palavras significavam, mas as ouvia perfeitamente.
Já não suavam como ruídos e sim como palavras, nitidas e audíveis palavras:

- Meu amor, você não chorou! já é uma mulher feita. Venha meu doce.

Aquelas palavras deveria ter um significado tão bom quanto ouvi-las.
Daquele dia em diante ouvia tudo que a mulher dizia com atenção e ficava feliz.
 Portas do entendimento se abriam e facilitavam a confusão de sua mente, e isso era bom.

                                  [...]

Os meses seguintes foram fantásticos.
Até que...

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