O Melhor Amigo do Meu Irmão

Capítulo 01

Desde pequena eu sonhava em encontrar um príncipe encantado, igual na maioria dos filmes da Disney. Mas não foi bem assim. Quando cresci, eu tive o terrível desprazer de passar pela puberdade, e pude compreender melhor o mundo dos garotos. E tudo que eu sei é que são todos uns babacas imbecis que só querem aproveitar das meninas como se elas fossem objeto.

Digo isso por experiência própria. Há dois anos atrás quando eu tinha quinze anos, eu conheci o Mason, o meu primeiro namorado. Ele era gentil, carinhoso e amoroso comigo. Tínhamos uma relação muito aberta e romântica, e isso me deixava cada vez mais apaixonada. Mason era com certeza o meu príncipe encantado. Bom, foi pelo menos o que eu achei. 

No dia do baile que iria acontecer na escola, eu me arrumei toda especialmente para Mason. Passei horas no salão pra fazer o cabelo e as unhas. Coloquei um vestido que havia comprado pensando nele. Eu estava linda. E estava tudo certo, ele veio me buscar em casa normalmente e... até que chegou a hora do baile. Mason disse que iria pegar uma bebida e percebi que ele estava demorando, e na hora que eu resolvi procura-lo, duas garotas chegaram e me disseram que ele estava me esperando no vestiário masculino e toda feliz eu fui pra lá. E esse foi o meu pior pesadelo, quando eu cheguei peguei Mason e a minha melhor amiga semi nus se beijando feito loucos. O meu coração se quebrou em mil pedacinhos. Nunca mais me apaixonei por ninguém.

Todos os garotos que se aproximavam de mim, eu dispensava. Não quero relacionamento de jeito nenhum, não quero sofrer nunca mais. Aquela história com Mason pra mim já bastou. Eu o amava com todas as minhas forças, eu esperava tudo dele menos uma traição. Por fim conclui que todos garotos são uns canalhas, digo isso por que minha escola está cheio deles. Principalmente Christian Parker, o mais popular e galinha da escola. Odeio aquele idiota e pra piorar a minha situação ele é o melhor amigo do meu irmão e frequenta a minha casa com frequência.  Já não basta olhar pra quela cara todos os dias na escola e também tenho que ver na minha própria casa.

Bom, e mais um dia aqui estou eu, acordando cedo pra ir a escola. Levanto-me parecendo um zumbi e vou pro banheiro tomar um banho frio para despertar. Ao terminar coloco uma calça jeans e uma camiseta simples. Penteio meus cabelos  castanhos que vão até no meio das costas e passo um batom fraco nos meus lábios grossos. Quando termino de me arrumar desço para tomar café da manhã. 

Ao chegar lá em baixo, me deparo com Christian sentado na mesa comendo e rindo com minha família, de imediato fecho a cara e sento ignorando sua presença. Pego pão de queijo, café e começo a comer olhando pra toalha da mesa.

Christian é até bonito.... Na verdade ele é lindo. Seus cabelos são negros destacando sua pele branca. Seus lábios são grossos e avermelhado, seu maxilar é definido e o corpo é atlético. Porém, ele é uma sem vergonha safado que não pensa em ninguém a não ser a si mesmo.

- Nem fala bom dia né Maggie, cade a educação que eu te dei? - minha mãe começa a resmungar.

Reviro os olhos.

- Bom dia. - murmuro secamente.

Ela bufa pra mim e se levanta com meu pai para irem trabalhar. Só fica eu, Christian e meu irmão Josh. 

- Vou lá em cima pegar minha mochila. - Josh avisa a pouco minutos depois que meus pais saíram. 

Ótimo, só vai ficar eu e esse imbecil aqui.

- Uma manhã tão bela como essa, por que está tão de mal humor? - ele pergunta com uma ponta de ironia em sua palavras.

- Por que você está aqui. - respondo ríspida. 

Ele da uma risadinha idiota. Argh quero socar a cara dele!

- Você é uma imatura. - resmunga.

- Ah, eu sou a imatura aqui? - rebato com desdém.

Não acredito que ele me chamou de imatura. Eu não sou imatura, ele é que é. Christian não passa de um mimado que vive bem pelas custas dos pais. Adora gastar com coisas desnecessárias e acha que o mundo vive em torno dele. Sinceramente, não acho que eu sou a imatura aqui.

- É, você mesmo. Por que não para de agir feito uma criança? Você me odeia sem motivo algum.

- Eu tenho os meus motivos!

- Aé, e quais são eles? - levanta as sobrancelhas e deixa a xícara na mesa.

- Começando por você ser um babaca idiota sem noção.

- Babaca? Ah... - ri com deboche. - Qual é? Você pensa tudo isso de mim, mas sei que você só quer se fazer de difícil pra pagar de boa moça, e também sei que você é louca por mim, só não admite. - um sorrisinho se forma em seus lábios.

- Você só pode estar louco garoto! Acho que tem um parafuso a menos nessa sua cabeça. Eu te odeio. - me levanto e pego minha mochila logo atrás de mim. Estou prestes a sair quando sou segurada pelo braço.

- É  só admitir que eu te dou uma chance pra você provar de mim. - ele sussurra no meu ouvido.

- Babaca. - rosno e puxo o meu braço pra poder sair.

Esse garoto só pode ter demência. Ele acha mesmo que sou uma daquelas vadias que ele costuma a pegar. Argh que ódio! 

Saio pisando firme em direção a porta mas escuto Josh me chamar da escada.

- Você não ia com a gente? - perguntou quase gritando de longe.

- Não vou mais! - respondo sem olhar pra trás e bato a porta com força.

Vou pra escola a pé mesmo, não dependo de ninguém pra nada. Tento ser o mais possível ser independente, acho que assim no futuro eu vou alcançar as coisas por méritos próprios. Quero terminar esse meu ultimo ano na escola e fazer faculdade bem longe daqui, quero me formar e ser uma pessoa totalmente independente. Vou morar sozinha com um monte de cachorro e ser feliz.

Chego na escola em poucos minutos, tenho sorte por ser aqui perto. Caminho pelos corredores até chegar na minha sala, e logo vejo Marie minha única e melhor amiga. Somos parecidas demais na personalidade, a diferença é que ela tem um namorado e não tem as mesmas paranoias que eu sobre os garotos.

- Deixa eu adivinhar, pra você estar com essa cara com certeza você discutiu com Christian... acertei? - pergunta quando chego na porta.

- É... acertou. - reviro os olhos e dou um longo suspiro.

- Sabia! Acho que um dia vocês ainda vão se casar. - diz caminhando atrás de mim.

- Deus é mais na minha vida!

Ela ri.

Sento-me na cadeira e em poucos minutos a professora entra. O restante das aulas foram normais, como sempre prestei  atenção e fiz todas as atividades. Tenho que estudar muito se eu quiser entrar em uma boa universidade, eu preciso!