O Conto de São João

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A festa estava prestes a começar e eu ainda estava em casa, mas não era pra menos estava queimando de febre e dor de cabeça, o problema era que eu tinha marcado com Aline pra sair com ela, era meio que um encontro sabe? Mas é ai que o problema mora como eu do jeito que estava iria sair? Enquanto me fazia essas pergunta eis que surge um casal batendo na minha porta, saio e vou atende-los, eles são super educados e me perguntam se estava ocupado, digo que não e eles pedem um tempo de minha atenção, o homem do casal pega um relógio que estava no bolso de sua calça e diz:
-Garoto use isso com toda a sabedoria que você possuir!
-Mas o que é isso? É só um relógio qualquer não?
-É ai que você se engana.- Disse a moça com um olhar penetrante.
-Pegue ele é seu, você com certeza irá saber pra o que ele serve.
-Ei, ESPERAAAAAAAA!- Eu dizia enquanto os dois davam a mão e simplesmente desapareciam na minha frente sem nenhum tipo de explicação.
Naquele momento achei que estava perdendo minha sanidade mental, mas eu olhei o relógio e realmente não parecia ser apenas um contador de horas, tinha algo nele que me incomodava não sabia o que fazer. Percebi que precisava ir encontrar a Aline e ainda estava sem sequer vestir uma roupa descente, corro desesperado para o guarda-roupa me visto com o primeiro par de roupas que eu vejo, coloco o relógio no pulso e saio correndo em direção ao parque onde está acontecendo a festa. Durante o caminho ao parque percebo que dentro do relógio está escrito "Doba Jazdy", ele também possui uma série de botões estranhos do lado e uma certa abertura retangular, na pressa para encontrar a Aline ignorei tudo e continuei acelerando o passo.
Assim que cheguei ao parque ela não estava lá e não via nenhum conhecido, então me sentei no banco que ali havia e comecei a reparar o relógio, ele era dourado com detalhes em prata, apesar de parecer antigo possuía números ao invés de ter algarismos romanos, enquanto eu o observava escuto uma voz suave chamando meu nome a uma certa distância.
-Jonaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaas!-Gritava Aline.
Levanto-me e ando em direção a ela, começamos o nosso passeio indo em um brinquedo do parque que é conhecido como "Chapéu Mexicano", ou como eu chamo "Demônio Giratório", nunca me senti daquela maneira, feliz, alegre... A cada giro que o brinquedo dava as nossas mãos se entrelaçavam cada vez mais e o os nossos olhares iam se cruzando, naquele momento eu só pensava "Como que ela ta me olhando tão fixamente se a gente ta girando muito?", quando paramos de girar, continuamos nosso passeio ao redor do parque e acabamos parando em uma praça que ficava ali, e conversamos muito sobre como nós queríamos que fosse o nosso futuro, eu me senti livre pra falar com ela de tudo, e sobre o meu desejo estranho de querer me casar com um terno amarelo, eu quero me casar assim mesmo você tem algum problema? E ela dizia que seria engraçado, porquê ela tinha vontade de casar usando azul, a gente realmente tinha tudo pra dar certo...
Assim que terminamos essa conversa eu ia levar ela pra casa, quando de repente surgem dois homens fortes e simplesmente sacam uma arma mandando passarmos tudo, em um ato completamente irracional eu puxei o braço dela e comecei a correr, só ouvi dois disparos fortes e rezei para que tivessem me atingido, mas eu não senti dor alguma e também percebi que o braço que eu estava puxando estava ficando menos rígido e ia cada vez mais pro chão, foi naquele momento que percebi, ela havia tomado os tiros e tudo por minha culpa. Os homens começaram a correr e eu não sei para onde eles foram...
Hoje é o dia do enterro dela, estou muito triste mas eu irei pra mostrar o verdadeiro amor que eu sinto por ela, a cena que estou vendo é muito triste o irmão e a irmã caçula dela chorando realmente é comovente, como eu queria poder voltar no tempo e consertar o que eu fiz. Nesse momento a parte retangular do relógio começa a mostrar um botão e a hora juntamente com a data retrocedem ao exato momento em que a tentativa de assalto seria feita, eu vou apertar e ver o que acontece. E agora quem assume sou eu o narrador onipresente, Jonas apertou o botão e em volta dele surgiram milhares de pontos de luz enquanto o seu corpo se tornava luz e o tempo se tornava seu pequeno brinquedo, ele não sabia mas tinha acabado de voltar no momento em que sua amada seria morta, e agora eu vou deixar ele contar a experiência por conta própria. O que está havendo aqui, meu corpo sinto ele mais leve do que nunca e de onde está vindo tanta luz? Não enxergo nada, só vejo uma brilhante luz intensa e um ponto escuro vindo logo a frente, Deus onde eu estou? Olho as horas no relógio e parece que é ontem, me viro para trás e me vejo junto a Aline, o que será que está acontecendo aqui?




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⏰ Last updated: Jan 16, 2017 ⏰

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