Mesmo com Céci dizendo que estava tudo bem com Cato eu ainda estava preocupada, será que ele lembro de tudo? Será que ele estava doente? Será que... Não, Pare Clove, pare! Você está pensando de mais.
Acompanhei Céci até a estação para encontrar Kriss, ela até me mandou para casa, mas eu sou teimosa, disse que só queria dar olá a Kriss, eu nem a conheço direito, só quero ter certeza que não aconteceu nada, ela desceu do trem com seu mesmo uniforme branco impassível, ela falou algo com Céci e depois se virou pra mim.
- Olá Clove. - sorri Se você está preocupada com seu ex-companheiro de distrito ele está bem, se você quiser mandar alguma mensagem para ele eu posso levar amanhã.
- Sim, eu quero! - Céci e Kriss riram e eu percebi que respondi com muito entusiasmo, meu Deus onde eu enfio a cara?
- Então Clove, que tal você ir para casa na frente? Hoje vou passar a noite no QG, amanhã eu levo Kriss para pegar a mensagem.
- Ok. - fui andando para casa, pensando o que diabos eu ia escrever para Cato, OMG eu ia escrever para ele mesmo!
Cheguei em casa e passei pela sala como um tornado.
- Oi pai, oi mãe. - as palavras voaram no ar enquanto eu subia de três em três degraus, sentei a minha mesa e peguei um monte de folhas que eu achei na gaveta, tinha de várias cores.
Ai meu Deus que cor eu uso, será que se eu usar branco vai ficar muito séria?, eu realmente estava pensando na cor que eu ia usar? Deus, eu parecia uma menina escolhendo a roupa pro primeiro encontro!
Pequei a folha azul e comecei a escrever, eu estava empenhada em escrever uma única vez, mas eu amassei diversas folhas, desisti, liguei o computador, droga! As linhas já haviam sido reestabelecidas, pesquisei as músicas que faziam parte do passado, eram músicas insossas, mas agora haviam outras, muito mais antigas que a própria Panem, músicas do tempo em que chamava aqui de Estados Unidos, aleatoriamente escolhi uma, acho que foi a morte dentro de mim que fez eu escolhe-la, The one that got Away.
Uma parte da letra me fez pensar em Cato, ele era meu amigo e bem, ele já tinha se ido uma vez, e era exatamente isso que a música dizia, mas dizia algo mais, algo mais que eu não achava que existiria entre nós.
Em uma outra vida, eu seria sua garota
Nós manteríamos todas as nossas promessas
Seriamos nós contra o mundo
Em uma outra vida, faria você ficar
Então, não teria que dizer que você foi
Aquele que se foi
Aquele que se foi
Depois de ouvir isso e ficar pensando um monte de abobrinhas, eu desliguei o computador e voltei para as cartas, peguei uma folha verde dessa vez, visto que eu tinha acabado com as azuis, será que ele gostava de verde?, Foco Clove! Foco garota!, dei uns tapinhas nas têmporas e pequei a caneta.
Olá Cato,
Aqui é legal, tem praias e tal, acho que você gostaria. Andei muito pela cidade, alguns meninos estão tentando um esporte que os tatataravôs contavam que existia, eles sobem em uma prancha de madeira e tentam subir nas ondas, chega a ser engraçado, será que me deixariam tenta?
Ahh Cato, a vida aqui é tão diferente de como era no 2, tão mais alegre, acho que eu estou ficando doente de tanta alegria, to me tornando muito menininha, acho que se você me empurrasse eu ia chorar. Eu me lembro de quando eu te vi pela primeira vez, você deve achar que foi no dia da colheita, dentro do trem não é mesmo? Mas não foi Cato, foi muito antes, e desde aquele dia eu já queria te matar, sim eu queria, você conseguia me passar em todos os treinos e mesmo assim não percebia, eu era uma anã perto de você, você jamais notaria.
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Cartas para você - Cato e Clove
FanficE se você pudesse consertar as coisas com aquela pessoa? Pudesse ordenar seus sentimentos e descobrir o que realmente estava sentindo antes de tudo desabar? Cato e Clove terão essa chance. "Depois da 74ª edição dos Jogos Vorazes, os tributos não mor...