Capítulo 15

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Pov Harry:
Desliguei a chamada e sentei-me no meu sofá esperando Hannah. Ela iria compreender-me sem me julgar. Sem me chamar de parvo. Passado um pouco ouvi minha campainha tocar, levantei-me apressado e dirigi-me à porta. Abracei Hannah como nunca antes.
- Hey hey, miss apaixonado tenha lá calma que não convém que eu morra esmagada. - Hannah disse rindo e eu sorri. Dirigimo-nos ao sofá.
- Eu não sei o que é isto. Ao mesmo tempo que tenho medo desta coisa estranha, quero senti-la. - Eu comecei a conversa, não sabendo bem o que falar.
- Isso é amor. Tu estás apaixonado por ela. - Ela disse e eu olhei o chão. - Harry, acorda. Vocês precisam um do outro. - Hannah continuou falando.
Pov Harry off.
- Samanta? Olá? - Jess falou estalando os seus dedos, despertando a minha atenção.
- Diz?
- Estavas a dormir ou quê? Estava a perguntar se estás pronta. - Ela disse pegando na mala.
- Ahm... Jess, o Zayn está disponível hoje? - Eu perguntei gaguejando um pouco.
- Está, porquê? - Jess perguntou desconfiada.
- Importas-te de combinarmos isto para outro dia? Ias ter com o Zayn... Eu tenho uma coisas para fazer e, hum, a Hannah também não está cá e não é justo irmos sem ela e... - Eu ia a falar e Jess interrompeu-me.
- Tudo bem. Mas o que vocês têm hoje? Estão todas a abandonar-me. O que foi que eu fiz? - Ela disse confusa.
- Não fizeste nada Jess, não tem a ver contigo. Encontramo-nos no Starbucks com a Hannah. - Eu disse saindo.
Passei as mãos pelo meu cabelo e comecei a andar em direcção à casa de Harry. Olhava à volta e encontrava várias pessoas. Umas sorridentes, outras tristes. E lá estou eu com a mania de reparar nisto tudo. Passei pela minha casa e sorri ao perceber que estava a chegar ao meu destino. Mas por outro lado fiquei nervosa. Não sabia bem o que ia lá fazer. Não sabia o que dizer. Eu só queria certificar-me de que ele estava bem. Eu só queria voltar a ouvir as suas palavras doces, e não as duras. Queria poder voltar a ve-lo sorrir e ter a certeza de que ele era feliz. Parei em frente a casa de Harry. Depois de hesitar toquei à campainha. Esperei um pouco, quando já estava a pensar em tocar uma segunda vez Harry abriu a porta. Assim que me viu, um sorriso formou-se na sua cara. Sorri também.
- Olá Harry... - Eu disse olhando-o.
- Olá. - Ele respondeu sorrindo. - O que fazes por aqui?
- Ahm, não sei bem. - Depois de o dizer arrependi-me. Que idiota. Eu não ia lá só por ir. - Eu vim só ver se estavas bem.
- Sim, estou. - Harry sorriu e olhou para trás como se procurasse alguma coisa. - Queres entrar?
- Não vale a pena, eu não quero incomodar. - Eu disse envergonhada.
- Não incomodas nada! - Harry disse sorrindo e deixando-me caminho livre para entrar. Entrei, e parei enquanto apreciava a casa dele. - Eu vou fazer qualquer coisa para comer, volto já.
- Está bem. - Dirigi-me ao sofá e sentei-me apreciando a casa. Acabei por me levantar e ir ter com Harry à cozinha. Arrependi-me de o ter feito assim que lá entrei.
- Gostas de manteiga? - Harry gritou antes de perceber que eu estava perto dele. - Ah, estás aqui. Gostas? - Ele perguntou largando a embalagem da manteiga. - Samanta? O que se passa? - Harry perguntou aproximando-se de mim com a faca na mão. Eu simplesmente recuei, não conseguia falar. Estava em choque. Desde que me tinham esfaqueado não suportava ver ninguém com facas na mão. Senti lágrimas escorrerem pelos meus olhos enquanto olhava para a faca. Harry apercebeu-se da direcção dos meus olhos e pousou a faca que estava há pouco nas suas mãos, assustado com a minha reacção. Eu encontrava-me agora à porta da cozinha depois de ter recuado um pouco, olhando aterrorizada para aquilo. - Está tudo bem, tem calma... - Assim que Harry me disse aquelas palavras calmas eu corri até ele e abracei-o. Lágrimas cairam da minha cara e ele segurava-me asustado. Podia sentir as mãos de Harry agarrarem minhas costas fortemente, talvez com medo.
- Samanta o que aconteceu? - Ele perguntou agarrando-me a cintura e olhando-me.
- Harry... Ahm... - Eu tentava dizer algo olhando o chão. Pensava se lhe ia contar ou não. Se era ele a pessoa em quem eu confiava o suficiente para contar o que me tinha acontecido. O porquê de eu estar aqui. Levantei um pouco a minha camisola para que Harry pudesse ver a minha cicatriz. Vi a sua boca formar um perfeito O.
- O que te aconteceu? - Ele perguntou confuso. Agarrei na sua mão e dirigi-me à sala, sentando-me no sofá. Ele fez o mesmo.
- Eu vivia em Portugal. Até que a minha mãe morreu há pouco tempo. - Eu disse rapidamente e senti lágrimas formarem-se nos seus olhos. Harry olhava-me sem saber o que dizer. - O meu pai e a minha mãe estavam separados, e supostamente eu devia estar com o meu pai, mas ele não tinha possibilidades. Então fiquei com a minha tia. Viajei até África do Sul para ir para a casa dela. - Olhei para Harry e ele continuava em estado de choque. Continuei a falar.- No primeiro dia de aulas eu fiz uma apresentação sobre mim em que disse o quanto admirava a minha mãe, no início alguns gozaram mas no fim pareceram sentir pena. Pouco tempo depois uma rapariga da minha turma foi ter comigo, e eu pensava que ela queria ser minha amiga. Mas não. Ela levou-me para perto de uns amigos dela que me bateram. No dia seguinte eu tentei fugir deles na escola mas não consegui. - Eu sentia lágrimas escorrerem pela minha cara. Tinha a minha mão em cima do sofá e senti a mão de Harry segurá-la, apertando-a. Continuei. - Eles esfaquearam-me e eu pensei que ia morrer, mas uma rapariga que eu não conhecia encontrou-me a tempo. Daí a cicatriz e o medo da faca. No fim a minha tia decidiu vir para aqui. - Eu acabei e Harry olhava-me com lágrimas prestes a cair. Ele abraçou-me preocupado. No fim eu sentia-me bem, sentia que tinha encontrado aquele alguém a quem queria contar a minha história. Alguém em quem confiasse.
- Eu vou estar sempre aqui para ti princesa. Confia em mim. Eu vou-te proteger sempre, prometo. - Harry disse por cima do meu ombro. Eu chorava como nunca antes.
- Bem, eu vou andando. - Eu disse afastando-me dele e limpando as lágrimas. - Obrigada. - Eu falei olhando-o.
- Tudo bem. Vemo-nos amanhã na escola, pode ser? - Ele perguntou olhando-me ainda gaguejando.
- Sim. - Eu ri um pouco da reacção dele.
Saí. Enquanto caminhava pensava o quanto eu precisava daquele abraço. Dele. O quanto eu gostava dele. É. Eu estava apaixonada.

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