Uma equipe, uma família (Parte 2)

Natasha não parece bem

A casa de Clint Barton cheirava a maracujá e giz de cera. Não era a primeira vez que Natasha pisava naquela fazenda e nem mesmo a primeira vez que dormiria naquele teto, mas era a primeira vez que ela se sentia tão desprotegida ali. Ela pisou ali, com a mão de Clint em seu ombro e sentia-se miserável, mas quando viu Cooper e Lila correndo em sua direção ela abriu um sorriso e os braços para pegar a menina no colo, apesar de toda dor.

Essa era Romanoff, pensou Clint ao ver Lila correndo até os braços da amiga e saindo do chão com facilidade enquanto Romanoff a enchia de beijos.

- Oh meu Deus, como você cresceu! – Natasha sorriu ajustando a menina de vestido branco no colo e a beijando no rosto. – Você se comportou?

- Sim, tia Nat. – A menina sorriu exibindo suas tranças bem feitas no cabelo. – Mamãe disse que você viria e quero muito te mostrar minha casinha nova de bonecas

- Casinha nova, é? – Natasha olhou para Cooper sorrindo. – E eu aposto como você ganhou alguma coisa também para me mostrar...

- Lila fez aniversário, eu ainda não... – Falou suspirando.

- Que tal a gente construir um barquinho com as madeiras que eu vi lá fora? – Sugeriu.

- Sério? – O menino vibrou. – Podemos mesmo?

- Claro, filho. – Clint sorriu também.

A sala cheia de brinquedos e móveis eram o cenário perfeito de uma casa feliz de fazenda e completou-se ainda mais quando Laura entrou vestindo uma bata folgada colorida e carregando uma bandeija de biscoitinhos.

- Nat! – Ela vibrou soltando a bandeija. – Você chegou!

A mulher correu até ela, a abraçou e observou os filhos ansiosos por alguma coisa.

- Um biscoito cada um. – Falou entendendo do que se tratava. – Ou não vão jantar hoje.

- Isso! – Cooper comemorou.

- Podemos ir lá para fora com a tia Nat? – Lila pediu.

- Podem querida. – Laura concordou. – Mas só até eu chamar de volta.

As crianças correram como um estouro de boiada e Natasha as acompanhou, caminhando lentamente mas feliz. A porta bateu e as risadas do lado de fora vieram fáceis, junto com palavras motivadoras de Natasha.

Laura olhou para o marido que estava com uma cara de cansado e tirou o sorriso do rosto, aproveitando que as crianças não estavam por perto.

- É muito sério, não é?

- É. – Suspirou colocando as mãos na cintura. – Muito sério.

- Me conte tudo. – Laura pediu se afastando do marido e indo atrás de um biscoito.

- Eu a achei escondida no Queens. Ela está totalmente fora de controle. E ela está machucada Laura...muito machucada. – Ele sentou no sofá com força, desistindo de sustentar o corpo por alguns minutos.

- Ela estava com Lila no colo. – Laura falou irritada.

- Ela é dura na queda. – Riu nervoso. – Eu bati nela, Laura...

Laura olhou fixamente para o marido e avaliou a situação por um momento. Quem poderia condenar Clint por alguma coisa? Ele estava sofrendo também e isso era visível. Natasha não era o que parecia na superfície e Laura sabia disso, mas apenas Clint lidava com a viúva negra no dia-a-dia o suficiente para entender como parar as loucuras. Era um mundo muito perigoso e Natasha estava sempre no limite dele.