Prólogo

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  A única coisa em que consigo pensar agora é em correr, correr pra longe dessa casa, pra longe do meu pai. Ele é a pessoa na qual mais temo nesse mundo, só quero fugir, pra mais longe que eu puder, eu preciso de ajuda, preciso me salvar. Eu queria que isso fosse apenas um sonho, um terrível sonho, em que qualquer hora eu poderia acordar, e me livrar desse desespero.

  Por mais que eu corra, nunca estarei longe o suficiente de meu pai. Se é que devo chamá-lo assim...

  Essa floresta parece não ter fim, chego a pensar que estou dando voltas e voltas sem parar, mas não posso perder a esperança, tenho que continuar correndo, sem ligar para qualquer obstáculo que me apareça, eu só quero fugir.

  Finalmente, depois de um longo tempo correndo, consigo enxergar uma estrada, com prédios e mais prédios. Por um momento fico feliz, até ouvir um grito.

  - Neeeemesis...!! Onde se esconde, querida?!

  Me desespero, corro mais rápido, quando me dou conta, já estou na estrada. Dou um sorriso, me viro para trás, para ver se ainda estou sendo perseguida. A alguns metros de distancia, vejo duas luzes brancas enormes, não consigo identificar o que é, então, num piscar de olhos, sinto uma pancada enorme e sou jogada para o chão, e antes de desmaiar, só me lembro de ouvir um grito de desespero.

                                                            ~ Algum tempo depois ~

  Tento abrir os olhos, devagar e com cuidado, tentando identificar onde estou, mas a luz forte do local não permite que eu abra os olhos por completo. Tento me levantar, com um pouco de dificuldade por causa das dores, mas finalmente consigo. O lugar está vazio, tem apenas uma cama e um suporte de soro, com uma bolsa do mesmo, e uma de sangue. Olho para meu pulso direito e vejo que os cabos das bolsas estão ligadas a ele. Tento chamar por alguém, mas falho. Após um tempo olhando para a janela fechada, ouço a maçaneta mexer.

  - Acordou, querida? - uma mulher, um tanto jovem, vestida de branco, pergunta.

  - Ah, sim... Dra... Eva. - forço os olhos para enxergar seu nome escrito no avental.

  - Oh... Seu soro está acabando! Já volto querida, irei pegar outra bolsa, mas não se preocupe, essa será a última e acabará rápido.

  - Hey... - digo antes dela sair - a quanto tempo... estou aqui?

  - Duas semanas... Soube que foi atropelada, porém quando chegou aqui, vimos que há ferimentos em seu corpo totalmente diferentes dos de um atropelamento. Gostaria que conversasse comigo mais tarde sobre isso. Ah, e logo, logo terá uma visita.

  Sorrio para ela e abaixo a cabeça, torcendo para que a visita não seja de meu... ''pai''.

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⏰ Última atualização: Mar 05, 2017 ⏰

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