Episódio Um

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O ar da noite é muito mais que gelado, mas a taberna improvisada está lotada e os gritos de heil Hitler e Sieg! ajudam as canecas de cerveja a esquentar o ambiente. O general e ministro da defesa Gerard Haiden, que veio em comboio e com três dias de folga em relação ao resto do batalhão sobe na mesa e imposta a voz, dizendo.

— Irmãos arianos. Hoje fizemos história! Com a derrota na União das Repúblicas Socialistas e o aniquilamento do comunismo, finalmente beiramos o fim da guerra. — os gritos de viva enchem o ar, enquanto o ministro da defesa enche a boca com mais um grande gole de cerveja. — Daqui alguns dias, estaremos todos em casa com nossas famílias.

A taberna está uma bagunça só, e o ministro desce da mesa e vai até um pequeno palco improvisado, onde há alguns momentos, três soldados tocavam o hino de saudação ao Führer. O taberneiro não passa por ele sem antes despejar mais uma boa dose do líquido da vitória.

— Irmãos. Contatemos nosso amado Führer. Precisamos noticiá-lo. Mostrem animação, mas façam um pouco de silêncio enquanto eu ligo essa geringonça.

Haiden estende o braço esquerdo e gira o contorno do relógio por alguns segundos. O relógio responde com sua voz mecânica, dizendo:

— Com quem deseja falar?

— Adolf Hitler.

— Por favor, coloque o dispositivo em posição enquanto estabelecemos a linha tênue.

A animação é palpável no ar quente da taberna, e o som da conexão se estabelecendo é promissor, mesmo com o tempo ruim que fazia em solo russo. Finalmente a tela é projetada na parede do fundo da taberna, e todos gritam em uníssono: HEIL HITLER. Mas o que recebem como resposta é nada mais que um olhar enigmático de Hermann Göring, Marechal do Reich e braço direito do Führer.

— Ministro Haiden. Dê-me uma notícia boa. Em nome de Deus. – diz ele.

Haiden não consegue esconder o desconserto.

— Bem... imaginávamos falar com o próprio Führer.

— O Führer está morto.

A informação cai como um manto pesado por cima da taberna. Ninguém ousa dar um pio por um espaço de tempo.

— Mo... Mo... Morto? – Gagueja Haiden.

— Não quero repetir isso, general. Estou lhe passando ordens expressas para... — O marechal se interrompe e leva a mão ao pescoço, começando a gritar. Depois de soltar sangue e espuma pela boca ele cai de cara na mesa, aparentemente morto. Ninguém entende o que está havendo, então os soldados começam a sobressaltar-se

O general Haiden toma a palavra, tendo de despender o máximo de esforço para se fazer ouvido.

— Companheiros. Acalmem-se! — e ele percebe que não vai adiantar nada. O caos instaurou-se em toda a extensão do império nazista.

***

Cinco dias depois da posse de Gerard Haiden como chanceler do Reich, ele está reunido com o resto do ministério e alguns membros do Reichsleiter na sala de reuniões do palácio. O Reichsleiter é o grupo dos homens mais influentes nomeados pelo próprio Hitler há alguns anos para manter subdivisões do Reich.

— Meus caros. Creio que sabem porque estamos aqui. O Führer, e o marechal foram mortos da mesma maneira inexplicável. Precisamos tentar entender o que é isso e quem é o responsável.

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⏰ Última atualização: Jan 11, 2018 ⏰

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O Último Inimigo Invisível do ReichOnde histórias criam vida. Descubra agora