Até Nada É Alguma Coisa

LEMBRANÇAS QUE NÃO SE APAGAM COM O TEMPO

-Caramba! Tem fotos aí que nem eu lembrava mas... Faz um tempo que eu não entro em redes sociais, principalmente o facebook, uso mais o twitter as vezes, BEM AS VEZES AGORA...

-Pois é, percebi pelas aranhas que estão na sua linha do tempo.

-Haha' Engraçadinho. Deixa eu ver aqui meu perfil no seu celular.

-Claro! Seu pedido é uma ordem. Aproveite e aceite a minha solicitação de amizade.

-Quem disse que eu quero você como amigo- falei ironicamente e sorrir.

-Vejo em seu olhos que já sou seu amigo, Clarice...

-Cara, deixa de tantas formalidades, parece até que você veio do século XVIII, vou repetir, me chame apenas de Cler, okay?

-Okay! Clarice...

-Ptm! Não tem jeito mesmo. - E abrimos uma gargalhada.

Fiquei olhando meu facebook e lembrando de várias coisas vendo fotos antigas. Bryan ficou ali ao meu lado quietinho. Depois de algumas horas percebi que ele havia dormido esperando o seu celular, que por sinal eu já tinha feito a sua internet ser reduzida. Preferir não acorda- lo, já era bastante tarde e decidir dormir também. Me arrumei no pequeno espaço que sobrava na cama e dormir... Mentira, não fiquei no lado de Bryan na cama e praticamente nem dormir só de ter ele alí pertinho já ficava nervosa.
Coloquei um lençol no chão e de hora em hora olhava para Bryan... Meu Deus! Esse cara esta tirando o meu sono literalmente.

Já era 15 para as 4 horas da manhã quando, por fim conseguir dormir um pouco...

O relógio marcava as 8 horas quando acordo com Bryan em cima de mim, calma! Ele estava sorrindo maliciosamente pintando toda a minha cara e tirando fotos fazendo caretas.

- Filho da mãe! - Falei- qual é o seu problema?!

E a única coisa que ele fazia era rir olhando para a minha cara, ria tanto que parecia que lhe faltava o ar. Comecei a correr atrás dele tentando tomar seu celular para apagar as malditas fotos que ele tirou de mim.

-Me dá esse Celular, Bryan, deixa eu apagar essas fotos agora!

-Você quer?! Então vem pegar.

- Deixa de ser infantil, garoto! E apaga logo!

-Não! Essas vão para o meu álbum especial, Cler.

-Ah, chega!

Cansei de correr atrás dele e fui para o banheiro escovar os dentes. Enquanto isso Bryan ficou mexendo no celular sentado na cama.

Quando sair do banheiro, percebi que ele estava distraido e fingir não me importar mais com as fotos. Então arranquei o celular da mão dele e corri para o banheiro, tranquei a porta e apaguei todas as fotos.

Bryan bateu várias vezes na porta, mas cansou e quando sair lá estava ele sentado na cama com cara de emburrado, ficava ainda mais lindo.

- Toma, pegue seu celular, já fiz o que eu tinha para fazer.

-"Já fiz o qui tinha pra fazer" - disse Bryan imitando minha fala com voz de criança.

-Infantil! - retruquei.

Bryan revirou os olhos e em seguida abriu um largo sorriso que como sempre me deixava toda derretida. Mas não pude perder a chance de zoar.

- Credo! Ainda nem escovou os dentes.

-Quem disse que não?! Acordei primeiro que você e já fiz isso, levo minha escova na bolsa. E a proposito, foi mal, acabei dormindo esperando você me devolver meu celular e tomei sua cama. Como você está? Digo, como foi dormir no chão?

-Haha' dormir maravilhosamente bem. - Falei tentando disfarçar, já que praticamente eu nem havia dormido quase.

-E você?

De repente Bryan ficou pensativo e de certa forma minha pergunta foi ignorada, em seguida ele começou a falar.

- Como é quando a morte bate em nossa porta, você para e deixa ela bater até cansar ou abre e deixa ela fazer o que tem pra fazer?! É verdade que com o tempo você se torna frio perante certos acontecimentos em sua vida, por exemplo, um fator importantíssimo para esse processo é ver o que você ama desaparecer, virar pó novamente, morrer... É certo que o nascimento é o principio da morte, como aconteceu com o Cristo e como vai acontecer com cada um de nós. Mas a pergunta que quero lhe fazer é ... Será que estamos preparados para tamanha façanha da vida, ou melhor, como nos convém dizer, da morte? Ou será que de tanto ver esses fatos em noticiários logo pela manhã ou em nossa própria casa, acabamos nos tornando tão frios quanto os anjos da morte ou como um dos irmãos relatados no livro sagrado, a bíblia, a qual um mata o outro por pura inveja... Se nascer fosse uma escolha muitos não nasceriam, não é mesmo?!... Mas fazer o que, muitos já não nascem, são mortos ainda no ventre, quando descobertos por "pais" que não os desejam... Será esses alguns dos motivos pelos quais os alienígenas não falem com a gente, Cler? Com a raça humana amada por Deus... É certo que Deus os fez a sua imagem, mas Ele deve ficar muito arrependido e decepcionados com alguns de seus filhos... O Homem, deduzir, é sua própria destruição...

-Acredito que a morte não bate na porta, Bryan, ela é uma intrusa, ela simplesmente invade e arranca o que você mais ama, ela destrói seu coração tirando de você o mais importante e as únicas coisas que ela deixa é a dor, o sofrimento e a saudade que fica grava em seu coração como uma tatuagem que toda vez que você olha, você lembra o quão doeu... E a respeito dos alienígenas... Você fumou maconha? -Perguntei rindo da situação.

-Não, Cler. Disse Bryan também sorrindo. E em seguida se fez um longo silêncio até que...

-A morte de seus pais foi seu primeiro contato com esse mundo fúnebre, Bryan?

Ele olhou fixamente para mim e respondeu. - Não... Mas você vai rir se eu te contar.

-Que isso, pode me dizer...

-Tudo bem...

Bryan pegou seu celular, parecia procurar algo, ficou alguns minutos até que...

-Veja você mesma. Disse Bryan me entregando seu celular. Então comecei a ler. Era um texto que antecedia alguma foto em seu Instagram:

"Como assim, você chega, faz a gente feliz e morre de repente? Pandora, você não tinha esse direito sua danada, você foi uma cachorrinha amada. Como eu fico agora? Quem vai me acorda de madrugada mordendo meu pé para que eu a coloque na cadeira porque você queria dormir? Quem vai ficar mordendo minha perna querendo brincar quando eu chegar em casa? Quem vai pular na minha coxa ou colocar a cabeça no meu colo pedindo carinho? Quem vai ficar me esperando sentadinha balançando o rabo quando ouvir eu chegando? Eu sei que você sabia que era eu, eu sei... Quem vai espalhar todo o lixo pela casa? (Risos) Você era profissional nisso... Ah, Pandora, você enfrentou a doença como pôde... Não te esquecerei... Você já esta fazendo falta... 19/03/2002"

- Eu entendo, Bryan, a gente se apega a esses bichinhos mesmo, afinal,  eles nos dão mais amor do que muita gente por aí, pois infelizmente o ser humano é um ser muito cruel...

-Mas Enfim, Cler, era só uma cachorrinha e isso já faz muito tempo, eu tinha apenas 7 anos.

-Sei...

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Olá gente!!! Espero que gostem desse novo capítulo. Foi meio louco, mas esta valendo. Rsrs. Parte dele é dedicado a minha cachorrinha que morreu dia 25/01/17, que triste :'( , claro que no texto sobre ela aqui no capítulo eu mudei algumas coisas, mas o verdadeiro esta no meu Instagram @alexv1996 . Beijos!