Trip || jihancheol

Beach

surpresa, plsjessie!!11!

feliz aniversário pt.2

Minhas costas doíam.

Eu não gostava de nada que me tirasse da minha zona de conforto. Viagens estavam incluídas nisso, ainda mais quando essas me obrigavam a passar duas horas na estrada. Mas eu também costumava namorar uma pessoa só, e cá estou eu.

Tudo começou uns meses atrás, quando Seungcheol, de algum jeito, ficou sabendo de um festival LGBT+ que seria realizado nas férias e colocou na cabeça que iria, nem que fosse a última coisa que fizesse.

Primeiro ele convenceu Jisoo, ato que não exigiu muito esforço, já que além de fazer toda e qualquer vontade de Cheol, ele era meio good vibes e esses festivais paz&amor eram os programas favoritos de si desde sempre.

Eu me esquivava do assunto sempre que vinha à tona. Não me levem a mal, é que eu já tinha formado na cabeça mais ou menos como seria, e só de imaginar eu queria voltar pro conforto de casa. Para não ser tão chato, devo confessar que gostei da ideia do evento, não são muitos que se arriscam a organizar algo pro nosso público, já que significava total desprezo por parte da grande maioria da sociedade, então dei ouvidos à Cheol. Me empolguei e tudo mais.

Até ele me dizer onde ia ser realizado.

De todos os lugares do mundo, escolheram logo o que eu mais detesto.

Praia.

Areia, calor e bagunça.

Fiz o possível para não magoá-lo com a expressão esquisita de desgosto que esteve por um fio de fazer sua aparição triunfal, quando os dois se juntaram para me convencer.

Foi uma covardia tremenda como eles se aproveitaram de como eu estava deitado no meio da cama, narrando com as vozes quase hipnóticas ao meu pé do ouvido o que iríamos fazer caso eu cedesse.

Como eu diria não para as propostas daqueles dois rostinhos angelicais?

E isso me trouxe até aqui, duas horas dirigindo enquanto eles dormiam abraçados desconfortavelmente no banco de trás do carro.

Chegamos na noite anterior ao tal festival, e eu, frustrando a mim mesmo, me joguei na cama dormindo quase que instantaneamente, não dando a mínima pro céu estrelado que eles não paravam de comentar desde que saíram do carro, ou pro nosso planejamento especial.

Fui acordado mais cedo do que pretendia, devido à luz forte do sol que invadia nosso quarto e beijinhos no rosto de um mais-feliz-que-nunca Seungcheol.

– Amor, chega de dormir. – exclamou – Você tem que ver isso! – gesticulou para a janela.

O sol estava no auge, eu deduzi ser, pelo menos, uma hora da tarde. Da janela nós tínhamos a vista das barracas sendo montadas e uma aglomeração de pessoas dançando próximo a um palco improvisado; haviam arranjos florais nas barracas que combinavam perfeitamente com o céu ensolarado.

Sorri com a vista, não era segredo que eu era amante de belas paisagens, seja a vista do meu apartamento para as luzes da cidade ou uma natural, como essa.

Seungcheol apenas retribuiu o meu sorriso, como se já soubesse o que eu estava pensando, e Jisoo complementou:

– Nós avisamos que você ia gostar.

.:.

Era bom estar rodeado de pessoas que nos entendiam. A sensação de liberdade com a adição do típico vento litoral que batia no rosto, bagunçando meu cabelo, transmitia uma paz que eu não sentia em anos.

Eu me sentia brisado, sem ao menos encostar um gole de álcool na boca. É assim que os hippies se sentem?

O nosso poliamor nos deixou um tanto quanto famosos ali. Jisoo já havia feito milhares de colegas, sempre nos apresentando com um sorriso no rosto: "Esse é meu namorado, e aquele também".

Eu estava com um humor tão bom que nem reclamava de ter que cuidar daqueles bebezões que esqueciam de usar protetor solar.

.:.

Nós retornamos pro quarto apenas para tomar banho e voltar a tempo de não perder o pôr do sol, que, diga-se de passagem, foi o mais bonito que eu já havia visto em toda a minha vida.

Naquela luz, a combinação dos fios rosados de Jisoo, com a coroa de flores recém comprada, era quase poética; e o sorriso estampado no rosto de Seungcheol, brincando com as ondas, era arte.

Naquela viagem eu comecei a perceber que eles tinham o poder de tudo parecer certo.

Não restava brechas para dúvidas, inseguranças ou minha costumeira indecisão.

Eu me sentia em paz em afirmar com toda a certeza – e talvez a única. – o quanto amava Jisoo e Seungcheol.