Capítulo três

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O dia ainda clareava quando Alicia desembarcou na Cidade do México. A beleza do céu – mesmo que ainda muito cedo – propulsionava a impressão de calor, mas a capital do México não estava tão quente como em Brasília. Alicia sentiu-se agradecida por ter alguém esperando-a no saguão do aeroporto, que a direcionou a um carro estacionado em um dos terminais.

Por que esse lugar faz tanto frio?

Alicia encolheu os braços abraçando a si mesma, enquanto um vento gelado ia de encontro à sua pele. Ninguém a avisou que aquela era uma temporada de frio no México. O termômetro marcava oito graus e ela nunca sentira um inverno tão castigador.

O rapaz que a recebeu foi muito caloroso em sua recepção, dando as boas-vindas ao México em nome da Sra. Rivera – o nome de uma das donas do jornal que ela trabalharia.

— Vai descobrir que a cidade é realmente adorável – comentou.

— Espero que sim! – ela falou, enquanto esboçava um sincero sorriso para ele e entrava no carro sob um intenso frio.

Lá dentro era mais confortável e quente.

O motorista ligou o carro e seguiu, enquanto Alicia vestia o casaco mais quente que tinha. Não ousou abrir a janela do carro, dava para observar tudo dali. A claridade do dia se revelava depressa. Em poucos minutos ela já estava no centro da grande cidade. Alicia admirava os prédios requintados, cheios da cultura maia. Prédios históricos e ricos em detalhes. A cidade do México tinha a terceira maior aglomeração de pessoas no mundo inteiro e era a segunda maior cidade da América. Ela observou com admiração o Palácio nacional que tinha uma arquitetura ostensiva de forma harmoniosa e elegante. Não pretendia perder nenhum detalhe daquela cidade encantadora, mesmo que o carro onde estava passasse rapidamente por cada monumento.

Chegaram ao hotel em menos de meia hora e Alicia ainda se encontrava fascinada pelo colorido, exótico e sedutor México.

Ela foi levada à recepção do hotel com chão de mármore. Alguém a ajudou com suas bagagens e enquanto se identificava com uma jovem morena, outra mulher informou:

— Sua bagagem será levada para o seu quarto no décimo quinto andar. Dentro de uma hora a Sra. Rivera irá recebê-la.

Ela concordou com um gesto de cabeça, não querendo gastar muito o seu bom espanhol.

Pegou a chave do seu quarto e caminhou lentamente em direção ao elevador. Abriu a sua bolsa e pegou o celular, enquanto apertava o botão e esperava a porta abrir na companhia de três belos rapazes. Havia dez chamadas não atendidas e um turbilhão de mensagens na sua caixa eletrônica. Algumas de sua mãe e o resto de Ahléx. Será que ele não sabia que levava horas para chegar ao México? A porta do elevador se abriu e Alicia entrou junto com os três rapazes desconhecidos. Eles a olhavam de relance sem disfarçar seu encantamento por ela. Percebendo de imediato, logo se questionou por que tinha que causar esse efeito nas pessoas? Por que tinha que ser tão bela? Seu rosto esquentou rapidamente, quando lançou o olhar para eles. O elevador parou no sétimo andar, a porta se abriu e os rapazes saíram deixando Alicia desnorteada.

Agora ela estava sozinha e se viu sorrindo daquela situação. Voltou a atenção para o celular, e enquanto o elevador se movia rapidamente, ela digitou uma pequena mensagem e enviou para mãe.

"Já cheguei. Estou bem. Depois eu ligo!"

O elevador parou novamente no décimo quinto andar. Caminhou pelo largo corredor e parou em frente à porta do quarto 210. Guardou o celular, abriu a porta e entrou. Ficou embevecida com o conforto e a beleza do cômodo. A cama era duas vezes maior que a sua, e possuía o mais fino lençol cor de vinho. Tinha um sofá de couro marrom e atrás dele uma varanda que dava a vista da melhor parte da cidade. Foi em direção ao banheiro e percebeu que ele parecia maior do que o quarto que ela tinha no Brasil. Com um armário de madeira maciça e a banheira mais linda que já vira.

Um amor para vida toda (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora