Desentendidos

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Castiel viu uma garota puxando a sua mão. Indo em direção as flores e puxando a sua mão, para ir junto dela.

Seus cabelos longos e negros ficavam ainda mais belos com aquela luz do sol e as diferentes tonalidades de flores.

Ela virava, despejava um enorne sorriso em sua direção, ainda segurando suas mãos, o olhando com um dos olhares mais doces e cativantes que ele já vira.

Luce estava e não estava lá. Estava em suas lembranças, em seu pensamento, como a garota por quem ele estivera perdidamente apaixonado, e estava lá, a sua fenre e a poucos metros, mas ao mesmo tempo, não era ela, e não estava lá.

Castiel notara a imensa confusão dentro de Luce só em olhar para ela. E agora, depois de ser brutalmente machucado pela garota, o anjo tinha certeza que aquela não era a Luce que ele amou. Não só pelo golpe que ela acabara de lhe dar, mas pela sua essência não aparentar ser mais a mesma.

Ele não queria acreditar, e muito menos ver, mas logo ali, se encontrava uma gorota diante de si que não parecia ligar para nada além de dar socos nele.

Então Castiel se obrigou a voltar ao mundo real, á aquele em que Luce já não era mais a sua Luce.

Ele parou de fitar a terra, olhou novamente e fixamente para ela, afim de que naqueles olhares trocados a garota poderia ao menos dar uma pista do que ela havia sido transformada agora. Mas...Nada. Ela não possuía nada mais do que ódio e confusão em seu olhar.

Foi quando, com o incentivo dos vários soldados que ainda estavam lá, Luce se dispôs a ir em direção a ele, e Castiel, ainda no chão, olhou rigidamente para ela. As solas do sapato dela foi o que ele viu a seguir.

Sem dó e nem pensar direito, os pés dela deixaram um lado das bochechas do anjo vermelhas. Agora ele estava mais no chão ainda, e um pouco mais longe.

Soltaram enormes gritos. Ele pôde ouvir.

Dentro de si agora não havia vestígios de dor ou de qualquer espécie de raiva, somente...Decepção.

Naquela hora ele se obrigou a agir, não por ele, mas pela própria Luce.

Quando ela estava prestes a enfiar uma espada em sua perna, ele a impediu, colocando a sua mão a frente.

Ela nem se assustou, só o olhou com um olhar vago.

O anjo ainda segurava a espada, levantando aos poucos.

Os gritos paravam vagarosamente.

-O que você está fazendo? -Ele resolveu falar, tão suavemente que quase só ela pôde escutar.

Os olhos da garota arregalaram-se de uma forma estridente, então ela o empurrou com a espada e tudo.

Ele parou em uma posição de luta, com a espada na mão, como se a desafiasse.

Então um homem assobiou e chamou o home de Luce, o que a fez olhar em sua direção. Ele sacou sua espada afiadíssima e jogou para ela.

Como em um reflexo, ela agorrou a espada e rapidamente se moveu em direção a Castiel, que foi obrigado a revidar.

Foram diversos golpes de espadas, tantos que os dois já sangravam um pouco, feridos.

-Será que agora a gente podia parar e partir logo para a parte em que eu te dou um abraço ? -Castiel disse, com um leve sorriso no rosto.

Então Luce rugiu e deu um outro golpe, ainda mais forte do que todos os outros.

Cada palavra que saia da boca dele era como se milhares de sons angustiantes fossem soltos dentro dela.

Com mais alguns poucos golpes, ela o derrotou. Luce era realmente boa naquilo.

Castiel se via na lama novamente. Soltando um suspiro, ele se levantou.

Luce estava, nesse momento, de costas e olhando para qualquer outro lugar que não fosse relacinado à aquela cena.

Então os guerreiros gritaram: "pegue-no, ele está se levantando".

E foi como se algo ativasse dentro dela.

Luce somente virou, e com isso, soltou um soco no rosto do anjo, que a deteve rapidamente.

Algo dentro dela dizia que não poderia parar até tudo aquilo terminar de uma vez, então ela somente deu outro, e outro, e outro golpe. Cada um diferente do outro, mas com ainda mais força e aparentemente, rancor.

Os dois já estavam quase esgotados.

Quanto tempo aquilo iria durar? -Eles se questionavam. A não ser por Luce, que não tinha nada passando em sua cabeça, se não a obrigação de detê-lo.

Depois de mais alguns sangues derramados, mas que não faziam muita diferença, no meio da luta, Luce o puxou e o girou com tanta força que fez cair algo de dentro dos seus bolsos, algo brilhante e muito mortal para qualquer ser: a adaga.

Eles pararam de lutar por um instante, e todos se entreolharam.

Mundos Opostos/ Amor ConvergenteOnde histórias criam vida. Descubra agora