Quando por fim passara de 01h00, eles estavam saindo de um assunto, Anahí se assustou, e levantou correndo, dizendo que estava tarde e já deviam estar como loucos procurando por ela.
Ela se apressou, e estava abrindo a porta, quando ele disse que ela não iria embora sozinha, que estava muito tarde, e ele a levaria de carro.
Ela não aceitou de início, mas por fim concordou. Antonello era um faxineiro da loja enorme, e então, imagine tamanha surpresa de Anahí ao ver um carro enorme, preto, de uma marca que ela não conhecia, parando-a sua frente.
Ok, Anahí era ingênua, inocente, mas sabia que pelo modelo do carro, era caro, e pelo que sabia faxineiros não ganhavam tão bem a ponto de conseguir comprar um carro assim. Ela não conhecia os valores para carros, mas esse sim, parecia bem acima dos comuns que ela via no dia-a-dia. Ela hesitou, mas por fim entrou no carro, e ficou o caminho todo, inquieta, nervosa, não gostava de preocupar Julie, e ela não iria gostar de saber que Anahí voltava para casa com um homem mais velho, que ela só havia conhecido a poucas horas.
Anahí: Desculpa, eu não ia perguntar, mas esse carro é seu? - Perguntou com os olhos arregalados de boneca, direta e sincera.
Antonello: Não, não é meu. - Ele riu, hesitando- O carro é da empresa. - Finalizou.
Eles seguiram o trajeto, ela falando mais sobre sua nova família, e quando chegaram em frente ao prédio pequeno, de apenas dois andares, ela lhe perguntou:
Anahí: Eu queria ver você de novo. Eu gostei de você, não tenho um amigo desde que cheguei aqui. Eu me sinto muito sozinha, triste. - Disse, tristinha.
Antonello: Mas você pode me encontrar. Vá à loja todos os dias, e estarei lá. - Ele diz, tranquilo.
Anahí: De verdade? Não te incomoda? - Ela pergunta, pensativa.
Antonello: Claro que não. Vá sempre que quiser. -Ele sorri.
Os dois se despedem brevemente, e ela lhe dá um aceno. Anahí ficou temerosa que sua tia lhe desse uma tremenda bronca, mas ela aparentemente, só tinha uma expressão cansada.
Julie: Querida, você é adulta. Eu confio em você plenamente. Só peço que quando for sair, me avise antes e me fale aonde irá estar para eu ficar sabendo onde você está, você é como minha filha e eu me preocupo. - Ela estava sentada numa poltrona, com os olhos carregados de sono, havia dormido no próprio sofá esperando por Anahí.
Anahí: Desculpe tia, de verdade. Eu acabei conhecendo uma amigo e ficamos horas conversando. - Resumiu.
Julie: Fico feliz que tenha feito novas amizades. Louisa me disse que você estava meio tristinha.- Ela olhava Anahí com serenidade. Julie era uma mulher de pouco mais de 50 anos, porém, tinha a aparência cansada, e aparentava ter um pouco a mais do que tinha. Tinha cabelos castanhos claros, olhos verdes, e vivia parecendo que trabalhava o tempo todo. Não que fosse uma mentira.
Trabalhava horas, e o pouco salário que recebia, nunca lhe sobrava, na verdade, sempre faltava.
Anahí agradeceu Julie por ser tão boa com ela e foi se deitar. Estava cansada, de verdade. A faculdade lhe tirava todas energias e no final do dia ela dormia num sono profundo.
Anahí acordou com muita dor de cabeça. Queria ficar em casa quietinha, mas lamentou que isso era impossível.
Foi até sua gaveta e pegou uma saia até os joelhos bege, e uma blusa de mangas preta. Seus primos e sua tia não sabiam de onde Anahí tirava tanta cafonice. Anahí estava nos primeiros dias da faculdade e já começava a progredir pouquinho por pouquinho sobre seu gosto. Não tinha estilo algum. Não que sua nova família fosse falar isso com ela…
As pessoas são cruéis até mesmo aquelas julgadas com bom coração. No fundo, todos nós temos uma parte de nós mesmos que é podre, que as vezes nos assusta por parecer que não é você. Porém, pessoas que já não tem bondade alguma, são cruéis deliberadamente. Isso não mudava na faculdade de Anahí. Caçoavam, riam, e se acreditava superiores por suas roupas caras e narizes arrebitados. Anahí nunca se sentiu tão sozinha na vida. A vergonha era rotina depois que chegara ali. Ela as vezes pensava em desistir, mas ao lembrar de seus pais, via uma força interior de dentro dela que a impulsionava para continuar, e lhes dar orgulho não importa onde estejam.
Anahí se sentou numa cadeira por ali acuada, perto de uma pilastra que lhe tapava um pouco da visão dos outros. Pegou um livro e se pôs a ler. Estava virando uma página quando viu uma sombra acima de si, e tinha lá uma garota, à sua frente.
Maite: Já chegou na parte que Jonathan diz que ama Jessie? - Ela pergunta sorrindo.
Maite era uma garota da mesma idade de Anahí. Tinha cabelos longos, pretos até o meio das costas. Era branquinha, tinha um rosto angelical. Curvas generosas, e uma pose confiante.
Anahí: Já. Ela disse que era melhor desistir dela. - Anahí sorriu.
Maite: E daqui a pouco você vai ver o que ela vai fazer. É um ótimo livro, li várias vezes. - Apontou para o livro nas mãos de Anahí, se sentando ao seu lado. - Qual seu nome?
Anahí: Eu sou Anahí. E você? - Anahí tentava até se manter mais calma, enturmar, mas sua vergonha e timidez não deixavam.
Maite: Eu me chamo Maite. Pode me chamar de Mai, se quiser. Você é novata não é? - Perguntou, confirmando.
Anahí: Sim, estou cursando moda. - Maite ergue as sobrancelhas surpresa. Ela deu um olhar leve em Anahí observando suas roupas mas ficou quieta. - Você está cursando o quê?
Maite: Publicidade. Mas você está no comecinho ainda? - Pergunta interessada.
Anahí: Sim, morava no interior, meus pais faleceram e cheguei aqui para morar com minha tia. Ela me ajudou a entrar aqui. - Maite lhe observava surpresa, e interessada. Apesar dos comentários por ali, Anahí não era uma estranha. Apesar de tímida, era simpática e doce.
As duas acabaram por ficar um bom tempo conversando. Trocaram telefones, conversavam sobre tudo. Maite chegou a perguntar a Anahí se tinha se interessado por alguém ali, e arregalou os olhos quando Anahí disse que não prestou atenção em ninguém.
Maite: Na Columbia tem garotos mais bonitos, mas os daqui não são de se jogar fora. Mas fala sério, ninguém aqui você gostou? - Ela realmente havia gostado de Anahí.
Anahí: Bem, eu não sei.. -Ela fica pensativa- Eu vi um garoto. Eu achei ele bonito, mas parece que ele é compromissado. -Ela dá de ombros.
Maite: Qual nome dele?
Anahí: Eu não lembro direito. - Ela força a mente.- Era um nome diferente… Alfonso.
Maite: Você gostou do Alfonso? - Ela sorri, divertida.
Anahí: Não! -Ela se sente corar.- Eu só achei ele bonito e só. - Ela tentava virar o rosto para disfarçar, sabia que seu rosto agora devia estar vermelho.
Maite: Ah, fala sério. Não fique com vergonha de mim. - Ela ri, virando o rosto de Anahí.- Porque não fica com ele?
Anahí: Ficar? - Ela arregala os olhos.- Não, não. Eu não quero, eu falei por falar. E além do mais, ele tem namorada. - Ela percebe que seu emocional se entristeceu ao admitir aquilo para si.
Maite: Ele não namora. Ele está ficando com Emily, que por sinal, eu acho horrorosa. - Ela faz uma carinha de nojo- Mas eles não tem nada, se quiser eu te ajudo a ficar com ele. -Ela sorri com um pouco de malícia.
Anahí: Não, não. Deixa isso pra lá. Vamos mudar de assunto. - Ela fica emburrada e Maite assente.
Pode se ver que dali, nasceu uma bela amizade. Os dias se passavam, e a cada dia, as duas se aproximavam mais. Maite era rodeada de amigas, mas começou a ter frequência de passar o intervalo apenas com Anahí. As duas se divertiam, se davam super bem, tinham uma intimidade enorme uma com a outra com tão poucos dias.
E foi em um desses dias, em que Anahí estava esperando por Maite no intervalo no mesmo lugar de sempre combinado por elas, e percebeu que a morena não viera. Ela ficou frustada, e saía dali lentamente quando alguém lhe deu um leve empurro por trás lhe assustando.
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Intensity - 1° Temporada
RomansEssa não é uma história de contos de fadas. Não é uma história difícil de se encontrar por aí mas também não é uma história que acontece todos os dias. Mas é uma história única, talvez pela personalidade de seus personagens ou talvez pela intensidad...