Eva narrando
Peguei alguns curativos dentro do banheiro e trouxe para a sala, olhei para os dois e percebi que Alex estava mais machucado do que Guilherme. Parei em frente do mesmo e molhei um pano limpo com soro fisiológico e passei ao redor do seu nariz sangrento. Ele tentou desviar, mas não desisti de ajuda-lo.
—Dá pra parar? —Resmungo e passo mais um pouco para tirar o excesso de sangue.
—Você só pode estar de brincadeira, não é, Eva? —Guilherme indagou, com a voz indignada.
Meu coração estava apertado. Senti uma pontada tão forte que podia jurar que alguém estava enfiando uma estaca em meu peito. Tentei desviar dessa sensação e me concentrei no nariz e na boca machucada de Alex.
—Depois vou ajudar nos seus ferimentos, Guilherme. —Respondo.
Só ouvi um barulho estridente no chão, quando fui ver era Guilherme jogando o quadro de fotografia onde estavam Alex e Lorenzo abraçados no chão, estilhaçando o vidro. Destruindo todo o quadro.
—PARA COM ISSO GUILHERME. —Gritei.
Ele estava transtornado e muito furioso. Olhei para a Sandy e a vi assustada, só que ainda assim entendeu o meu olhar e veio até a mim e ajudou Alex nos ferimentos.
—Obrigada. —Digo e olho para Alex, que parecia estar chateado.
Levanto-me e lentamente vou até Guilherme antes que ele põe a minha casa para baixo. Ponho as mãos em seu punho posicionando para baixo, ele continuava com a cabeça abaixada e bufando bastante.
—Me deixa...
—Não toca em mim. —Disse entre dentes.
Soltei seus punhos e dei um passo atrás. Balanço a cabeça concordando e me afasto definitivamente dele.
—Vou trocar de roupa. Tente não se matar. —Falo e caminho para o meu quarto.
Tudo estava do mesmo jeito. Abri a cortina e a janela para entrar um ar. Arrumo a cama e pego um short e uma blusa de dentro do guarda roupa e vou para o banheiro. Escovo os dentes e em seguida tomo um banho gelado, deixo a água banhar todo o meu corpo. Minha esperança era que aquela ducha me deixasse mais relaxada, mas só fiquei mais nervosa.
Não conseguia parar de pensar no Lorenzo. Meu peito estava em chamas e doía bastante.
Chorei um pouco por tudo o que aconteceu. Agora Guilherme mal me deixa toca-lo e tudo por causa de sua infantilidade aguçada.
Enxugo-me e ponho a roupa, passo um pouco do meu hidratante e ajeito o cabelo em um coque. Ponho o meu relógio de pulso e saio do banheiro me sentindo um pouco melhor.
Os dois ainda continuavam parados. Guilherme emburrado no canto e Alex sendo cuidado por Sandy que ao olhar os dois melhor, parecia um casal. Podia ver um brilho em seus olhos azuis escuros quando tocava em Alex. Ela parecia gostar dele.
Mesmo me sentindo mal ao ver aquela cena, poderia torcer pelos dois.
Vou até a cozinha e bebo um pouco de água. Escuto a respiração pesada de Guilherme atrás de mim e sua mão abrupta pegando o meu copo da minha mão e bebendo o resto da água. Não me virei para ele, não queria nem olhar em seus olhos.
—Como vai ser Eva? —Questionou. —Vai ficar comigo ou com o desgraçado ali?
—Você não consegue parar só um minuto?
—Parar? Eu perdi quase quatros anos da minha vida e agora você me pede pra parar? Porra. Presta atenção no que você está fazendo pelo menos uma vez na vida. Não vou ficar implorando por você, isso não vou fazer mais. A única coisa que eu quero é dizer para o meu filho quem é o pai dele, eu quero aproveitar a vida ao lado do meu filho e eu não me importo se você vai estar lá ou não. —Disse ranzinzo.
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OPERAÇÃO NO MORRO
RomanceEva? Uma mulher forte, determinada e orgulhosa. Está na luta para banir o tráfico no complexo do alemão. Não gosta de bandidos e fará de tudo para deter cada um deles. Guilherme? Um homem guerreiro, gerente do tráfico do complexo do alemão, braço d...