Capítulo 1

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- Meninas, agora!

Saio do meu esconderijo – uma parede desmoronando – e corro como louca por uma paisagem que não é mais familiar para mim. Veículos foram queimados até virarem cinzas, as sobras dos carros de famílias é uma visão doentia. Mas eu não me importo com isso, ou com a linguagem suja que está sendo usada ao meu redor. Minha mãe ficaria indignada, mas a sua repulsa por palavrões não importa agora, porque ela não é mais nada para mim.

Cacos de vidros se quebram abaixo dos meus tênis de correr, enquanto faço meu caminho em zig-zag entre de um antigo tráfego (de quatro meses). Às vezes, tenho que subir nas capotas dos carros, uma rota mais segura do que os espaços sóbrios entre os carros. Você não quer ficar sozinho ali.

Prendo com mais força as alças da minha mochila sobre meus ombros antes de subir em uma luminária de rua caída. A arma pendurada na frente do meu corpo faz barulho quando tento (e passo) por obstáculos. É um trabalho difícil carregando uma mochila, mas é vital, eu não ousaria perdê-la; o que está dentro é precioso para mim, algumas coisas que pertenciam a minha família.

É quando olho para cima que vejo uma mulher indo em direção a Benny.Ela não parece amigável, sendo do outro time agora.

- Benny!

Qai ajuda a afastar a mulher, dando-lhe uma rasteira. Seu crânio quase se racha no concreto e eu acelero meu passo até elas.

- Você está bem? – respiro.

- Sim.

Benny deixa um suspiro de alívio escapar e estou mais tranquila agora que nos reagrupamos. Meu interesse está na mulher caída no chão. Ela não pode ter mais de vinte e cinco anos, tem cabelo ruivo e um corte feio no ombro direito. Tenho certeza que ela fazia parte de outro grupo que tentou saquear a van. Ficamos escondidas, observando enquanto os oponentes procuravam pelo prêmio. E agora é a nossa vez.

- Qai.

- Deixa comigo.

Qai persegue a van prateada como se fosse uma presa, uma figura animalesca, com fome por mobilidade do que uma boa refeição. Precisamos sair daqui. Ela é a mais nova de nós três, dezesseis anos e é a nossa pequena expert em técnicas. Benny e eu a encontramos escondida em um casco de barco no porto. Ela estava encharcada, tremendo depois de escapar da água. Não a pressionamos com perguntas, como porquê ela estava sozinha, era óbvio que os outros com quem ela estivera não eram tão rápido.

- As portas estão fechadas.

Benny apenas bate seu cotovelo contra a janela. Sua expressão é de um sarcástico "de nada" quando se vira para Qai. Ela é rápida, procurando e encontrando o pino para destrancar a porta.

- Rápido! – eu a encorajo.

Benny e eu ficamos de guarda ao redor do veículo, enquanto seus dedos pequenos começam a trabalhar nos fios complicados e em várias tentativas para ligar o carro. Eu, impacientemente, fico ao seu redor. Não há por que eu oferecer minha ajuda porque meu conhecimento é de apenas juntar fios.

- Se afasta! – Benny grita.

Meu estômago se enrola quando entendo o sue aviso. Jogo-me para trás da van que pegamos para vê-la confrontar dois homens. Minha mão toca suas costas, só para ela saber que estou aqui. Ela não está sozinha.

- É nossa, vá encontrar outra. – grito.

Mais alto vê minha arma, que seguro com força e rezo para que ele, de alguma forma, não descubra que está descarregada; está assim há semanas, mas é a única arma de defesa que temos para proteger nosso pequeno grupo. Não consigo determinar como está a sua arma, assim como é difícil identificar o que exatamente está amarrado em sua cintura malhada e pendurada pelos seus largos ombros.

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⏰ Última atualização: Jan 30, 2017 ⏰

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