Domanomaníaco

O Viajante

Depois de um dia cansativo de serviço, esperada a hora tão querida de sair me livrar de todo aquele fardo do dia, aquela correria, prazos, e tudo isso que só quem tem um emprego no sistema de escravidão sabe que eu estou falando, enfim depois desse martírio chegou a hora tão esperada, eu iria me livrar e afogar todos meus desejos e anseios, em um copo de cerveja bem gelada, aquela que quando desce da uma refrescância, da um tuim na cabeça de tão gelada que esta, que quando você toma nem lembra mais do que houve há alguns segundos atrás.

Enquanto eu estava naquele recinto onde todos os problemas fogem da mente, não conseguia pensar em mais nada a não ser saborear aquele néctar dos deuses, que fora reservado para mim.

Deve ter passado muito tempo que não consigo lembrar, nem quanto tomei, mais quando acordei eu estava em um lugar que não conhecia, dormi em um beco que não me recordava como fui parar La, pior que não me lembrava de onde estava meus documentos, meu dinheiro nada.

Por fim abri meus olhos lentamente, pois estava um dia de sol tão brilhante fora do comum, parecia que nada bloqueava aqueles raios solares, nenhum sinal de fumaça, fuligem, nuvens nada, era o sol mais brilhante que eu já havia visto.

Quando abri realmente meus olhos e dei aquela olhadela rápida em volta, tentei me localizar, não vi nenhuma viva alma, naquele local, imaginei então ser alguma rua residencial, e que todos estariam fora trabalhando ou as donas de casa com seus filhos dentro de suas respectivas com seus afazeres essas coisa de família.

Comecei a caminhar, mas nem sei qual direção segui, mas caminhei, meus pensamentos estavam longe, estavam imaginando, o que diria quando chegasse ao meu emprego, se é que eu estava disposto a ir para La, caminhei não sei por quantas horas como não estava prestando atenção no caminho, nem tão pouco preocupado com as horas, pois eu devaneava muito acabei chegando à outra rua que não era nada familiar, foi ai que me dei conta, de que eu realmente estava perdido, não sabia como chegara naquele lugar, nem como do jeito que eu e encontrava há horas atrás, mas como diz a velha máxima, "Deus protege as criancinhas e os bêbados" então eu fiquei intacto.

Já estava ficando cansado de tanto andar, como não uso relógio não sabia quantas horas já havia caminhado, nem que horas era, estava realmente perdido em todos os sentidos.

E se perguntarem "mas com toda modernidade, de hoje, você não tem um celular?", quando você ta num dia de azar, ate urubu defeca na sua cabeça, pois é o maldito celular estava descarregado, da pra acreditar?

Então eu estava perdido, sem horas e nem comunicação? Mas ainda podia sanar todos meus problemas com uma simples pergunta a alguém que eu encontrasse na rua, certo?

Foi ai que percebi cadê as pessoas? Aonde esta o povo? Olhei em volta e fiquei espantado, não havia uma só alma nesse lugar imenso.

Então parei e comecei a olhar para todos os lados, tentando encontrar alguém, fui ficando com uma terrível sensação, de que algo realmente estava errado, fora do controle.

Sentei na calçada, e fiquei pensando, o que havia acontecido, onde eu estava onde Estavam às pessoas, foi ai que percebi que os animais todos estavam ali olhei em volta de algumas casas, vi cachorros latindo, alguns gatos transitando nos muros, próximos aos cães vi pássaros sobrevoando o céu, insetos etç, mas nada de gente.

O tempo foi passando e eu já estava com fome, decidi caminhar e encontrar algum lugar pra poder comer algo, foi ai que me lembrei de que estava sem meus documentos e minha carteira com dinheiro, revirei o bolso da calça, minha jaqueta e encontrei alguns trocados, pouca coisa mais daria para uma refeição e algo pra beber.

Caminhei mais um pouco e logo encontrei uma lanchonete aberta, entrei e para meu espanto novamente não havia ninguém, chamei, gritei e ninguém me atendeu, cadê o dono? Gerente ou algum funcionário? Não havia exatamente ninguém, só o som do eco reverberava naquele local, quanto mais eu ia entrando mais ouvia somente meus passos.