Capítulo 25 - Uma manchete?

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P.O.V Annie.

August era um cara legal, afinal. Ele contou no jantar que administra sozinho a empresa de sua família após a morte de seus pais quando era mais novo. Eu admiro a forma como ele não desistiu de tudo e lutou para levar adiante o seu nome.

A comida também era incrível, e bem, ele era mesmo brasileiro. O jantar tinha várias especiarias do país verde e amarelo.

Agora estávamos em sua sala de estar discutindo as ações que poderíamos compartilhar na empresa. Tenho sorte do meu pai ter explicado detalhadamente os termos para mim, e claro, sorte minha em ter memória fotográfica como tenho.

Também tinha o lance com os sinais corporais. O pai disse que em todo tempo temos que assentir quando eles falam, devemos franzir o cenho e coçar o queixo também. Era exatamente o que eu havia feito.

Por um momento, Andrea Tunner, a garota com os cabelos pretos e lábios extremamente vermelhos, havia tomado uma taça de seu vinho tinto.

Greg também me explicou que não devemos tomar mais de meia taça em reuniões como essa. Ele estava completamente certo, Andrea, a riquinha dona de uma rede de hotéis já estava sorrindo sem motivos, concordando com o que não deveria, e bebendo cada vez mais, mas acho que ela não se importa muito com a sua imagem não. Greg me contou que ela herdou do pai toda a rede de hotéis, e ao invés de ajudar a madrasta doente, ela simplesmente mandou a senhora para uma cidade do interior em um asilo qualquer. Isso além do escândalo de sua traição com o próprio personal trainer.

- E o que acha sobre a queda da bolsa, senhorita Waolken. Acha que devemos insistir nos Hoteis Summer, ou... - Disse August. Imediatamente me senti fuzilada por todos aqueles olhares. Principalmente o de Andrea, isso porque os Hotéis Summer eram os dela. E bem, considerando a queda bruta em suas ações.

Eu pigarreei brevemente e ajustei minha postura. Meu pai disse que quando fazemos isso nos dá um ar autoritário.

- Temos a opção deixar de lado, e parar de investir no Summer. - Falei. Imediatamente Tunner protestou, mas fiz um sinal indicando que não havia terminado. - Entretanto, o tempo é um bom aliado também. Por acaso se lembram da Klax? - Todos mudaram a expressão como se o que eu tinha dito fosse genial. Era mesmo genial.

A empresa Klax estava falindo. Suas ações iam de mal a pior, até que uma troca de visual, produto e alguns funcionários tornou a Klax em Z-U, a empresa mais sofisticada no quesito refinaria petrolífera.

Isso mesmo, eu fiz meu dever de casa, vadias.

- Talvez, podemos estabelecer um tempo, seis meses, a senhorita Tunner pode ter esse tempo para sair das páginas de fofoca das revistas, causar uma mudança nos hotéis. - Continuei em meu melhor tom de Marisa Waolken. Leve, mas ainda assim uma ordem direta.

- Você tem razão, senhorita Waolken. - Disse a própria Andrea. Mas ainda assim ela não parecia muito satisfeita. - Sabe, Annie, você sofreu um atentado esses dias, não é mesmo? - Novamente todos olharam para mim.

Antes eu sorria, agora lentamente meu riso se tornou uma linha rígida. Imediatamente Greg pegou uma de minhas mãos.

Tudo voltou como um flash. O sequestro, Liam, Amanda, seu sangue em minha roupa, sua tortura.

Eu engoli em seco e somente balancei a cabeça assentindo. Eu não conseguia sequer olhá-la.

- Minha filha está fazendo o melhor para assumir seu posto na empresa, senhorita Tunner, por isso ela está aqui hoje, para resolver nossos assuntos. Ela sofreu sim um atentado recentemente, e nele ela perdeu uma pessoa importante, então por favor, tenha sentimentos. - Greg disparou como o papai-urso. Meus olhos começavam a arder, e de relance eu poderia ver o sorriso sarcástico de Andrea. Ela achava que eu era uma garotinha fraca e que iria chorar em sua frente, ela estava completamente enganada.

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