casal legião urbana

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Já era mais de 19:00 quando terminei minha conversa com Lucas, tínhamos passado a tarde inteira trocando mensagens.

Admito ter ficado surpresa por conseguir ficar mais de 20 minutos  com ele, parecia que nunca morria o assunto.

Fiquei decepcionada comigo por nunca ter sentado, conversado e descoberto antes as coisas em que concordamos, e sim, ele esteve certo em dizer sobre as coisas em comum que ultrapassava os amigos e até a música.

Descobri que ele é bom quando o assunto é política, um dos temas que mais estudo e sou boa em responder, mas Lucas deu sorte que compartilhar os mesmos ideais que os meus. Apenas discordou por eu ser vegetariana e estar querendo virar vegana, ele disse que não conseguiria viver sem carne e que querendo ou não, era nossa cadeia alimentar. Por outro lado não quis dar meu discurso moralizado, aliás estávamos nos dando bem e talvez eu devo pegar um pouco leve nesse aspecto.

Então Lucas disse que precisava ir para o treino e claro que usei a desculpa de precisar terminar algumas lições de casa.

Minha mãe está pedindo alguma coisa para o jantar já que ela se recusa a cozinhar nos dias de semana, então aproveito que ela não me chamou por ajuda, para ficar uns 20 minutos no banho.

Tá, eu sei que a água no mundo está acabando, mas na verdade eu fico 10 minutos sentada no vaso sanitário mexendo no celular e escutando música no radio que meu vô me deu no ano passado.

Meu avô paterno é uma figura! Ele é um dos influenciadores para eu gostar e viver música, depois do meu pai, claro. O carinha trabalha em um estúdio tão maneiro!

Eu costumava ir lá quando era menor e assistir ele trabalhar naquelas mesa enorme cheia de botões coloridos.

Meu pai optou por uma profissão diferente do meu avô, por mais que ele também é seja viciado em música e instrumentos, decidiu entrar no curso de contabilidade e foi lá na faculdade que conheceu minha mãe que fazia, medicina naquela época para mais tarde se especializar em psiquiatria.

Meu avô diz que assim que meu pai descobriu que minha mãe se chamava Monica, ele não esgotou ideias para conquista-lá, até porque não tinha como dar errado um casamento entre Eduardo e Mônica.

Voltando a história do rádio do banheiro... Ano passado meu vô não sabia o que me dar de aniversário, para falar a verdade eu tinha pedido um vinil de City and Colour, mas ele infelizmente não achou aqui no Brasil e disse que sairia muito caro se comprasse pela internet, então ele decidiu me dar aqueles rádios pequenos que tem entrada para pen-drive e cartão de memória. Assim como eu, meu avô é viciado em playlist, desde que apresentei o Spotify para ele, o velho não para de criar as suas listas, até dividimos a conta! Então ele me deu a ideia de gravar minhas músicas preferidas em um cartão de memória e colocar para tocar enquanto tomo banho.

E é exatamente o que eu faço desde Junho do ano passado, gravo minhas músicas preferidas, de preferência as tristes e coloco para tocar. Uma delas é Little Hell de City and Colour, o meu cantor favorito da atualidade.

A música é linda, desde a letra até a melodia. Brinco que assim que eu gostar de alguém fortemente um dia, irei dedicar Little Hell para ela e a pessoa pode ter certeza que estarei extremamente apaixonada.

Mas Gabs diz que isso vai demorar um pouco para acontecer já que mudo de crush a cada mês. O que não deixa de ser de verdade, quanta vezes vou ter que repetir que sou geminiana?!
Funciona assim, eu me apaixonou por um, quando vou ver estou apaixonada no amigo dele e pelo carinha que me desejou bom dia, daí não aguento sofrer por ninguém e acabo desistindo no mês seguido. Mas nunca cheguei a amar ninguém, sabe? Sou pedra dura quando o assunto é amor, porque é um sentimento tão forte que não posso sair por aí dizendo que amo a pessoa igual faço dizendo que Lucas é metido (e me arrependo agora).

Dedilhando O AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora