Hoje é o último dia que minha família ficará no Caribe, amanhã voltamos para nossa casa. Estou sozinha no meu quarto e pensando como estou bem. Fui a duas festas com minha família, li alguns livros, assisti a filmes. Conversei com minhas amigas, chorei, chorei muito e quando eu digo muito, é muito mesmo, mas a cada dia a dor e a vontade de chorar iam diminuindo. E eu estava começando a ficar feliz de novo.
Lembrei de quando fui ao Texas com Dayse e Giulia, não sei porque fomos parar lá, mais nos divertimos muito dançando num bar de beira de estrada. Coisa que não faço mais na minha vida.
Eu passei dias suficientes aqui para chorar toda a mágoa e dor que eu sentia. Foi revigorante, e como eu já disse, a minha queda não teria sido tão dolorosa se eu tivesse me deixado cair sem paraquedas, quando o meu arrebentou foi mais difícil do que eu pensei. Minha lágrimas foram como uma cachoeira nos primeiros dias, na primeira semana. Foi terrível, eu pensei que fosse morrer, mais não morri, com o tempo as lágrimas foram cessando, eu chorava por cinco minutos e então no outro dia eu chorava por quatro.
As lágrimas começaram a ficar escassas, e tinham dias que eu nem chorava, apenas ficava indisposta, mais hoje eu estou bem, estou mais feliz. Ainda tenho uma pontada de dor. Quase imperceptível. Mas também não é um milagre, para ser do dia para a noite, sei que também não estou pronta para um relacionamento agora. E sei que mesmo se estivesse eu não iria querer, preciso ficar livre por um tempo. Desimpedida, solta ao vento como folhas de cerejeiras que caem no outono, como cascalho que voa por aí. Eu preciso de um tempo para mim, para ir às festas e curtir mais as duas melhores amigas do mundo que eu tenho.
Por falar nelas, não vejo a hora de poder encontrá-las assim que chegar a Nova York.
Elas se preocupavam tanto que dava vontade de guardá-las num potinho. E ficar olhando as duas de olhos arregalados.
Amanhã quando eu voltar para casa, serei uma nova Liv, uma nova Olívia Ortiz. Uma que não sente mais nada pelo ex namorado traidor e hipócrita. E eu me sinto tão bem com isso, que poderia sair por aí gritando que não estou mais sofrendo por ele, pelas coisas que ele fez. E por tudo o que me fez passar.
Será meu livro em branco para que eu mesma comece a escrever minha nova história, cheia de felicidade e momentos alegres.
Vou voltar para a escola, e vou estudar, me concentrar em realizar meus sonhos, esquece os males, pensar mais em mim e nas pessoas ao meu redor que me querem bem.
Até a praia parece mais bonita hoje, talvez seja meu coração limpo e puro dos males. Talvez seja minha mente que só pensa em ser feliz, em estudar para poder cursar teatro. Ou talvez meus olhos não mais embaçados pelas lágrimas que podem ver melhor agora.
Não importa o motivo real, só importa que eu estou ótima, feliz e sorrindo por tudo, mais desta vez não é fingimento, são sorrisos sinceros e cheios de esperanças.
Minhas noites foram conturbadas, mais hoje eu durmo como um anjo.
Mesmo que tudo senha sido difícil, mesmo que durante meu período de negação eu tenha me sentindo presa numa bolha com medo de que o ar acabasse a qualquer momento, por mais que esse tenha sido meu pior momento, eu sei que novas coisas virão e que serão ainda melhores. Também sei que muitas coisas ruins vão acontecer daqui pra frente, mas quem liga? Quem se importa? Eu não. Não estou mais preocupada com o futuro ou o que ele me reserva, eu só quero viver o agora, porque essa é a parte mais feliz da minha vida.
Depois de tudo que passei, enfim eu posso começar o meu recomeço.
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SE DEIXEM CAIR SEM PARAQUEDAS, A DOR É MENOR SE SENTIR DE UMA VEZ, eu prometo.
Assistam o último episódio da 6° Temporada de The Vampire Diaries e escutem com atenção o que Elena Gilbert diz a Alaric Saltzman.
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Recomeço
Short StoryLiv está tentando superar uma decepção amorosa, mas o tempo que ela passou em negação está dificultando um pouco o trajeto, mais isto não importa. Ela entrou de cabeça e vai até o fim.