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Angelina Moore

A dor de cabeça me acordou e eu só lembrava de sentir desespero, medo e da pancada forte. Procuro me mexer mas vejo que minhas pernas estavam flexionadas e encolhidas no meu corpo, tento me esticar e o lugar escuro era pequeno, pequeno demais, minha perna esquerda dormente começa a doer, levando o meu braço e ai percebo, eu estava em um capo de um carro, o desespero familiar volta e eu começo a socar o metal encima de mim, o ar estava ficando pouco. Queriam me matar daquele jeito? Sem poder respirar e aos poucos? As lembranças vieram e lembro de correr pra me salvar, lembro de chorar de doer os olhos e assim minhas lágrimas começaram a cair novamente, eu tinha sido sequestrada, ainda socando o capo mesmo sabendo que ninguém abriria para mim, começo a pensar em meu pai e como ele deve estar agora, preocupado com certeza, meu coração aperta e as lágrimas descem mais forte, minhas mãos já estavam doendo então desisto. O que queriam de mim? Mil hipóteses passam pela minha cabeça e ela doía mais cada vez que eu pensava em um jeito que eu iria morrer diferente.

- Me tirem daqui!!!!! - Grito

Eu mal conseguia respirar ali, cada vez pior e eu estava ao ponto de desmaiar novamente mas o carro para e o meu extinto de sobrevivência fala mais alto me fazendo ficar alerta e acordada. Escuto vozes, vindo em minha direção?

O capo se abre me fazendo ver dois homens com capuz na cabeça me puxando para fora do capo do carro. Eram dois?

- A boneca acordou... - Aquele tom de voz nojento fala

O ar bate em meu rosto mas eu não senti alívio e sim ainda mais medo e desespero, tento sair das mãos deles que seguravam forte o meu braço mas foi em vão. Já estava claro e aparentava ser cinco horas da manhã. Os sujeitos de preto mal vestidos me entregam para uns de ternos que me seguram ainda mais fortes, fico ali, fraca e parada só conseguindo chorar silenciosamente e vendo uma mulher de branco entregando uma bolada de dinheiro em suas mãos.

- Foi ótimo fazer negócio com vocês.
- A gente da o nosso melhor, mas tomem cuidado que essa ai é teimosa.
- Daremos o nosso jeito. - A mulher de branco fala

Eu mal tinha forças para escutar e enxergar direito, eu não comia a horas e meu corpo estava se apagando aos poucos. Eu fui vendida? Sequestrada e vendida? Para onde iriam me levar?

O lugar era ao ar livre, parecia um heliporto. O homens de terno me levam em direção ao que seria um avião pequeno? Nunca andei em um desses e estou indo da pior forma, tento me livrar novamente mas a dor que eu estava sentindo no corpo me impede de lutar mais e assim que notam que eu estava tentando sair de seus braços escuto risadas.

- Desiste menina, é uma ida sem volta.

Eu queria vomitar mas eu não tinha o que vomitar, minha boca estava seca e a minha visão na hora ficou turva, sinto meu corpo tremer e a imagem preta que eu já conhecia voltou.

(...)

- Arranjem comida para ela e água seus emprestáveis.

Eu ainda estava entorpecida mas escutava, era a familiar voz do início, a voz que esta por trás disso tudo até onde eu sei. Finalmente meus olhos respondem ao meu comando e consigo enxergar dois homens bem vestidos colocando pratos de comida na minha frente, minha barriga ronca mas não movo um músculo.

- Isso, agora vão embora daqui que eu vou conversar com a nossa nova menina.

Poderia me sentir a dois mil pés do chão e o pequeno avião estava em movimento. Tentava o máximo olhar para ela com desprezo, nunca tinha a visto na minha vida.

- Angelina Moore...

Como ela sabe meu nome?

- Fiquei surpresa em você acordar cedo, só ficou duas horas apagada, meu medo era de você morrer...

O que ela estava falando? Quem era ela?

- Então, para que isso não aconteça, coma um pouco querida...
- Quem é você? - Consigo gesticular mas eu falei baixo mas sei que ela escutou

Seus olhos cobertos de sombras escuras e bem feitas se abrem mais ao escutar a minha voz e então seu rosto da meia idade esboça um sorriso forçado.

- Meu nome é Erica

Olho para envolta e vejo que eu estava solta, sentada em uma poltrona branca, não pensei duas vezes, parto para cima dela segurando em sua garganta apertando com força.

- O que vão fazer comigo? Eu quero voltar para minha casa agora!!!!

Falo gritando em seu rosto e eu estava usando todas as forças que eu nem imaginava que tinha para apertar a garganta daquela velha mas não tive sorte, uns homens vieram e me puxaram para longe me colocando na poltrona novamente, eu já não estava mas tão em pânico mas sim com raiva, muita raiva.

- Sua vadiazinha.

A velha fala com uma das mãos na garganta se recompondo.

- Me responde, o que vai fazer comigo? Me matar? Mata logo!
- Matar? Isso não seria lucro para gente.

Ela fala coçando a garganta e se ajeitando voltando como estava antes.

- Então o que vão fazer? - Era visível o medo em minha voz não consegui esconder

A surpresa que não iriam me matar foi grande, então, o que iriam fazer comigo? Novamente meu corpo começa a tremer e minhas mãos suarem.

- Angelina, isso pode ser chocante mas a gente anda te observando tem bastante tempo, vamos dizer, meses e gostamos do seu físico da sua aparência delicada e de menina. Quantos anos você deve ter? 16?
- 17...
- Então.... E a gente precisa de mais meninas feito você no nosso mercado...
- Mercado?

A mulher me olha e abre um sorriso que dessa vez eu acho bem sincero, ela parecia espantada com a minha pergunta.

- Você ainda não entendeu? - Ela fala sorrindo
- O que?
- Mercado de prostituição.

Sinto meu coração gelar e o pânico tomou conta por completo voltando como um tiro, não podia ser verdade, eu tinha a minha vida, uma vida boa e tudo foi tomado por pessoas que não tem um pingo de humanidade, meu corpo tremia sem parar e eu só soube chorar.

Sweet Hell Where stories live. Discover now