A Princesa e o Sapo

Capítulo 1

   Há muitos anos atrás; em um Reino tão...tão... mais tão distante, vivia um rei e uma rainha que desejavam mais do que tudo na vida terem um herdeiro para herdar o  trono. Eles haviam tentado de tudo. Foram nos médicos mais renomados do reino para buscarem ajuda, e nada. Foram em profetas, feiticeiros, e buscaram conselhos dos mais chegados na corte, e nada.

   Quando em um dia, a rainha estava andando pelo jardim do castelo recolhendo algumas flores para enfeitar seu quarto. No meio de uma das flores que a rainha pegou, saiu de lá uma fadinha tão bonitinha que a rainha pensou está sonhando. A fadinha se apresentou como sendo a fada Sininho e disse a rainha que seu desejo de querer um herdeiro estava prestes a se realizar. Mas que não seria um herdeiro homem, mas uma mulher. Disse a Sininho:

   —Oh minha rainha, aquieta te o coração , pois o rei poderá ter uma herdeira para este reino. Mas para isso, Vossa Majestade deverá seguir uma dieta rígida para que tudo transcorra bem e sua gestação seja tranquila. Primeiramente, não poderá em nenhuma circunstância tomar vinho ou qualquer outra bebida derivada de álcool. Nos banquetes reais, Vossa Majestade deverá tomar somente água e tudo que for derivado de trigo e soja e também qualquer tipo de folha. Massa e carne estarão proibidos durante este período de gestação. Caso se esqueça, e cometa algum erro, quem pagará com esse erro será a criança que está em seu ventre. A menina nascerá tão feia, que dará desgosto de olhar para a cara dela!

   A rainha toda feliz, disse que entendeu tudo o que a Sininho havia falado e foi correndo ao castelo contar tudo ao rei. Naquela noite houve um banquete em homenagem a boa notícia! Felicitações vieram de todas as partes do reino e de reinos vizinhos também. 

   Quando a rainha estava no seu 5º mês de gestação e tudo corria perfeitamente bem até que, em um dia a rainha se esqueceu e bebeu um pouco de vinho que seu marido lhe oferecera. Quando ela se lembrou do que a fada lhe havia falado, ficou apavorada e foi até o jardim para tentar encontrá-la. Mas não a encontrou.

   Passaram - se mais alguns meses e quando chegou no 9º mês, a rainha já havia falado com as parteira para ficarem nos arredores do castelo porque a qualquer momento a criança poderia nascer. Só que estava muito estranho, pois passou  o 10º mês, o 11º mês e o 12º mês e nada da criança nascer. A rainha e o rei ficaram bastantes preocupados pois era anormal uma gestação levar tanto tempo! Era quase o tempo da gestação de uma baleia, para se ter ideia. Mas a rainha ainda sentia sua filha dando chutinhos dentro de sua barriga, o que a mantinha um pouco tranquila, pois sabia que sua filha pelo menos estava viva. 

   Preocupados com a demora da criança para nascer, os reis resolveram ir na casa de que já havia tido seus 11 filhos. Já era super experiente na área e muito bem casada, Branca de Neve em pessoa! 

   Chegando lá, o rei foi conversar com o marido da Branca, e a rainha foi ter aquele papo de mulherzinha com a Branca. Quando a rainha contou tudo desde o dia em que viu a fada até aquele momento, a Branca disse que só havia uma solução para a criança nascer:

   —Tome, coma esta maçã. Basta apenas uma mordida. Assim que você comer, daqui a um mês a criança nascerá.

A rainha cismada com a maçã, disse:

  __ Isso aí não tá envenenado, não?

A Branca lhe entregou a maçã e lhe garantiu que tudo daria certo.

   No 13º mês, a rainha começou a sentir fortes contrações e sabia que aquele era o sinal de que sua filha nasceria. Lembrando se do que a fada disse , de que se a rainha comesse qualquer coisa proibida, sua filha poderia nascer feia a rainha se desesperou só um pouquinho com a possibilidade da praga da Sininho pegar em sua filha. Enquanto sentia as contrações, a rainha tentava se concentrar para pedir aos céus para que sua filha não viesse feia, pois ela precisaria de uma boa imagem , pois seria a representante de seu reino. Quando a parteira que estava auxiliando no parto da criança a viu pela primeira vez, tomou um susto com o que viu! A rainha ficou preocupada e perguntou se tudo estava bem com a criança. A parteira não quis falar nada, pois temia que se falasse a verdade, a rainha a mandasse para a masmorra. A criança chorou , então a rainha sabia que estava viva. Então ela perguntou novamente:

— O que aconteceu? Minha filha está bem?

   A parteira preferiu mostrar a rainha ao invés de falar. Deu a volta na cama e lhe entregou a criança no colo. A rainha estava toda sorridente. Bom, na verdade, ela sorriu até pegar a filha no colo. Quando a viu, teve vontade de chorar. A bebê era de fato horrorosa! 

   Assim que o rei ficou sabendo que a filha já havia nascido, entrou no quarto onde a rainha estava com a criança e correu para o lado da rainha para segurar a filha.  Não se pode descrever a cara que o rei fez com tamanho susto quando olhou para aquele bebê.  Ele teve que perguntar se era a filha dele mesmo que estava ali. A rainha com cara de choro , disse que sim. Desta forma, o jeito era se conformar e adaptar o castelo para que a filha não sofra.

   Naquele mesmo instante, o rei decretou que retirassem todos os espelhos do castelo. Nada que possa refletir a imagem igual a espelho poderia ficar dentro do castelo. A feiura da pobre criança era tão marcante, que seus pais não pensaram em outro nome para dar para ela: Feialy. Um nome bastante diferente, mas é porque na época, os nomes tinham um significado relacionado ao que os pais viam, sentiam ou passaram  durante a gestação ou quando viram a criança após nascer.