Depois da Tempestade

20 1 0
                                    

Abri meus olhos sem nenhum pingo de sono. A brisa que entrava pela janela fazia com que a cortina se movesse revelando um céu ainda envolto por tons de azul escuro e preto. Olhei para o relógio em cima do criado-mudo: 4 hrs da manhã... Eu e esse meu costume de acordar de madrugada. A garota ao meu lado dormia com a cabeça aninhada em meu peito, sua expressão indicava que ela estava tendo bons sonhos. Não consegui evitar de sorrir ao nos ver dessa forma. Com meu braço esquerdo envolvi seu ombro e fechei meus olhos, se isso fosse um sonho... eu não queria acordar.

                           -----------------------------------------------------

Já fazia algum tempo que Luana havia adormecido. Seu corpo estava jogado de qualquer jeito na cama semi-coberto pelos lençóis. No fim das contas, nossa última parada da noite foi um quarto de hotel. Inspirei e expirei a fumaça do cigarro, observando através da janela de vidro a cidade que ia pouco a pouco desacelerando e se entregando ao sono. 

                                     -----------------------------------------------

À medida que eu ia recobrando a consciência fui sentindo o calor aconchegante de seus braços a me envolver. Abri os olhos, minha visão ainda estava afetada pelo sono. Ele dormia tranquilamente ao meu lado. Como se estivesse num sono muito leve, abriu os olhos reagindo a minha mudança de posição. 

- Ei... bom dia... 

Ele falou, sua voz estava saturada de sono, em seguida deu um beijo em minha testa, o que me fez esboçar um sorriso.

-... Bom dia... aaaahhh... (Não consegui conter o bocejo e me espreguicei).

- Volte a dormir, ainda é cedo mocinha...

Levantei minha cabeça e fiquei observando seu rosto, seus olhos estavam semi abertos, como se estivesse perdendo a luta contra o sono. Na minha mente começaram a se formar imagens sobre algumas horas atrás. A confissão, os beijos, as carícias... Há alguns dias atrás eu não imaginava isso, não nos imaginava assim... Tudo bem, talvez imaginasse... um pouco. 

Agora, uma nova etapa da minha vida iria começar. Estou segura de que tomei a decisão certa, tipo, a gente não tem como escolher viver só bem, mas tem como evitar ficar só mal. E o que eu mais queria agora era aproveitar ao máximo esse sentimento de bem-estar... A calmaria depois da tempestade.

Fechei meus olhos novamente e deixei o sono me embalar com a promessa de sonhos bons.

                                                      -------------------------------------

8 hrs em ponto. Estavam minha mãe, meu irmão e meu pai dentro do quarto. Marcela conferia minha ficha, agora só faltava o médico vir autorizar minha saída.

- Espero que isto sirva de lição...

- Ah, mãe... relaxa...

- Relaxar?? Você poderia ter acabado com ferimentos sérios, garoto! Você teve muita sorte, isso sim...

- Sim, PODERIA... é só uma suposição que não coincide com a realidade...

- É cada uma que escuto...

- Também te amo, dona Célia... Aliás, não está faltando gente aqui não?

- Se você está falando da Sarah... ela disse que ia te ver à tarde, quando você já estivesse em casa.

- Tendi.

Não deixei de me sentir um pouco decepcionado, mas claro que eu não podia demonstrar porque obviamente, a zoeira ia ser grande. Nesse momento minha estimada enfermeira entrou em meu quarto. Nem preciso dizer que ela estava maravilhosa, mesmo naqueles trajes que não valorizavam tanto suas curvas e que eu não conseguia esconder meus pensamentos de pura luxúria.  Sou homem, pô. 

Convergindo (Em Construção)Onde histórias criam vida. Descubra agora