1° DE JANEIRO DE 2016

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–Cassie!Filha, eu cheguei! -bati a porta de entrada e joguei minha bolsa no sofá subindo as escadas calmamente –Cassie...? Filha, esta estudando? -Abri a porta lentamente e rodei meus olhos pelo quarto até encontrar uma poça de sangue vinda do banheiro, caminho lentamente e abro a porta em desespero sentindo um aperto inimaginável no coração ao ver aquela cena –OH MEU DEUS, CASSIE!

1 ANO ANTES

Sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

As pessoas dizem que escrever faz bem, faz nós colocarmos tudo de ruim para fora, faz nós sentirmos um alívio emocional. Eu espero que isso seja verdade. Eu queria poder esquecer tudo o que eu passei no ultimo ano, eu queria poder deletar uma parte do meu cérebro e escreve-la novamente só com coisa boas. Mas isso não é possível. Meu psicologo disse que ter um diário seria uma ótima forma de eu esquecer as coisas, e é isso o que eu vou tentar.

O último mês do ano passado fez eu me sentir um lixo.

Eu estava na aula de artes, o professor me pediu para eu desenhar o que eu mais tinha medo, e eu tinha que enfrentar aquilo em forma de desenho. Eu não me lembro muito bem o que aconteceu, eu tinha esquecido de tomar meus remédios.

Eu desenhei eu mesma, uma forma obscura e demoníaca de mim, mas, o desenho em minha mente foi se tornando realidade, tudo ficou embaçado, e eu simplesmente não consegui fazer nada a não ser gritar por socorro.

Um dia depois o vídeo da "garota esquisitona esquizofrênica" estava com mais de um milhão de visualizações no Youtube.

Todos riam, riam de mim. E eu chorava, soluçava, e de raiva, arrancava meus loiros fios de cabelo. Eu não me importava, não me importava com nada. Eu já sofri demais para me importar com alguma coisa.

Ontem era ano novo, minha mãe estava feliz, e se ela esta feliz eu também estou. A casa toda estava decorada, como se isso fosse mudar a tristeza que vive dentro dela.

Eu resolvi passear um pouco, pegar um ar fresco... Ouvi gritos, agudos e altos, eles entravam em minha cabeça com tanta facilidade que eu não conseguia decifrar de onde vinha. Um homem moreno saiu de trás das árvores, abotoando sua calça, nesse exato momento os gritos se cessaram. O homem notou minha presença e fez um sinal de silêncio com o dedo. Eu me virei tentando recuperar minha consciência mas logo ouvi um grito pedindo ajuda. Uma mulher loira, magra, anoréxica talvez. Ela tinha poucos fios de cabelo em sua cabeça e seu tom de voz parecia fraco, andei até ela e a mesma se encolheu ao me ver. Ela olhou pros lados a procura do maldito homem, ele provavelmente deveria estar muito longe.

A moça loira me contou algumas coisas sobre ela, seu nome era Lucy, eu a levei até minha casa. Minha mãe a socorreu muito bem.

Lucy esta morando aqui com a gente, posso a considerar como uma irmã. Irmãs guardam segredos, e o de Lucy esta guardado comigo, assim como o meu esta guardado com ela.

Suicidal ;; Diário de uma suicidaOnde histórias criam vida. Descubra agora