O dia na lanchonete foi muito divertido, compartilhamos muitas coisas (inclusive sorvete).Depois daquele dia, William não desgrudava de Maju, e Maju não desgrudava do Will. Ele já não aparecia mais em minha casa sozinho, sempre estava na companhia dela, o que não me incomodava, pois já éramos muito amigas. Eu já havia perguntado várias vezes a ele o porquê que ele não conversava mais comigo como antes e era sempre a mesma resposta: "Deixa de drama menina" "Para de exagerar". Mas não era drama, e eu não estava exagerando!
Era uma manhã normal, mais uma vez eu iria sozinha para a escola, já que Will já não se importava mais em me acompanhar, saio de casa como de costume quando me deparo com viaturas e ambulâncias em volta da casa de Will. O que estaria acontecendo? Fui logo perguntar ao policial mais perto.
- O que está acontecendo? - pergunto preocupada
- Isso não é da sua conta mocinha, você não deveria estar na escola? - ele me olhou como se eu fosse apenas uma garotinha curiosa, eu sei que sou, mas.
Não me aguentei de raiva por sua resposta, joguei minha mochila no chão e corri para dentro da casa de Will.
- Segurem ela, isso é uma cena de crime! - o policial gritou, mas a essa altura eu já tinha visto tudo.
A casa estava uma zona, copos e bebidas espalhados pelo chão da sala, cacos de vidro quebrado em todo o chão, sangue. Avistei apenas Thomas conversando com sua mãe, consegui apenas ouvir um pouco da conversa "Não fique assim mãe, vai dar tudo certo, foi apenas um engando." quando o policial chegou e começou a gritar comigo me puxando: "Está louca de entrar aqui garota?". Rapidamente Thomas viu o que estava acontecendo e falou.
- Está tudo bem, deixe ela, eu a conheço.
Senti um aperto em meu coração e minhas lágrimas começaram a cair.
- O que está acontecendo Thomas? Onde está William, Eduardo.. Antônio? - falei desesperada.
- Fique calma, vou te explicar o que aconteceu, mas não aqui, pode ser na sua casa? Não aguento ficar nem mais um pouco aqui.
Pegamos minhas coisas que estavam jogadas no jardim e fomos em direção a minha casa, onde ele começou a explicar.
-Você sabe que ontem demos uma festa né?
-Sim sim, e eu avisei que não poderia ir pois teria a festa da Marcella. - falo, aflita.
- Eu também não poderia ficar pra festa, eu e a Marcella somos muito amigos, você sabe. Lembra quando eu estava falando com você na festa e recebi uma ligação?
Começo a lembrar do que aconteceu no dia anterior. Eduardo e William organizaram uma festa no mesmo dia da festa de uma amiga minha e do Thomas. Então eu fiquei de ir com o Thomas, e fomos, o que aconteceu lá não importa nesse momento, mas ele recebeu uma ligação e nós ignoramos, pois estávamos, vamos dizer, nos divertindo. Não me lembro mais de nada, apenas de quando Fernando, primo de Marcella, estava me deixando em casa, eu estava bêbada de sono. Me recordo do som de sirenes mas naquele momento eu só queria me deitar e dormir.
- Era minha mãe. A festa deles estava ótima, mas aí começou uma confusão entre William e um cara que estava com a Maju, algo assim. Foi quando a festa acabou, William pediu que todos fossem embora, menos o cara e a Maju. William nunca foi alguém de brigar, mas ele parecia estar gostando dessa menina. - ele suspirou.
- É, eu percebi isso.
- Mas alguns garotos insistiram em ficar, não queriam que William brigasse. A maioria das pessoas já haviam ido embora. Foi quando o cara mostrou uma arma e apontou pra ele, e aí começou a confusão.
- O QUÊ? - Me levanto - Cara, ele tá bem??? - as lágrimas saem facilmente.
- Sim, calma - ele pega minha mão - mas a Maria Júlia, não. - ele abaixa a cabeça.
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O garoto da casa ao lado
RomanceÉ tudo muito estranho quando você muda de casa, principalmente quando você descobre que tem três vizinhos iguais.