Cap 18 - Incontrolável

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Clove on:

Dormir de um lado da cama e de repente acordar agarrada a pessoa que você tem uma queda é algo,além de inesperado, um tanto quanto embaraçador.

Com a cabeça encostada no peito de Cato,cabelos jogados em seus ombros descobertos,sua mão presa a minha cintura e minhas pernas entrelaças com as dele era exatamente como eu me encontrava,e acho improvável desfazer esse nó sem que ele acorde .

Seria inevitável esse momento constrangedor logo pela manhã,mas preciso admitir que essa posição estava extremamente confortável.

Me mexo devagar para não acorda-lo e retiro seu braço de cima de mim,mas é quando vou desentrelaçar nossas pernas e olho para verificar se ele ainda dormia que percebo aquela imensidão cinza de seus olhos a me observar. Não posso contar com a sorte mesmo!

- Bom dia! - Tento agir com naturalidade enquanto me espreguiço para levantar.

- Bom dia... que horas são? - Pergunta esfregando os olhos e logo em seguida passando a mão pelos fios loiros que era seu cabelo.

- Umas nove eu acho... - Respondo indo ao banheiro me vestir e opto pelo um vestido soltinho azul marinho que usei ontem à noite,além das minhas usais botas pretas de cano curto e um rabo de cavalo. Parecia bastante com uma roupa que a antiga Clove usaria,o que fez eu me sentir bem.

Libero o banheiro para que Cato possa usar,mas ele já estava devidamente vestido quando adentro novamente no quarto.

A camiseta de algodão branca e lisa que marcava seus músculos,juntamente com a calça jeans e um par de tênis muito parecido com aqueles que se usa para fazer trilha deixaria qualquer um com uma aparência bem normal,exceto ele. Cato estava incrivelmente delicioso vestido desse jeito!

- Tava te esperando, queria te mostrar uma coisa,Clove! - Avisa pegando sua arma e colocando no cós da calça.

- Agora? Não vamos nem esperar o pessoal para tomar café? - Questiono sem poder imaginar o que ele queria me mostrar.

- Não,é uma coisa que quero mostrar só para você! Mas temos que correr se quiser ver a tempo! - Explica - Tudo bem pra você se tomarmos café no meio do caminho?

Isso tá bem estranho,mas estou curiosa demais para me recusar a ir sozinha com ele nesse tal lugar.

- Tudo bem,deixa eu só pegar minhas facas e... ahh,esquece! Você escondeu elas! - Me corrijo quando lembro dessa infeliz realidade e ele dá aquele sorriso de lado.

- Relaxa,não vai precisar delas para onde vamos!

...

Havia mais ou menos uma hora que Cato dirigia o Cross Fox comigo sentada ao seu lado,mas foi somente quando adentramos em um campo aberto,com a placa de proibido ultrapassar que minha cabeça deu um nó de vez.

- Cato,para onde você tá me levando?! - Pergunto pela quinta vez,não me contando de curiosidade

- Já te disse,é uma surpresa! Cê vai gostar,confia em mim! - Responde concentrado enquanto passa a marcha e então volto a olhar pela janela,vencida.

Quando ele finalmente para o carro em frente a um monte de árvores e um monte de placas que informavam que era proibido a caça de animais,finalmente percebo onde estamos.

- Uma reserva florestal? - Pergunto saindo  e batendo à porta. Logo em seguida ele tranca o carro,dá a volta e segura minha mão,puxando-me para que o seguisse.

- Correto...mas a surpresa está dentro da reserva,há mais ou menos dois kilômetros. infelizmente não dá para chegar de carro até lá! 

- Você tá quase me matando de curiosidade! Custa dizer o que tem aí afinal? - Insisto enquanto caminho com ele a passos largos e ele sorri novamente.

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