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Angelina

- Pare de chorar, pelo amor de Deus!
- Como pode? Como pode ficar tão calma em uma situação dessas? Me sequestrando e ainda me prostituindo
- Menina, eu até faria um grande esquema para poder te enganar mas hoje em dia as pessoas estão ficando inteligentes e não cai em qualquer conversa e  infelizmente e essa foi a melhor maneira.
- Meu pai vai vir atrás de mim.

Ela levanta de sua poltrona e segura os braços da minha onde eu estava sendo segurada pelos seguranças e me encara bem de perto.

- Você acha mesmo que aquela ex alcoólatra vai ter forças pra resgatar a filha querida?
- Como você sabe....?
- Eu sei de tudo sobre você Angelina... E no máximo que o seu querido pai vai fazer é voltar a beber e ficar se lamentando.

Meu coração dói com a possibilidade dele jogar tudo pro ar e desistir de viver e voltar com o seu vício, foram tantos anos de luta.

- E agora, outra observação, se nome não é mais Angelina, grande demais e da muito trabalho.

Erica se afasta e me observa e depois anda de um ladro pro outro no pequeno avião.

- Angelina...Angeli...Angel

Um sorriso aparece em seu rosto o que me da ânsia de vomito, eu odiava aquela mulher com todas as minhas forças.

- Sim, perfeito, Angel.

A mulher se aproxima de mim novamente ainda sorrindo e tenta colocar a mão em meu rosto mas eu afasto brutalmente.

- Angel...

Eu ainda estava tentando me afastar de suas mãos nojentas ate que ela pega o meu rosto com firmeza me machucando.

- Esses olhos azuis, esse rosto de menina inocente, você vai me dar tanto dinheiro, pequena Angel.

As palavras dela eram carregadas de veneno e meu corpo treme só de pensar na forma que vou conseguir dinheiro para essas pessoas podres, eu queria chorar de novo e ficar o dia inteiro chorando mas não tinha forças. Ela solta o meu rosto em um supetão e se afasta sorrindo.

- Agora come, trata de comer bem por que hoje mesmo você começa o seu trabalho.
- E estamos indo para onde? - Me senti na obrigação de perguntar
- Atlanta, uma grande cidade, você vai amar.

Erica some para dentro do avião e os seguranças saem juntos fechando a porta e me prendendo naquele lugar pequeno que a cada minuto parecia menor ainda, eu estava sozinha só acompanhada do meu medo.

(...)

Eu estava encarando aquela comida que já estava fria a mais de meia hora, estava me recusando a comer, preferia essa sensação de que eu iria desmaiar a qualquer momento do que comer mas a minha barriga estava começando a doer e então eu fui aos poucos, precisava de combustível para pensar no que eu iria fazer, não vou deixar por isso, não vou aceitar ficar aqui e ser usada como máquina de fazer dinheiro. Em minutos eu já tinha comido tudo e meu pensamento foi longe e parou no meu pai. Será que isso que Erica falou pode ser verdade? Ele se entregaria a bebida novamente? Não viria atrás de mim? Sinto as lágrimas descendo mais ainda quando começo a pensar na minha escola, na igreja e como a minha vida era boa e estava tudo planejado, menos isso, menos ser sequestrada e levada para outro lugar no mundo, meus olhos estava doendo e ardendo, nunca chorei tanto em um dia só, eu quero a minha vida de volta, encosto com a dor no peito que estava sentindo e consigo adormecer e desejando que isso fosse apenas um pesadelo.

(...)

- Minha menina....

Escuto a voz familiar de meu pai, estava doce e tranquila e por algum motivo eu sentia que não deveria ser assim mas sorrio com o apelido carinhoso e corro para os seus braços onde eu via embaçado.

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⏰ Last updated: Jan 31, 2017 ⏰

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