Minha história não é nenhum conto de fadas, filme da Disney e muito menos irá começar com "Era uma vez".Gosto de iniciar os textos conversando com o leitor, estilo aqueles filmes adolescentes em que a garota vai falando e te fazendo se identificar, sabe? Você curte segredos, sinceridade e muito romance? Então vai me amar, pois sou feita puramente disso tudo com uma pitada - ou punhado - de loucura. Sabe, ninguém nunca entende de primeira quando digo que sou feita de segredos, então posso te dar uma leve noção de como comecei minha vida:
1. Eu nasci como um segredo, a partir de algo que eu nem imaginava - acho muito provável que ninguém imagine - e com muito esforço, pois até hoje minha mãe não acredita ter conseguido engravidar, devido aos seus problemas de fertilidade.
2. Eu cresci com um segredo: o de achar que não teria uma vida longa o suficiente para entrar numa faculdade, e o mais incrível é saber que ninguém nunca se preocupou com isso.
"Você tem uma imaginação fértil e extrema demais para uma criança", eles diziam.3. Vivo com o segredo de meus pensamentos, e conto com o meu falho cérebro para guardar minhas instáveis memórias e minha imensa dificuldade de me expressar da forma que quero. Não, nem mencione que é coisa da idade, sempre fui meio esquecida assim.
Minha vida se resume basicamente à esses três tópicos, então não se surpreenda se tudo aqui for interligado. A vida se baseia em fatos que se multiplicam como uma árvore geneológica de coelhos e um desses fatos foi me tornar uma garota quase fria. Exato, eu disse quase.. pois se pelo menos pudesse ser 100% fria, não teria me ferrado tantas vezes assim.
Aceite, as melhores pessoas nasceram para ser trouxas e por isso já tentei algumas vezes não ser uma delas.Então, o "pequeno" fato de secretamente pensar em um garoto a cada instante foi o segredo mais misterioso que tive, aos meus imensos 5 ou 6 anos de idade, quando nem imaginava que estava certa em sempre ter odiado garotos.
Em minha infância, fui uma garotinha pequena, meiga e incrivelmente durona( na maior parte do tempo). Via aqueles meninos como seres inúteis, pegajosos, cheios de catota - ou meleca, como muitos costumam chamar - espalhadas pela farda anteriormente branca.
Como não tenho tantas memórias importantes para mencionar, posso lhe resumir que eles alternavam entre urinar em todos os cantinhos da escola e tentar espiar as garotas no banheiro feminino.Acredita que todas as garotas tomavam banho de biquíni com medo deles espiarem pela janela? Eu ainda não sabia se o faziam para mostrar umas às outras o quanto eram mais magras e estilosas - aquilo parecia um desfile de moda produzido por Blair Waldorf do seriado Gossip Girl - ou se tinham medo dos meninos verem alguma coisa, mas eu definitivamente era a excessão. Quando percebi que os meninos realmente nos olhavam, tentei convencer minha mãe a me deixar levar o biquíni e pasmem, ela não deixou. Daí você se pergunta: que tipo de mãe acha que sua filha de uns 6 anos vai fugir da escolinha para a praia sem alguém pra levar a quilômetros de distância e eu te digo: a minha, pois qualquer possibilidade do universo, passada pela cabeça dela, se torna altamente quase certa de acontecer.
- "Eu sinto, é coisa de mãe e pronto! Você está indo estudar e não indo pra um clube de banho ou piscina. Ande logo ou vai se atrasar", dizia ela.E sempre às quintas-feiras da vida, o mesmo problema. Eu ficava emputecida - que significa estar muito puta,encaralhada,endemoniada e qualquer outro sinônimo raivoso que possa imaginar- com eles a cada banho assistido por 3 idiotas ou mais.
Naquele dia acordei de mau humor e me atrasei por problemas alérgicos, a coordenadora ficou ciente da situação após eu finalmente reclamar aos meus pais do pânico feminino em dias de aula integral e a Dona G (Coordenadora), assim como as responsáveis por nos monitorar pelos corredores, acreditavam que apenas conversar iria controlar a safadeza ridícula e desrespeitosa dos pequenos ogros. Pois é, não funcionou! Quem disse que ogros conversam?
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Procura-se borboletas para o estômago
Teen FictionEssa é a trajetória de uma menina simples, que aprende sobre os benefícios e malefícios de amar, que cresce a cada sentimento novo e aprende com seus erros em busca de algo maior. Um manual para entender garotos, uma dica para fugir deles, um relato...