Como encontrei você - conto 1

Quatro

Foi o sexo mais gostoso que játinha feito até então. Joana não tinha vergonha de nada e fizemosde tudo um pouco na sala e no quarto. Depois dos momentos explosivos,exaustivos e maravilhosos que tivemos fiquei em dúvida se deviaficar ou ir embora. Tomamos banho separadamente e quando estavaembaixo do chuveiro decidi voltar para casa dos meus pais, combinariaalgo para o dia seguinte com Joana antes de eu voltar para a cidadeque morava, um jantar talvez.

Conversei com ela sobre isso eJoana aceitou sem reclamar, com um sorrisão no rosto e uma malíciano olhar que conseguia me desconcertar a todo momento. Consegui mevestir com calma, calcei os sapatos e passei a mão pelo cabeloquando Joana pegou meus óculos e os colocou em mim. Foi um momentomuito íntimo, até mais íntimo que o sexo que tivemos.

Era madrugada quando saí dacasa dela, sem um pingo de sono. Dirigi com um pouco mais de pressaaté a casa dos meus pais, afinal era madrugada e quando entrei emsilêncio no meu quarto, deitei na cama, as lembranças das horasmaravilhosas que vivi com Joana permearam a minha cabeça. Custei adormir, o rosto de Joana pairava em frente aos meus olhos como se elaestivesse bem ali na minha frente. Linda, morena, pele fresca emacia, olhar felino, corpo maravilhoso. Ficou tudo passando na minhacabeça até que eu dormi.

Acordei com minha mãe fazendoum carinho em meu cabelo. Fazia meses que não voltava para casa eter esse cuidado que ela dedica a cada um de nós é maravilhoso. Eusou o filho que mora mais longe, que fica mais tempo sem visitá-lose o único solteiro, então o cuidado de minha mãe comigo é umpouquinho maior do que com meus irmãos. E graças a Deus todos somosbem resolvidos e não rola ciúme da parte de ninguém.

Descemos juntos e tomamos caféem família. A casa dos meus pais nessa época do ano é muitoanimada, a mesa fica rodeada. Meus irmãos, cunhadas, sobrinhos. Umaalgazarra sem fim. E meus pais ficam com sorrisos bobos nos lábios.

Eu sentia muito falta dosalmoços de domingo em família ou do café da tarde que eu faziaquestão de passar para tomar com minha mãe, ou a pescaria de sábadocom meu pai e irmãos. Tudo isso me fazia imensa falta mas minha vidamudou, meu rumo foi outro, e o incentivo da minha família foi o queme fez seguir o meu caminho e morar a 433 quilômetros de distânciadeles. Então esses pequenos momentos são especiais e únicos paramim.

O assunto na mesa foi sobre aceia da noite anterior, sobre os convidados e principalmente sobre ofato de eu ter conhecido Joana antes de chegar em casa. Meus irmãosme zoaram como sempre, minhas cunhadas apenas riram, meu pai piscouum olho pra mim e riu contido. E minha mãe, essa fez planos até decasamento para mim. Desconversei porque não sei mentir para eles ese insistissem eu falaria que passei a noite com ela.

O dia passou muito devagar,pelo menos para mim. Minha mente ficava indo e vindo nas lembrançasda noite anterior, o que estava me deixando ansioso e nervoso paraque o dia terminasse logo e eu pudesse ir encontrá-la novamente. Seucheiro e seu gosto não saíram de mim. E isso foi um calmante para aminha ansiedade.

Meu pai percebeu que eu estavaagitado, fora do meu estado comum de calmaria, e me indagou. Eugaguejei e ajeitei os óculos, meu pai que não é bobo nem nada medisse que me viu chegando de madrugada.

– Sei que não quer contar asua mãe, mas pode se abrir comigo filho. Sou um bom ouvinte.

Então contei como conheciJoana, o que senti desde o primeiro momento que a vi e sobre a noiteque tivemos. Meu pai ouviu calado, apenas concordando com a cabeça esorrindo de vez em quando.

– Joana é uma meninamaravilhosa, Marcelo. Sempre gostei muito dela e da família. Só tedigo uma coisa, seja paciente. Ela não é uma mulher calma e nãoleva a vida como você.

– Eu sei, pai. E éexatamente isso que me encanta nela. Joana é o meu total oposto.

– Então meu filho, corraatrás do que você quer. Sefor ela que quer,não deixe passar a oportunidade. A vida é feita delas e se vocêdeixar passar uma, é praticamente impossível tê-la novamente.