Adam olhou para o enorme cilindro à sua frente e piscou. Sentiu um vazio acompanhá-lo. Queria ter certeza de que os jovens estariam bem. Principalmente Ashley. Um peso o tomou, pois desde o início achava ter cumprido com seu trabalho, mas, pelo que a garota lhe dissera, não o fez. Lu'thyien já havia mostrado as caras em Toronto. O que o impediria de ir atrás dela novamente? Em Novael, ele podia fazer o que bem quisesse. Então, lembrou-se de que não lhes explicara sobre algo extremamente importante.
— Droga!
Começou a citar mentalmente as palavras que devia ter dito antes de irem. Nanotecnologia, sangue, atmosfera, força. Então parou.
— Por que é que eu tinha de esquecer? — expressou irritado. — Maldita mania. Só pode ser a idade. — Bufou e riu. — Tomara que já tenham descoberto as moedas nos bolsos das roupas.
Sem demora, deixou a câmara escondida para trás e a porta se fechou, tornando à parede de rochas. Algo incomodou o seu interior. Mas não seus sentimentos. Era mais. O seu sensor de perigo lhe dizia que alguém estava ali e que o esperava sair da caverna.
Caminhando lentamente sem fazer barulho algum, alcançou o canto oposto do local e, debaixo de uma das mesas, tirou um punhal. Em seu cabo branco havia um escrito em dourado. Era seu nome. Passando seu dedo sobre ele, lembrou-se do juramento que fizera ao empunhá-lo pela primeira vez. Viu seu rosto em detalhes refletido na lâmina impecavelmente limpa.
— Seja forte e bravo — repetiu para si. — O reino está em seu coração, e o povo está em suas mãos. Com este punhal, tudo será reescrito. E seus punhos serão a caneta.
Então, olhando fixamente para o punhal, guardou-o atrás de si. Sua mente calculava de forma absoluta tudo que faria a partir dali. Fechando os olhos, respirou fundo. O vento que vinha da boca da caverna não chegava por completo, significando que alguém o aguardava. Com um sorriso alastrando-se em seu rosto bem desenhado, avançou.
Um, dois, três passos. Antes de chegar na entrada, abaixou-se. Um braço magro que segurava uma pequena adaga lançou-se na sua direção. Acompanhando o movimento, antes de se levantar, segurou-o pela mão e o puxou, fazendo com que o corpo esquelético dele se chocasse contra a parede rochosa, deixando a lâmina de cabo vermelho cair. Já de pé, Adam usou seu peso contra o de seu oponente e, segurando seu ombro, desferiu-lhe um soco na mandíbula, derrubando-o.
Sem demora, o parrudo trouxe o loiro para si, atacando-o por trás e o obrigando a cambalear enquanto o prendia pelo pescoço. Adam segurou o antebraço que o impedia de respirar e, com força, abaixou-se, se livrando dele e torcendo o braço do homem em seguida. Já livre, empurrou o adversário pelas costas contra o outro lado das rochas. Ele chocou-se com força, caindo para o lado com a mão na cabeça. Seus grunhidos incomodavam.
O magro correu até Adam, mas antes que pudesse alcançá-lo, tropeçou na rasteira que recebera, indo de encontro ao chão e deixando cair a seringa que acabara de agarrar. O loiro aproveitou a oportunidade e, pegando o item, enterrou a agulha no braço do maior, que tentava se levantar lentamente. Girando nos calcanhares, acertou o nariz do magrelo, e em seguida levou sua cabeça de encontro à parede, desta vez deixando-os finalmente desacordados.
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Novael (VOL. 1) - O Conto de um Reino Perdido | EM BREVE DISPONÍVEL IMPRESSO
FantasyNovael não é apenas a história de um Reino desconhecido para lhe manter acordado durante a noite. Não é mais uma aventura onde as coisas são previsíveis, tampouco lineares. E se o tempo envolvesse cada detalhe, e desse uma pitada de mistério à medid...