Os primeiros raios de sol começavam aparecer enquanto Louis guardava seus materiais de pintura. Ele trabalhara a noite toda naquele quadro, tinha a mania de ser perfeccionista em qualquer ocasião. Uma mistura de cores que na cabeça de Louis parecia ter sentido. Não o culpe de fazer telas com um monte de rabiscos ou cores jogadas sem sentido. Isso era um misto de abstracionismo e confusão, que para o menino de olhos azuis tinha sentido.
Aliás abstrata era a forma que Louis pintava. Abstrata era a forma que sua vida funcionava.
Desde que nascera Louis apresenta dificuldades de reconhecer rostos por culpa de um distúrbio chamado prosopagnosia. Ele não adquiriu isso, ele nasceu assim. Hereditariamente foi passado para ele. Ainda não se sabe qual é o gene responsável por essa doença, o que se sabe é que para Louis rostos são como suas obras abstratas: Louis entende suas obras, mas não entende rostos. Nós entendemos rostos, mas não entendemos suas obras.
Cada pessoa presente em sua vida é identificada pelo seu modo de vestir, seu corpo, seu cabelo, sua voz ou a cor de seus olhos. Sim, ele consegue distinguir o que são olhos, boca e nariz, sua única dificuldade é juntar tudo isso para formar um rosto. Como já disse tudo é abstrato.
Essa doença tem diferentes graus e o grau de Louis não é tão avançada ao ponto dele não reconhecer o rosto de ninguém, ele conseguia ver detalhes. Ele tinha sorte por isso.
A sua dificuldade não está apenas em identificar rostos, sua dificuldade também está em guardar rostos. A pior coisa era quando uma pessoa querida ia falar com ele e ele demorava responder só porque estava tentando identifica-la.
Se você lhe perguntasse se existe lado bom nesse distúrbio, Louis diria que sim. Para ele pessoas com prosopagnosia conseguem se apaixonar verdadeiramente, elas não vão ligar para a aparência de seu rosto, elas vão se apaixonar pelos seus pequenos detalhes ou o modo que você a trata. Conquistar o coração de Tomlinson não é tarefa fácil.
O importante é que Louis é feliz. Feliz com seus quadros. Feliz com sua família. Feliz porque a vida dele é do jeito que ele sempre sonhou.
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Assim que Louis entra em seu novo apartamento a primeira coisa que ele observa é a falta de cores daquele lugar. Como alguém consegue viver em um lugar onde todas as paredes são brancas?
Decidido reverter aquela situação, ele se despede do corretor de imóveis e começa tirar as tintas que ele usaria para pintar aquelas paredes.
Mil possibilidades passavam pela sua cabeça, algumas boas e outras nem tanto. Ele só precisava encontra a possibilidade perfeita.
Depois de muito pensar ele começou pintar aquela confusão de cores que só ele entendia. Usou principalmente tons de verde e azul. O motivo? Nem ele entendia, apenas achava que aquelas cores eram perfeitas para estarem juntas.
Quando terminou as paredes da sala, percebeu que o dia já estava dando lugar a noite e se perguntou quanto tempo passou fazendo aquilo.
Após guardar todos os utensílios que ele havia usado. Pegou seu celular e mandou uma mensagem para Liam, seu melhor amigo e a única pessoa fora os seus familiares que sabia de sua doença. Ele preferiu manter assim, em forma de segredo, não queria que um distúrbio atrapalhasse sua vida profissional.
Louis: estou com tédio, passa aqui em casa e trás pizza?
Dentro de alguns segundos sentiu seu celular vibrar em cima de sua perna.
Liam: posso levar o Zayn?
Liam e Zayn se conheceram em um karaoke. Liam havia acabado de sair de um longo e perturbador relacionamento com Sophia Smith, naquela noite ele queria apenas algo para distrair sua cabeça e Zayn foi sua distração, assim que ele começou cantar Liam se apaixonou por aquela voz e pelo dono dela. Depois dessa noite eles tiveram diversos encontros e por insistência de Louis porque ele não aguentava mais Liam falando o quanto amava Zayn, Liam finalmente o pediu em namoro.
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I Remember Your Face (Larry Stylinson)
FanfictionLouis é um grande pintor com uma doença que lhe impede de reconhecer rostos. Harry é um fotografo e admirador de Louis.