CAPÍTULO 4 - Boyband

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Eu sou muito trouxa. Não tinha outra forma de me descrever melhor do que aquela. Era assim, um otário. Idiota. Retardado. Como um dia eu poderia pensar que trabalhar com Margot seria uma coisa muito simples e normal de se acontecer, e fácil de fazer? Era tão ingênuo, coitadinho de mim.

— Joseph, tá errado. – Ela disse batendo o pé no chão, agoniada, enquanto estávamos sentados num café e eu anotava algumas coisas num bloquinho. Como poderia estar errado se ela nem sabia do que se tratava? Levantei os olhos para ela calmamente, lhe encarando. Margot mordiscava os lábios por pura ansiedade e pulava na cadeira, inquieta.

— Você nem sabe o que eu estou fazendo. – Expliquei, calmo.

— Mas eu pressinto. – Disse batendo o pé. Revirei os olhos, voltando a anotar.

— Acho que tem um banheiro aqui, você pode fazer xixi se quiser. – Disse, bebendo um pouco do café que tinha pedido. Ela parou de se mexer por um momento.

— O que está fazendo? – Ela perguntou depois de um segundo quieta. Fechei os olhos respirando fundo, e deitei em cima da mesa.

— Você tem alguma coisa para fazer hoje à noite, Margot? – Perguntei. Ela pensou por um momento e assentiu. – Então, que tal você ir para a sua casa se arrumar e me deixar em paz para eu poder trabalhar? Falta pouco tempo para essa festa e você não me deixa fazer nada sem dar a sua dispensável opinião.

— Ah! – Grunhiu – Não seja grosso comigo. – Bufou e eu sorri para ela. Margot parecia uma criança mimada. Eu ergui a mão e puxei seu queixo para cima, lhe fazendo olhar para mim. – Eu estou nervosa. – Confessou e eu apenas assenti.

— Eu sei. Mas eu não quero ficar nervoso também. – Ela suspirou, assentindo. Tirou delicadamente minha mão do seu queixo, desviando o olhar dos meus olhos.

Desde que eu havia começado a ajudá-la, a situação "Margot e Joseph" havia melhorado consideravelmente. Não gritávamos. Não nos batíamos. Não nos matávamos. Nada. Éramos civilizados. De certo modo, eu não sabia se isso era bom ou ruim. Margot era estranha e eu gostava dela assim, mas isso não faria bem para a minha saúde. Não mesmo.

— Tudo bem, eu vou... – Disse, pegando a bolsa, antes de parar e olhar para mim. – Eu vou fazer o quê? – Perguntou ao que eu sorri e olhei no bloquinho.

— Pode confirmar com a Sun. Depois, pode ligar para Katherine e depois. se quiser continuar vendo minha cara, se encontrar comigo daqui duas horas e meia no salão, onde eu vou ver como anda a decoração.

— Ok. – Disse se levantando. Ela me olhou nos olhos mais uma vez e deu um passo a frente. Percebi que ela não sabia direito o que fazer. – É... Tchau. – Disse se aproximando e me dando um beijo na bochecha que, por sinal, quase foi mais para o lado. Ela pareceu se envergonhar e me deu as costas mais rápido que pode, sumindo das minhas vistas. Opa.

Suspirei. Auch. Quase. Tudo bem, eu não vou pensar no que acabou de acontecer, mesmo que certo frio tenha me corrido a espinha. Há tanto tempo que isso não acontecia entre mim e Margot que eu até poderia ficar nervoso. Sou um idiota. Eu sei. Ok, para Joseph de pensar nisso. E não se bata no meio da rua.

Percebi que estava paralisado durante alguns minutos olhando para o nada, quando o meu celular vibrou. O peguei e me dei de cara com uns milhões de mensagens. Como não havia me deparado com aquilo? Ah, ok. Sem piadinhas com o fato de e u estar com Margot.

Vamos lá...

Dave indi ota Sheepard. Hoje 11h32

JOSEPH TRAVIS UCKERMANNNNNNNNNNNN! Sou agora um poderoso. Ontem, saímos com a Katherine, e adivinha!

Todas Contra Ucker (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora