Capítulo 1

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Liza•

- Venha, eu te ajudo. - estendi a mão para ele.

- Eu não preciso de sua ajuda. Vá embora!

- Mas é claro que precisa. Não está nem conseguindo se levantar sozinho. - agarrei seu braço e o puxei para que se levantasse. Agora que estava na minha frente, olhei para seu rosto. Estava todo machucado e com alguns cortes perto dos olhos e da boca, seu nariz sangrava um pouco. Ele tentou dar alguns passos, mas mancava muito, então peguei seu braço e passei pelos meus ombros para que se apoiasse. - Temos que cuidar de você, está todo machucado.

- Me deixe ir embora, estou ótimo! - ele disse zangado, não entendi porque, eu o estava ajudando.

- Você está todo machucado! Não percebeu isso ainda? Temos que cuidar de você. Eu tenho um pequeno kit de primeiros socorros. Mas está no meu esconderijo. Você não pode contar para ninguém. - eu terminei sussurrando.

- Então me deixe ir embora de uma vez! - ele se soltou de mim e começou a caminhar.

Como estava mancando, acabou tropeçando numa pedra que não havia visto e caiu. Eu dei risada e vi que me olhou com raiva, então fiquei quieta.

- Da para parar de dar risada e me ajudar? - disse, mais zangado ainda.

- Agora quer minha ajuda? - perguntei com um sorriso no rosto. Estendi minha mão novamente, mas agora ele a aceitou. - Ótimo. O esconderijo não está longe, é logo alí na frente.

- Mas eu quero ir para minha casa! - protestou.

- Não estou nem ai. Além disso, sei que sua casa é bem longe daqui. Irá demorar muito até chegarmos lá.

Pequei seu braço e passei novamente sobre meus ombros.

Fomos caminhando lentamente, tentei ser mais delicada o possível. Seguimos em frente dois quarteirões e viramos à direita.

- É naquele beco ali na frente, no meio do quarteirão. - eu disse. Ele olhou o beco estreito com desconfiança.

- É seguro? - perguntou.

- Bom, até hoje ninguém nunca entrou. Eu acho. - sussurrei para mim mesma.

Havia um grande latão de lixo no fim do beco, praticamente tocando as paredes nas laterais. Se alguém olhasse para o final do beco, diria que o latão de lixo estava encostado na parede lá no fundo, mas na verdade não estava.Uma criança da minha idade passava facilmente pelo estreito espaço entre a parede e o latão. Um adulto teria que arrastar o mesmo para poder passar.Havia um pequeno espaço atrás do latão. E tinha um grande buraco na parede, tampado com um grande caixote.

Olhei para trás para conferir se não havia ninguém observando. Puxei o caixote e deixei a entrada aberta.

- Pode entrar. - eu disse com um enorme sorriso. Era a primeira pessoa que eu trazia para meu esconderijo.

- Vá você primeiro. - disse com uma pontada de desconfiança na voz.

- Deixe de ser medroso! - eu disse rindo.

- Não estou com medo! - falou, então notei que suas orelhas haviam ficado vermelhas.

- Então entra logo.

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⏰ Última atualização: Jan 30, 2017 ⏰

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