Eu não sei como começar isso. Eu sou apenas um garoto de 15 anos que teve, e ainda tem, muitas oportunidades na vida, mas insiste em jogar tudo no lixo. Por favor, não me entenda mal, eu não vim aqui mostrar o quão miserável é a minha vida, porque ela não é! Mas quando disseram que ter tudo o que se quer não te torna feliz eles não estavam brincando.
Meu nome é insignificante. Resta saber que nas linhas a seguir você se deparará com uma pessoa que desistiu de si mesmo. Por isso não se assuste caso presencie sessões de intenso masoquismo e auto depreciação. Por favor, não me julgue, eu não tenho muito com quem falar, na verdade eu até tenho, mas elas não me ajudam muito. Por isso aqui estou eu, escrevendo em um site de amantes literários. Seria o fim do poço? Para alguns sim, mas eu gosto de escrever, procurar as palavras certas para descrever o que se sente. ISSO É INCRÍVEL!
Hoje mesmo eu terminei de ler um livro e sabe quando você fica indignado se perguntando como um livro consegue ser tão bom? Chega a ser engraçada a forma como alguns autores conseguem nos alcançar tão profundamente apenas com palavras. Eu li a última frase e fiquei pensando: "Meu Deus isso não está acontecendo comigo!". Era um misto de sensações e eu desabei a chorar, mas não de tristeza, OK, talvez fosse um pouco de tristeza, mas era muito mais que isso. Eu estava maravilhado. Alegria, empolgação, esperança, tristeza, ansiedade, raiva, indignação, amor. Amor! Como um único livro consegue fazer isso com você?
O nome dele é Não se apega não e deveria ser obrigatório ler ele ao menos uma vez na vida. Era por volta das cinco horas da manhã quando eu terminei e então eu fiquei rolando na minha cama chorando e depois eu ajoelhei e comecei a bater minha cabeça na cama. Eu não sabia o que estava acontecendo!! AQUILO É MUITO BOM! Não que eu estivesse mal... Eu estava bem, muito bem! Com uma sensação de "posso continuar", uma esperança, uma coisa boa sabe? Mas sei lá... Ai não sei explicar!
Livros fazem isso comigo. Conseguem despertar sentimentos profundos dentro de mim que as vezes acho que precisam ser extravasados. Como A garota no trem... AQUELE LIVRO É SENSACIONAL! Nas partes mais pesadas do livro eu lembro que eu sentia um aperto no coração e eu podia entender ela! Eu conseguia sentir, imaginar, quase que vivenciar, o que ela estava sentindo e poxa vida!! Como foram maus com ela!
Músicas, normalmente, não conseguem chegar tão fundo, mas suas histórias sim. Ao ouvir uma música eu posso passar horas apenas imaginando o que levou aquele compositor a escrever aquilo, o que ele estava sentindo, onde ele estava. Não posso acreditar que tudo seja um grande comércio e que não exista sentimento nas palavras que leio por aí. Me recuso a acreditar nisso!
Eu comecei a escrever muito cedo, desde pequeno adorava criar histórias. Acho que eu me sentia capaz de fazer qualquer coisa e, apesar de eu sempre planejar um final feliz, as reviravoltas da minha história sempre faziam minhas obras terminarem em grandes tragédias. A ficção se tornou real e a tragédia passou a ser a minha vida. Primeiro externamente, depois internamente.
As feridas que as situações fizeram cicatrizaram por fora, mas a hemorragia interna é grave. Poucos, ou ninguém, me entende e eu não os culpo por isso. Afinal, nem eu me entendo. Nessas férias estou lendo como se não houvesse amanhã. Engulo livros à todo instante e isso me fez repensar muita coisa. Acho que nunca estive tão certo e com tantas dúvidas como estou agora.
Por exemplo: Estou no segundo ano do ensino médio, ano que vem terei que escolher qual profissão exercerei pro resto da minha vida e cada dia mais minha dúvida aumenta entre medicina e matemática. Outra dúvida que tenho é se devo, após o terceiro ano, dar uma pausa nos estudos, para ter uma vivência diferente ou algo do tipo. Quem sabe trabalhar em alguma coisa legal? Ser voluntário em algum programa, não sei.
Ai a minha vida é uma bagunça completa viu! Eu só queria ter respostas, mas parece que elas vão demorar um pouco a chegar. Enquanto isso a gente, como sempre, vai empurrando a vida com a barriga, à espera do dia em que, finalmente, as coisas vão começar a dar certo.
