Chegamos a 30 capítulos!!! Yeeeeyyy!!!
Boa leitura ;) !!!
P.s.: me indiquem fanfics sobre Peter Pan e Power Puff girls Z. Por favor!!! Não tenho nada para ler no momento (bom, quase, mas sabe como é, né?), e aceito boas indicações.
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☆Me encarei no espelho com lâmpadas neon de Rubi.
- Você tem certeza de que quer me ajudar? - perguntei, pela décima vez.
Ouvi-a suspirar, enquanto o deslizar de cabides dentro de seu closet discreto continuava.
- Sim, Al. - eu havia gostado do apelido - eu não ligo de te emprestar essa roupa. Sério. Eu nem uso.
Suspirei.
- Ok. Se você diz... - parei de falar quando Rubi voltou ao quarto.
Ela trazia um vestido lindo em mãos. Ele era verde-água, como as paredes de seu quarto, enfeitado com dezenas de pingentes dourados circulares. Era no estilo artista de circo, com uma saia armada, cintura solta e gola redonda, cheia de babados da mesma cor. Era tudo de um tecido leve, que esvoaçava conforme o movimento. Meu queixo caiu, de tão linda que era a peça.
- O que acha? - Rubi perguntou, observando sua escolha e balançando-a de um lado para o outro, de maneira avaliativa.
- É lindo! - foi tudo o que consegui exclamar.
Me levantei do banquinho e toquei a saia rodada, sentindo tamanha delicadeza que era aquilo.
- Fico feliz que tenha gostado. - Ela sorriu, estendendo-me o vestido - coloque-o.
Rubi conseguia ditar ordens com facilidade. Sorri, revirando os olhos, e peguei o cabide de sua mão. Então, andei até o banheiro logo ao lado, tirando minhas roupas e dobrando-as com cuidado. Ao vestir a roupa, nem tive tempo de me olhar muito no espelho, pois Rubi já me arrancou de lá e iniciou a maquiagem.
Apesar de ser um pouco tagarela, ela era uma boa amiga. Tanto quanto Bia.
Perceber que eu havia encontrado amigos de verdade, me fez dar um sorrisinho real, raro naquele lugar.
×××
- Pronto! - Rubi exclamou, afastando o pincel de meu rosto - divino!
Pisquei. Sentia a tinta ainda molhada, por isso, me virei com cuidado. E quase caí.
Minha fantasia estava perfeita. Melhor do que eu jamais conseguiria imaginar.
O vestido coubera perfeitamente, e a maquiagem preta ressaltara meus olhos de maneira única, deixando-os grandes, brilhantes e tristes.
Os trincados falsos que percorriam minha pele na verdade revelavam tudo o que eu sentia por baixo dela. Me sentia quebrada. Uma boneca de porcelana quebrada.
- A sua fantasia de "la bambola rotta" está incrível! - ela parou, e então me encarou, a animação morrendo aos poucos - incrivelmente literal, não é?
Assenti, baixando o olhar.
- Bastante. - respondi.
Ouvi-a suspirar, recuperando o humor.
- Então... acho que você também vai gostar da minha fantasia. - falou, me levando para a porta - vamos! Vá para o seu quarto! A Bia já deve estar esperando!
E me despachou, com instruções claras de "Não deixe ninguém ver sua fantasia até a noite."
×××
Eu estava, novamente, circulando pelas passarelas do poço. Conversar com os Frequentadores naquele dia havia sido breve, com apenas duas chamadas. Porém, eu havia percebido que suas perguntas estavam aumentando, ficando mais específicas e avaliativas, o que me amedrontava muito. Eu nem sequer avistara Ônix em meio a multidão, tamanha a minha distração.
Cheguei à entrada da Sociedade ainda pensando em qual desculpa daria ao Leo durante a festa, sobre o motivo de eu quase não ter ido à Academia naquela semana, e estar indo para a comemoração à noite. Ele com certeza descascaria minha mentira como uma cebola, até alcançar pelo menos uma ponta da verdade. O que, de fato, eu não podia deixar acontecer.
Desci mais alguns andares, desviando, de cabeça baixa, dos Frequentadores e funcionários que circulavam por ali. Cheguei ao local onde normalmente aguardávamos os carros, mas, novamente, me peguei sozinha. Não deixe ninguém ver sua fantasia por aqui, Alessa. Pode ser que fiquem bravos... Bianca sussurrara, antes de me deixar sair do quarto. Ela continuava traumatizada por causa de Babi, e se julgava responsável por cada ato meu. Por causa disso, por querer libertar Bianca desta culpa, foi que a obedeci, e andei até um dos carros que sabia pertencerem a Sociedade. Pedi encarecidamente ao motorista para que me levasse sozinha até a Academia, recebendo alguns resmungos e olhares de julgamento em resposta. Pude ver como ele encarou minha fantasia, como que enjoado e ao mesmo tempo assustado. No fim, acabou cedendo (provavelmente por não querer arranjar confusão para si mesmo) e me mandou sentar no banco de trás. A viagem foi tranquila, o que seria exatamente o oposto do resto da noite.
Quando desci, o homem que guiara o carro não hesitou em sair rapidamente, sem querer deixar rastros. Dei de ombros, acostumada, e segui para entrada do ginásio, local onde aconteceria o evento.
Como já havia ido esperar Rubi por aquela área, fui direto, sem nem perceber a pessoa que me aguardava, em uma extravagante fantasia de gatinho.
- Olá, Alessa. - Leo falou, os braços cruzados e os olhos cerrados.
Precisei tomar coragem para encará-lo, temendo o que me aguardava.
- Ah! Oi, Leo! - dei um sorriso amarelo, tentando disfarçar - sua fantasia está demais! - o que não era mentira. Seus olhos grandes e azuis, acompanhados dos cabelos louros, estavam totalmente perfeitos junto ao capuz com orelhas de gato preto.
- Eu sei. Você também. Mas esta não é a questão. - seu tom mau-humorado transmitia que seria difícil convencê-lo daquela vez - por que você não veio ontem? De novo?
A acidez em suas palavras me fez piscar.
- É que eu estava meio doente pela manhã. - respondi, a voz fina de desespero.
Ele bufou.
- Outra vez?! Pelo amor de Deus, Alessa! Acha que eu sou estúpido?! - sua voz se elevou - eu achei que quisesse ser minha amiga, mas acho que me enganei. Você nunca me conta nada! - arregalou os olhos. Seu tom de voz baixou, para algo grave e ferido - acho que você nem quer fazer isso, né?
Meu queixo caiu.
- Não, Leo! Não é nada disso! Eu quero ser sua amiga! - minha voz ia aumentando, assim como o pânico - Por favor, acredita em mim! Se eu pudesse... - cobri a boca com a mão, percebendo que já tinha falado demais.
Olhei, assustada, para Leo. Sua raiva havia passado, substituída por um ponto de interrotação.
- Se você pudesse o quê? - insistiu. Vendo que eu não responderia, suspirou, deixando de lado sua pose - tudo bem. Acho que você não pode contar. Mas só vou te perdoar dessa vez, ok? Em nome dos espíritos hallowenses.
Tirei a mão da boca, sem conseguir deixar de sorrir com sua palavras inventadas. O alívio tomou conta de mim.
- Vamos, boneca. Vamos tentar consertar esses trincados na sua pele esta noite. - falou, puxando-me consigo.
Sorri amarelo, sem deixar de pensar no dúplo sentido da frase.
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☆La bambola rotta: a boneca quebrada.
Oi gente (pela segunda vez nesse Cap, hehehe)!!! Decidi dividir o capítulo em dois, pois, novamente, ele acabou saindo muito grande. Retornei mais cedo do que o previsto, então espero que tenham gostado.
Bjsss, comentem!!!
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Porcelana - A Sociedade Secreta (Completo)
Fantasy☆Sociedade Porcelana - Livro 1☆ "Pareciam bonecos em uma estante. Seus rostos, tão lindos, não tinham emoção alguma. Suas peles, tão brancas e sem marcas, pareciam porcelana. Seus olhos, tão multicoloridos, pareciam pingos de cor em uma tela vazia...