De Volta Para Casa

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Cheguei tão exausto em casa que simplesmente capotei em minha cama, rejeitei até a janta que minha mãe ofereceu e olhe que não é muito do meu feitio rejeitar comida. Quando abri os olhos o relógio indicava que já eram 22 hrs. Puta merda,  por quanto tempo estive apagado?Aaaaaahhhh, drogaaaaa!!! 

Tenho que ir ver a Helena...

Saltei do colchão, vesti a primeira bermuda que vi pela frente, pus uma blusa, calcei um chinelo e dei uma passadinha em frente ao espelho para ver se estava tudo ok.  As manchas roxas decorrentes da minha briga semana passada já haviam desaparecido , tudo graças a Helena ter agido rápido e cuidado de mim. Aquela noite foi realmente muito louca...

Atravessei em tempo recorde o pequeno cômodo e cheguei na sala, minha mãe cochilava em uma poltrona, a TV ligada à sua frente passavam as últimas cenas de um filme nacional. Reduzi o ritmo de meus passos até se tornarem apenas pisadas lentas e inaudíveis. Pé ante pé fui até lá e depositei um beijo de leve em seu rosto, fazia um bom tempo que eu estava dedicando minha atenção exclusivamente para a garota do apartamento do outro lado do corredor e deixado minha velha companheira carente de minhas manifestações de carinho. Fiquei ali por alguns segundos analisando seus traços, as linhas de expressão já se faziam notar... realmente o tempo é inevitável. Todos nós um dia envelhecemos.

Virei de costas e caminhei em direção a saída, mesmo eu tendo sido o mais silencioso possível ela despertou no momento em que girei a maçaneta da porta.

- Fugindo, hein?

- Ah não, que é isso...rsrsrs

- Vai dormir lá de novo? (Ela disse enquanto se levantava da poltrona)

-Hehe, estás com ciúmes dona Lúcia?

- Só tenha cuidado viu, eu quero um neto... mas não agora.

- Que é isso mãe? Tenho responsa, pow...

- É bom mesmo.

Seus lábios se curvaram em um sorriso e logo em seguida ela desapareceu no pequeno corredor que dava acesso a seu quarto.

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- Todos estão aqui?

- Nãaaao!  A Rô foi ao banheiro, mano... segura as pontas aí que vou chamar ela...

- Beleza!

David me passou minha case e caminhei em direção ao meu carro. À medida que eu me aproximava fui percebendo uma silhueta encostada no porta-malas. A ruiva abriu um sorriso amistoso quando me viu.

- E aí, Já estão indo?

- É...rs.

- Se serve de consolo, vocês foram muito bem...

- Vindo da vocalista da banda que ficou em segundo lugar... me sinto honrado, rs...

- Ah, deixa disso... esse foi o primeiro de vocês... para nós é bem o quinto ou sexto, sei lá... já foram tantos...rs

- Rs.

Fiquei de pé ao seu lado, ela me passou o cigarro que até então estava preso entre seus dedos.

- Escute William, vocês tem muito talento, só precisam amadurecer mais... beleza?

Gabe acenou de longe avisando-me que já estavam todos prontos e desapareceu. Ela deu um beijo de leve em meu rosto.

- Nos vemos por aí, Will.

Seus lábios formaram um pequeno sorriso e então ela foi embora deixando-me apenas com as lembranças da noite anterior.

Convergindo (Em Construção)Onde histórias criam vida. Descubra agora