Acho que estou olhando para essa janela há quinze minutos e nada, absolutamente nada, mudou. Na verdade não existe motivo plausível para isso está acontecendo. Algumas pessoas poderão dizer que eu acordei cedo por conta da ansiedade para ir à escola, mas eu não gosto daquele conservatório, então não pode ser isso.
– Davina, levanta para ir à escola. – Mamãe fala do outro lado da porta. E eu não preciso acordar cedo já que ela sempre vem me chamar. Então realmente não existem motivos plausíveis para acordar cedo.
Levanto da cama e giro a cabeça pelo quarto. Nada de muito relevante, uma cama e uma penteadeira. Dirijo-me para o armário e pego o primeiro vestido azul claro que encontro. Acho que fui com esse mesmo vestido ano passado. Sigo até a penteadeira e vejo o emaranhado de cachos escuros que alguns chamam de cabelo. Não que eu esteja reclamando. Faço um coque desajeitado que minha mãe provavelmente vai refazer e saio do quarto. Fecho a porta e minha irmã, Malina sai do quarto dela na mesma hora. O cabelo vermelho preso em um coque perfeito. Lembro que quando era criança perguntava para minha mãe por que todas as mulheres da família tem o cabelo vermelho e eu não, e ela respondia "essa reclamação é com o seu pai, querida".
– Bom dia! – Malina fala sorridente.
– Bom dia. – Respondo tentando imitar sua animação.
– Está animada com o primeiro dia de aula? Eu estou saltitando de empolgação!
– Claro. – Minto. Malina sorri e passa seu braço direito pelo meu esquerdo e seguimos escada abaixo dando de cara com nossa família perfeita na sala de refeições. Mamãe espera Mary, nossa criada, por a comida na mesa, enquanto papai lê o jornal matinal. Quando entramos ele abaixa a folha de forma que apenas vemos seus olhos incrivelmente verdes. Malina também pegou esses olhos.
– Vocês nunca ouviram falar de pontualidade britânica? – Ele pergunta seriamente. Mamãe nos olha e levanta da cadeira.
– Não seja duro com elas! – Ela fala enquanto se aproxima do meu cabelo e recomeça meu coque.
– Sim majestade! – Papai fala e volta a ler o jornal.
– Alteza. – Mamãe corrige como se qualquer uma das nomenclaturas fizesse algum sentido para a posição dela.
– Estão animadas para o primeiro dia de aula? – Papai pergunta.
– Claro. – Malina responde prontamente e senta na cadeira. Eu a sigo para cadeira ao seu lado. E começamos a comer. Papai então começou a falar sobre trivialidades que acabara de ler no jornal até o momento em que mamãe chama a carruagem para nos levar para escola. O caminho foi silencioso. Eu e Malina não temos um relacionamento de irmãs tão forte quanto a da nossa mãe com suas irmãs, mas fazemos o possível para nos relacionarmos bem perto deles. A carruagem para em frente ao conservatório onde as meninas entram com vestidos azuis, a cor principal do instituto. Nós descemos da carruagem e começamos a andar em direção a escola. Malina olha para onde está sua amiga, Anna Wislet, e vai até ela. Sigo para dentro do conservatório e passo despercebida até minha cadeira dentro da sala de aula. Acomodo-me e começo a rabiscar no caderno. As meninas começam a entrar e em poucos minutos sala está cheia.
– Bom dia queridas alunas. – A senhora Bennet, professora de etiqueta, fala com um sorriso no rosto. Ela também é a esposa do diretor da escola. Casou-se muito cedo e não tem uma idade muito elevada, mas já tem uma filha de doze anos, outra de dez e uma de sete.
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A Herdeira das Borboletas
פנטזיהESSE LIVRO É A CONTINUAÇÃO DE A PRINCESA DAS BORBOLETAS, RECOMENDO A TODOS QUE LEIAM PRIMEIRO ELE, POIS NÃO CONSEGUIRÃO ENTENDER A HISTÓRIA! Lia e Nicolas se casaram e algum tempo depois tiveram sua primeira filha, Davina NymphWater. Foram para cida...