Capítulo 28 - Conde

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Conde

Quando Carlos invadiu o meu quarto dizendo que queria me dizer uma coisa muito importante, quase não dei importância até ele dizer que era sobre o Prefeito.

- Levanta Conde. – ele diz.

- Olha cara, gosto de você como um amigo, mas não se comporte como se fosse a minha mãe.

- Há quantos dias você não faz essa barba. Anda tomando banho?

- Cala a boca. - digo tacando o copo de Bourbon nele.

- Você bêbado fica com uma péssima mira. Se você quer derrotar o seu irmão ficar aqui deitado nessa cama olhando para o teto não vai ajudar em nada.

- O que quer? – digo sem paciência.

- Primeiro que tome um banho e se vista adequadamente depois conversamos. E joga essa foto fora, não vai trazer ela de volta. Até porque ela não quer voltar.

Levanto-me com calma e chego perto dele e o pego desprevenido pelo pescoço e o aperto.

- O que tá fazendo cara?

- Nunca mais abra a sua boca pra falar Ayla esta me ouvindo? – digo apertando cada vez mais o seu pescoço.

- Me solta. – ele diz me empurrando – Olha aqui, eu também perdi a minha mulher por culpa do seu irmão e eu sei que ficar olhando a foto dela não vai traze-la de volta. E ainda mais porque a sua não morreu e sim te largo.

- Cala a boca. Para de falar.

- Parece uma menina falando.

Sei que ele tem razão, ela não vale nem o chão que pisa. Ela me abandonou pra ficar o meu irmão que poderia dar a ela todas as regalias e luxos que ela adora.

Não deveria ficar aqui me lembrando de tudo o que passei com ela, mas é mais forte do que eu.

Caminho até o meu guarda roupa e pego algo pra vestir depois do banho. Deixo a barba um pouco rala como se fosse meio sem fazer.

Saio apenas de boxer e vejo o Carlos vasculhando a mesinha a onde guardamos as provas que podem levar o meu irmão pra cadeia.

- O que procura?

- Tem uma garota nova no abrigo. – ele diz mexendo nos papeis enquanto eu seco o meu cabelo.

- Já tocou a Olivia?- digo pegando a calça jeans preta e vestindo a mesma.

- Nunca, mas essa garota que chegou lá é diferente das outras. Ela não entrou lá pelo mesmo motivo que as outras. O prefeito pediu pra que eu cuidasse dela e ela não teve o mesmo tratamento das outras, tem algumas regalias que ele mesmo não permite.

- Quer dizer que ela tem preferencias? – falo abotoando a camisa branca.

- Ela chegou lá totalmente dopada com um tipo de sedativo muito forte. Pelo o que os investigadores descobriram pela amostra de sangue que eu recolhi dela ela foi envenenada.

-Como assim?

- Ela chegou lá através de uma mulher loira que a deixou jogada na porta da casa como se fosse um saco de lixo.

- E isso te comoveu! – digo calçando os sapatos.

- Também, mas ela lutou contra o veneno e sobreviveu e também esta cursando medicina.

- Já entendi você quer que ela te ajude a matar mais alguns não é? – comento vestindo o casaco e arrumando a manga da camisa.

- Para pra pensar, nós já esperamos muito tempo.

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