Capítulo 01

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Eu estou vendo através do véu, Sam está na janela admirando sua vizinha, o nome dela é Julia Vieira. Alta, morena, de cachos extremamente perfeitos e olhos castanhos. Em quanto Sam admira Julia, eu admiro Sam, e quem me admira? meu pequeno coelhinho branco, eu o chamo de Alberto, ele deve ser o único que não me acha estranha e desqualificada para ser uma fada protetora. Nessas horas me pergunto será que Sam me acharia uma boa fada protetora?

Talvez não. Mas eu sou muito feliz por poder ser a fada de Sam. Ele é meu humano favorito, a Julia finalmente percebeu que Sam está olhando para ela, daqui posso ver as bochechas de Sam corarem, vejo seu sorriso torto aparecer em seu rosto. Ela acena e morde o lábio. Eu sinto anseias de vômito e paro de observar. Bato minhas asas bem forte e bem rápido, estou cansada de ver Sam babando por essa mundana. Sam é tão bobo que nem ver que ela só está jogando com o seu pobre coração. Eu ainda estou batendo as asas e resmungando para meu coelhinho, quando bato de frente com Amanda. Suspiro exasperada.

— Será que você nasceu sem a habilidade de ver também? —  ela põe sua mão em sua testa e esfrega para passar a dor. 

—  Oras, não quis machucá-la, mas estava demasiadamente distraída. Alberto e eu discutíamos sobre o meu humano. —  ela revira os olhos. 

— Seu humano? isso é se você continuar sendo uma protetora. Se o conselho for sensato colocará outra fada em seu lugar. Você não é apta para proteger ninguém, onde já se viu uma fada sem habilidades especiais. — ela balança a cabeça. —  você se tornará uma curandeira e olhe lá. Seu humano será dado a outra fada. —  ela sorri vitoriosa.

— Não. —  eu grito. —  Sam é meu humano e ninguém pode mudar isso. Eu nasci no mesmo momento que ele, ele é um onze. —  eu aponto para meu peito. —  e eu sou uma onze, lembra? E-l-e-v-e-n.—ela balança o corpo em despeito. 

— Por em quanto. —  ela bate as asas fortes e voa rápido, derramando pó de fada sobre mim.—  acho que você estava mesmo precisando de um pouquinho de brilho. —  ela ri e sai. 

Olho para Alberto que parece entender o meu olhar. O abraço forte e deixo uma lágrima escorrer. Então digo para meu coelho Alberto.

— Eles não podem tirá-lo de mim. Sam é meu humano. Eu não vou deixar ninguém mudar isso. —  Alberto me olha e responde. 

— Acho que você está se apegando demais a esse humano. —  sim, coelhos falam. Ele encolhe as orelhas.

—  Você também acha que não sou capaz de cuidar de Sam? —  choramingo. Ele balança a cabeça em exasperação. 

— Que tal aterrissarmos em terra firme para conversar melhor sobre isso? —  aceno um sim com a cabeça.

Eu voou para um campo vazio porém cercados de flores de todas as cores e tamanhos. As flores soltam seus perfumes e o ar puro e cheiroso inunda todo o lugar. As árvores se mexem com o ar. Tornando possível ouvir o ar passar por entre seus galhos. Suas frutas são grandes e coloridas, eu sinto o gosto só de olhar. Alberto que o diga! ele está até babando. 

— Vamos Alberto. —  o ponho no chão. —  te trouxe aqui para conversamos e não para fazer um lanche fora de hora! —  Alberto rosna e eu rio. 

— Eu acho você totalmente capaz de proteger o S. Adams. —  eu rio "S. Adams". —  mas acho que você deveria procurar outros passa-tempos. Quando você não está na Academia das Fadas Protetoras está vendo Sam através do véu. —  eu reviro os olhos e minhas asas batem. — eu só temo que você se apaixone por Sam. —  eu fico horrorizada e elevo minhas mãos a boca em sinal de espanto.

— Jamais. —  declaro com horror. 

— É apenas um medo de um coelho velho. Mas se isso ocorresse, seria seu fim Eleven. Você sabe, fadas só amam uma pessoa durante toda sua vida. E se você o amar o véu vai separa-lo de você para sempre. —  ele pula para perto de uma árvore e apoia suas patas.— você amaria alguém que você nunca poderia ter. — Eu jogo um fruto da árvore na cabeça de Alberto. —  aí!

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