Tudo Mudou

Hora de ir

Chegou, bendito dia 23, confesso que estou um pouco nervosa, mas espero me adaptar bem rápido na nova cidade. No meu último dia de aula foi muito difícil , sem dramas,  mas deixar minha turma e as tiazinhas legais da escola, não foram nada fácil. Havia um menino que eu gostava desde a quarta série, o lindo Ian, nunca dirigi uma palavra à ele, excesso de timidez, como ele era popular e bonitão,  achei que nunca teria chance.
      Às 14:00,  lá estava eu com minha mãe,  pegando estrada em direção à Atlanta, por mais que eu estava feliz em conhecer lugares e pessoas novas, o nervosismo falava mais alto, uma mistura de medo com ansiedade, mas esperava dar tudo certo.
     Horas mais tarde, olhei para o lado e perguntei:
     - Mãe, estamos chegando?
     - Sim, filha!
    Enfim,  chegamos na cidade. Observamos em volta e pronto, eu estava adorando aquilo tudo, que lugar incrível. Estamos à caminho da casa dos pais do meu padrasto,  pois passaremos a noite lá e amanhã (sábado), estaremos em nossa própria casa. Chegamos, graças a Deus,  admito que eu não aguentava mais ficar no carro. Cansada da viagem,  jantei e fui direto pra cama.
     Acordei, tomei meu delicioso café com bolo confeitado, hmmm puro açúcar logo de manhã,  mas todos sabem que eu tenho um GRANDE fetiche por bolos, um amor fora do normal.
    Vamos lá, minhas coisas já estavam arrumadas,  só faltava ir para a casa nova. Após o café,  nos despedimos do pessoal e fomos. Cheguei na casa nova e logo de cara,  enlouqueci. Nada mau, para quem estava aos prantos, não querendo se mudar. Meu quarto fica no segundo andar, têm as paredes brancas,  sendo uma na cor azul bebê, penteadeira,  prateleiras, bancada e cama. Fiquei feliz por ter um banheiro no quarto acoplado à um closet,  por mais que eu tenha medo de cantinhos em quarto - risos.
    Na segunda-feira às 06:15,  lá estava eu, pronta e ansiosa para o primeiro dia de aula na escola nova. Cabelo preso, de óculos, calça de tecido preta,  blusa de frio azul e minha mochila xadrez de cor vermelha, minha mãe me achava linda de qualquer jeito, por mais que ela quisesse dar um tapa no meu visual, mas eu estava ótima assim.
    Cheguei na escola e todos reparavam na "novata esquisita", minha turma é dividida em grupos,  sendo eles: nerds, bagunceiros, góticos, fofoqueiros e ah, os populares,  me vejo em uma situação no qual não sei aonde me enfiar, mas para a minha alegria,  vejo uma menina sentada no canto de trancinhas que aparentava ser a mais "normal". Me sentei ao lado dela, logo me cumprimentado.
   - Prazer Lisa Morgan!
   - O prazer é meu,  Lisa. Me chamo Sam, Sam Hill.
    Conversas vai,  conversas vêm, Sam se tornou de imediato, minha melhor amiga. No intervalo, obviamente passamos juntas, ela me contou sobre sua vida e disse que perdeu os seus pais recentemente em um acidente de carro "por mais que seja dolorido perder as pessoas que amamos, temos que seguir em frente de um jeito ou outro"  vindo morar com sua tia. Olhei pra ela e disse:
    - Que lanche maravilhoso!
    - Sim, essa escola é o máximo.
    - Quem são aquelas pessoas olhando para nós e rindo?
    - Ah...
    - O que foi?
    - Os populares. É a turminha patética da Ashley White e aquele ao lado dela é o seu namorado, Ben.
    - Hum. Ela é bonita, ruiva,  olhos claros, vestida com uma saia curta rosa, blusa de manga e uma bela bolsa de marca.
    - Bonita, mas não deixe ela cismar com você.
    No pátio da escola,  tenho aquele "ar de alguém me olhando", olho em  volta e vejo um cara gato, pele clara, cabelo preto com um corte baixo, um sorriso encantador, boca carnuda e vermelha, aqueles olhos me olhando intensamente. Logo pergunto:
    - Sam,  quem é ele? - sussurrei
    - Quem? 
    - Aquele ali, ao lado do bebedouro,  sentado no banco!
    - Ele é o ex namorado da Ashley...
    - Ah, ta.
    Logo estranhei, um menino gato olhando pra mim, deve ter me achado engraçada. - bateu o sinal
    - Vamos pra casa!
    - Até amanhã.
    - Até.
     Deitada, peguei meu celular e adivinha? Uma mensagem anônima.