- Eu não acredito nisso
ele levantou imediatamente do sofá completamente nu, enquanto a garota loira continuava na mesma posição em que estava quando eu entrei.
- Kristen, eu posso explicar -veio em minha direção desesperado-
- sai de perto de mim filho da puta, eu não quero ouvir nada que você tenha a dizer -me afastei-
dei uma ultima olhada naquela cena humilhante e fui em direção a porta, abrindo a mesma e saindo logo em seguida. Andei alguns metros antes de me permitir cair no choro. Não acredito que ele pode fazer isso comigo, não acredito que fui tão babaca a ponto de acreditar nele e em todas as suas historinhas ridículas para sair de casa. Continuei andando até o bar que se localizava no mesmo quarteirão da minha casa, ao chegar lá acredito que um dos atendentes tenha estranhado meu rosto vermelho e meus olhos inchados, mas não perguntou e nem protestou quando pedi a primeira dose da bebida.
Me sentei frente ao balcão e virei a primeira dose, que desceu queimando pela garganta, então pedi a segunda, e assim até perder a consciência do que estava fazendo. Meu estômago revirava, minha visão estava embaçada e não pude segurar as lágrimas que inundaram meu rosto brutalmente. Lembro de alguém tentando me ajudar segurando-me pelo braço, mas como uma criança fazendo birra retirei-o e continuei andando e tropeçando até sair do bar. Dei alguns passos até que minhas pernas já não aguentavam mais, caí no chão e com o peso do corpo que me impediram de levantar permaneci ali, com o rosto colado sobre aquela calçada imunda. Meus olhos fechavam vagarosamente até que enxerguei uma mão branca e delicada esticada pra mim, apaguei antes de segura-la.
.....
Acordei com a luz invadindo o quarto e com pontadas na cabeça, abri os olhos lentamente e me assustei ao me encontrar naquele quarto maravilhoso, lençol, coberta, tudo feito com os melhores tecidos e esbanjando luxo. Levantei tentando me acostumar com a claridade, fui em direção a porta e sem querer no caminho passei frente ao espelho, notando estar semi nua, franzi a testa de imediato, tentando decifrar toda a situação. Olhei em todos os cantos do quarto e seja lá quem for, deixou um roupão rosa pendurado ao lado da cama, o vesti. Ainda sem entender absolutamente nada fui em direção a porta e segui descendo a escada que havia logo ao sair do quarto. Procurei em todos os cômodos, realmente não havia ninguém. Procurei nas diversas mesas com esperança de encontrar um bilhete, havia vários, mas com nomes femininos diferentes com números de telefones, dei de ombros. Sem pensar muito subi até o quarto onde dormi, vesti minha roupa suja que estava num canto, fiz um coque despojado e saí da casa. Segui.
....
- Desculpa -murmurei quando esbarrei em alguém-
Uma mulher, muito bela por sinal...me encarava de uma forma estranha, parecia já me conhecer, arqueei as sobrancelhas retribuindo o olhar fixo em seus olhos e desviei da mesma tentando ignorar aquela situação confusa, seguindo a caminhada.
- Ei. -me chama-
me virei de imediato enquanto ela vinha até mim.
- Você está bem?
- Estou, por que? -questionei confusa-
- É que -parou por 2 segundos- quer dar uma volta?
- claro.
Nada fazia sentido pra mim, resolvi aceitar. Andamos até uma praça próxima, sentei no banco enquanto ela decidiu comprar dois picolés a alguns passos dali. Abacaxi ao vinho, meu preferido. Me surpreendi ao ver tal sabor já que ao menos sabia o meu nome.
- O meu favorito. -ela fez um gesto de comemoração e eu sorri-
- Mas então, me chame de Cara. -sentou-se ao meu lado abrindo o picolé-
- Prazer, Cara! me chame de Kristen. -respondi abrindo o meu-
- Você estava bem mal ontem.
- Mal? -questionei-
- Sim, bem alterada e chorando, frente a um bar
- Robert. -murmurei suspirando-
- Quer conversar sobre isso?
Antes que eu pudesse responder me encurvei apertando a barriga, fortes pontadas e ânsia decidiram invadir meu corpo.
- Está tudo bem? -colocou a mão sobre meu ombro-
- está sim. -respirei fundo ignorando a dor-
não levou segundos para que eu colocasse pra fora todo liquido que havia em meu estomago, já que não comia há algumas horas. Cara segurou o meu cabelo, por mais estranho que pareça me senti segura, levando em consideração o fato que uma estranha estava cuidando de mim.
- vamos, vou te levar até algum hospital. -entrelaçou meu braço em seu pescoço e levantamos-
Cara me colocou no banco de trás em um táxi que ficava na beira da praça e sentou-se no banco do passageiro. Fomos até um hospital a mais ou menos 20 minutos dali, aparentemente um hospital particular, uau. Esperamos por alguns poucos minutos, diferente de um hospital público onde temos que aguardar horas sentados em um banco. Fomos até a recepção e um rapaz apenas telefonou para algum Doutor. Após trocar algumas palavras com o enfermeiro, Cara me acompanhou até a sala localizada no fim do primeiro corredor, número 29, doutor Américo. A cada médico que passava a cumprimentava como se fossem velhos conhecidos, nossa. Entramos na sala.
- Bom dia! -o doutor educadamente-
- Bom dia! -respondemos-
- sentem-se por favor. -apontou para as cadeiras frente a mesa- e então, o que acontece Kristen?
expliquei ao médico todo o ocorrido detalhadamente, então o mesmo pediu para que eu seguisse até a sala ao lado para a realização de um exame feito pelo próprio, Cara me acompanhou. Após alguns minutos aguardando o resultado, fui chamada novamente na sala.
- E então, doutor? -Cara adiantou logo que entramos n-
- Sentem-se. -pediu com um semblante completamente preocupado-
Pensei em todas as doenças possíveis, a cada segundo esperando a resposta a minha tensão aumentava.
- É algo grave? -questionei preocupada-
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THE OBSESSION
Fanfiction"Ele me traiu, ainda estou quebrada. Decidi sair de casa naquela noite, fui até o bar mais próximo no quarteirão. Pedi uma, duas, dez doses de uma bebida qualquer, sem medo de nada virei todas elas de uma só vez. Minha visão já não era nítida, meus...