Capítulo 16

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Acordei com a luz do sol bater-me na cara. Abri os olhos lentamente apreciando toda aquela luz irradiar o meu quarto. Rapidamente saltei da cama ao perceber que estava atrasada para a entrega das notas.
- Onze horas, burra Samanta, burra! - Eu falava sozinha procurando qualquer coisa para vestir, correndo pelo quarto. Tomei um banho rápido pois só tinha vinte minutos para estar na escola. Estava a pentear o meu cabelo quando oiço a campainha a tocar. "Harry", eu pensei automaticamente. Corri até à porta abrindo-a.
- Olá Samanta. Atrasada? - Ele perguntou rindo, vendo-me um pouco atarefada.
- Sim! Adormeci... - Eu respondi envergonhada, ele riu mais uma vez. - Podes ir andando eu depois apareço por lá!
- Não, eu espero por ti. - Ele disse calmamente.
- Tudo bem, entra. - Eu deixei a porta aberta para que Harry entrasse e fui a correr para a casa-de-banho acabando de me pentear. - Estou pronta. - Eu disse aparecendo na sala algum tempo depois. Harry riu.
O caminho até à escola foi o mais difícil pelo qual alguma vez passei. A sensação de estar a ser observada atormentava-me desde que tinha saído de casa. Por vezes olhava à volta, deixando Harry confuso. Não sabia o que se estava a passar, mas estava realmente assustada.
- O que se passa? - Ele perguntou confuso. Não. Eu não lhe ia dizer que me estava a sentir perseguida, observada, como queiram. Ele ia achar-me doida.
- Estou só nervosa para saber as notas. Vai contar para o meu futuro, não é verdade? - Eu tentei arranjar alguma desculpa, porém não pareceu resultar, mas apesar da expressão estranha de Harry, ele não disse nada. Assim que finalmente chegámos à escola dirigimo-nos rapidamente ao átrio onde as notas estavam afixadas.
- Tive 17 a biologia! Não pode! - Harry disse (basicamente gritou) para mim.
- Boa! Eu consegui o 17 a Inglês! - Eu gritei também. Estávamos bastante contentes com as nossas notas, e passámos bastante tempo a falar sobre o que iríamos fazer no próximo período, e os professores que passámos a adorar e a odear.
Durante esse caminho continuei a sentir aquela sensação estranha, mas ignorei. Não tinha lógica eu sentir aquilo, ninguém me conhecia ali.
- Até logo Harry, falamos no skype. - Sim, skype. Nós temos falado imenso, mas acho que já tinha dito isto, não? Então, basicamente estamos quase todos os dias juntos e visto que ele é o meu único amigo que conhece a minha história eu tenho-me aproximado muito dele. 
- Espera! - Ele disse enquanto eu estava a abrir a porta da minha casa. Olhei para ele confusa. - Almoças comigo hoje? - Ele perguntou sorrindo e eu corei rapidamente. Depois de hesitar um pouco, como eu sempre fazia, aceitei. Segui-o até sua casa e assim que lá entrei a minha boca abriu-se num perfeito O, assim como a de Harry.
- O que aconteceu aqui? - Eu perguntei em choque. Harry não conseguia falar. A sua casa estava virada ao contrário, completamente. Cadeiras viradas no chão, a mesa de vidro central estava partida, a televisão no chão, o sofá virado ao contrário, os candeeiros espalhados pela sala.
- Eu não sei! - Ele conseguiu finalmente dizer algo, gaguejando. 
- Harry vamos ligar para a polícia e vai ficar tudo bem! - Eu disse olhando para ele e vendo a sua cara assustada. - Tem calma, vamos descobrir quem fez isto. - Eu disse virando-me de frente para ele e agarrando-o no pescoço, tentando transmitir-lhe segurança. Ele rapidamente me abraçou. 
Assim que consegui acalmar Harry liguei para a polícia e ele ligou para a sua mãe. A polícia chegou pouco tempo depois de Anne, que ficou pasmada assim que abriu a porta da sua casa.
- Vocês estiveram fora de casa durante cerca de quanto tempo? - O polícia perguntou.
- Foi apenas cerca de uma hora. - Harry disse e eu confirmei acenando com a cabeça.
- E enquanto saíam de casa não repararam em nenhuma identidade estranha ou suspeita? - Ele perguntou novamente.
- Não, senhor. - Harru respondeu. Porém, eu hesitei na resposta enquanto mordia o meu lábio inferior. Harry olhou para mim confuso.
- Você viu alguém Samanta? - O homem perguntou trocando a posição da sua caneta, olhando para mim desconfiado.
- Bem... Eu não vi. - Eu preparava-me para ouvir risos de quem me rodeava, pois eu parecia ter estado a alucinar. - Mas eu senti-me observada, perseguida, sei lá. - Eu acabei a frase um pouco nervosa com a possível reacção deles.
- Este caso vai ter que ser muito bem investigado. Aconselho toda a precaução possível na rua, pois isto pode ser uma ameaça. - O polícia olhou para nós franzindo a sobrancelha.
Assim que o polícia abandonou a casa de Harry, Anne abraçou-o chorando, assustada. 
- Harry, promete-me que vais fazer o que o polícia pediu, promete-me que tu vais ter cuidado na rua. - Anne pediu passando as suas mãos nos cabelos encaracolados de Harry. Congelei ao ver aquela atitude. Anne estava aterrorizada. - Samanta, desculpa por tudo isto. Obrigada por nos teres ajudado. - Ela disse para mim.
- Eu fiz os possíveis... - Eu disse como que me desculpando por não ter outro tipo de informações sem serem estúpidas como as que dei. Ninguém ia acreditar que eu tive aquela sensação. Só eu o saberei.
- Claro querida. Apenas o facto de ficares do nosso lado ajudou bastante. - Ela disse compreensiva. - Eu tenho mesmo que voltar ao trabalho. Por-favor, tenham cuidado está bem? - Ela pediu com os olhos brilhantes.
- Claro. - Eu respondi. Harry quase não tinha aberto a boca desde que tinha entrado naquela casa destruída. Anne saiu, não sem antes deixar um beijo na testa a cada um de nós. Ela tratava-me como se eu fosse sua filha, isso fazia-me sentir bem perto dela. - Harry, vamos arrumar isto está bem? - Eu tentei falar calmamente para que ele se sentisse seguro. Tudo o que ele fez foi abraçar-me novamente, puxando-me para cima dele, sentado no sofá que tinha colocado no sítio pouco tempo atrás.
- Obrigada. - Ele disse ainda com a sua cabeça apoiada no meu ombro. - Por tudo.

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