❋ o n l y ❋

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PS : Ouçam  " NCT - back 2 u " ao ler .
Porquê? Não sei eu apenas amo essa música .

Era mais um fim de semana cansativo em casa, a minha mãe obrigava-me a limpar a casa toda à mão enquanto ela saia com mais um dos seus namorados.
Éramos 5 cá em casa, mas por conta do comportamento dela nestes últimos tempos os meus irmãos decidiriam sair de casa então eu fui o único que restei.
Já faz um ano que não recebo um carinho dela, ou um elogio.
Desde que ela tomou este rumo de vida, nunca mais foi a mesma.
Ela obriga-me a fazer tudo.
Enquanto ela leva uma vida de luxo.
Não tenho telemóvel, pois ela prefere guardar o dinheiro que gastaria num para ir ao cinema.
Não tenho nada de última geração.
Sou apenas eu e a minha simplicidade.
Não tenho amigos na escola, as pessoas chamam-me nojento, dizem que sou filho de uma prostituta e que não tomo banho.
Não percebo o porquê, não é apenas pelas minhas roupas serem velhas que eu tenha que  necessariamente não tomar banho.
Eu apenas não tenho dinheiro para comprar roupa nova.

Então hoje era mais um dia de escravidão, ela tinha acabado de sair e eu encontrava-me sentado nas escadas a lavar o último degrau, com um pano molhado na mão.
Ouvi uma grande agitação na rua e decidi ir ver o que era, quando reparei que os donos daquela algazarra eram os meus vizinhos , não pude deixar de expressar um sorriso ao ver, Mark Lee, que também estava inserido na situação.
Esqueci as minhas obrigações por momentos e subi até ao meu quarto, coloquei a melhor roupa que tinha e desci indo até ao jardim.
Sabendo que eles tinham uma vista ampla para o meu jardim, comecei a fingir que estava a cuidar das plantas, para que o meu vizinho me notasse.
Mas por mais que eu tentasse ele não olhava para mim, eu fazia de tudo, mas ele parecia não dar conta da minha presença.

"Talvez eu seja mau em socializar..." - pensei para mim mesmo e entrei em casa, desistindo.

Sentei-me no último degrau, aquele mesmo que uma hora atrás estava a lavar e perdi-me nos meus pensamentos.

A consciência avisava-me para me levantar e acabar de limpar a casa, mas os meus músculos entraram em modo preguiça e não se queriam mover.
Quando dei conta já era tarde, a minha mãe tinha voltado.

- QUE ESTÁS TU AÍ A FAZER? NÃO LIMPASTE NADA?! - ela gritou vindo em minha direção.

- Des-desculpa mãe ... - tentei justificar-me.

Mas mal eu me tinha começado a pronunciar já ela tinha o cinto na mão e começou a bater-me fortemente com ele.

Apenas me lembro de ter saído dali a cambalear devido às dores e sair porta fora .
Fiquei sentado nos degraus da entrada a chorar e por ironia do destino, ele estava cá fora, e notou o meu estado.

- Ei... O que se passa ? - perguntou ele do lado de fora do meu muro.

- Na-na-da ... - disse aos soluços.

Reparei que ele tinha aberto o meu portão e estava a avançar para mim.

- Podes falar comigo ... O que se passou ? - ele perguntou mas quando olhou para as minhas roupas o seu discurso mudou - Estás a sangrar! - ele olhou-me preocupado - Vem ... - ele colocou um braço por baixo das minhas pernas e levou-me ao colo para fora dali.

- Conta mais appa¹, por favor!! - pediu Kim Hyu sorrindo.

Olhei de relance para o Mark, enchi os meus pulmões de ar e continuei.

- Ele curou-me as feridas e como agradecimento contei-lhe tudo.
Ele era meio estranho meio conhecido para mim, mas algo me dizia para confiar nele.

A partir daquele dia eu tinha um amigo, que curiosamente era da minha escola.
Eu não precisava mais de me esconder das pessoas, Mark me defendia, eu podia contar com ele.
Nos tornamos melhores amigos, mas nunca tinha confessado meu amor platónico por ele.

Chegámos à universidade e graças ao Mark publiquei o meu primeiro livro, visto que a minha paixão sempre foi a literatura.
Com a fama e dinheiro que ganhei pude sair de vez da casa da minha mãe e assim comprei e pude ter o meu espaço.

A universidade do Mark era mais pesada que a minha e por vezes ficávamos uma semana sem nos vermos e lentamente a minha carência em relação a ele foi aumentando.

Até que numa quinta-feira, ao sairmos os dois, um homem engravatado veio ao nosso encontro.

E aí as nossas vidas mudaram.

Fomos contratados para uma empresa de K-POP.

Não podíamos estar mais felizes, mas tínhamos uma semana para organizarmos tudo.

Nessa mesma sexta-feira, pedi ao Mark que me ajudasse a empacotar as coisas para doar para pessoas e famílias carenciadas e depois de um dia de doação chegámos a casa, estafados.
Ficámos sentados no sofá eu tinha a cabeça no colo dele, até que lentamente sinto os seus lábios nos meus.
Eu nunca tinha beijado ninguém , mas ele foi devagarinho, aproveitando cada momento.
E aquele tinha sido o meu e o nosso primeiro beijo.
Começamos a namorar, mas tínhamos de nos esconder perante as câmaras da ribalta e assim levámos a nossa vida.

Entramos para o exército, e quando saímos de lá acabámos a nossa carreira musical.

Juntos criámos uma fundação para legalizarem o casamento LGBT.

Foram 4 anos de luta, mas conseguimos.

O nosso casamento foi no meu aniversário, era um sonho que eu tinha e que o Mark me concedeu.

Mais tarde, nós e os vossos tios, Jaemin e Jeno, criámos outra fundação para legalizarem a adoção LGBT.

Também obtivemos sucesso e hoje vocês estão aqui. - acabei o meu discurso com um grande sorriso nos lábios olhando para Kim Hyu e Lee Chan.

- Mas, e a avó? - Lee Chan perguntou.

- Ela está num lugar bem melhor agora... - beijei os dois na testa.

- Achas que contamos a nossa história demasiado tarde? - perguntou-me o Mark depois de colocarmos os nossos filhos para dormir.

-Não, acho que foi demasiado cedo- sorri ao olhar para uma foto nossa antiga.

-Não, acho que foi demasiado cedo- sorri ao olhar para uma foto nossa antiga

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¹ Appa - Pai em coreano

E x p e c t e d ✒ marksung Onde histórias criam vida. Descubra agora