CAPÍTULO 10

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      O senhor Park tinha me contado toda a história, desde o dia em que ele conheceu a mãe do Jimin ao dia em que ela morreu. Pelo que pude perceber, ele amava ela de verdade, mas ela nunca o amou, pois ela amava o meu pai. Mesmo sabendo que Kyung Mi não o amaria, o pai do Jimin continuou amando ela até depois de sua morte.

      Eu e Jimin estávamos no carro agora, voltando para minha casa. A ideia era conversar com a família do meu noivo e pedir para que eles cancelassem o casamento. Talvez não funcionasse mas não custava nada tentar. Ficamos em silêncio o percurso inteiro, quando chegamos a frente de minha casa, Jimin estava suando, parecia uma laranja sendo espremida.

      — O que houve? — Perguntei.

      — Nada, nada. Eu só... — Ele parecia pensar — Não foi nada.

      — Tudo bem. — Abri a porta do carro e coloquei uma perna para fora mas ele segurou meu pulso.

      — Espere!

      — Sim? — O olhei.

      — Tem algo que preciso contar pra você. — Ele passou a mão em seu rosto tirando o suor.

      Jimin não estava normal, ele parecia com medo, apavorado. Como se o que ele fosse perguntar fosse uma bomba relógio pronta para explodir. Ele virou seu corpo para ficar de frente para mim.

      — Eu sabia. — Começou — Eu sabia que você teria que casar com ele.

      — C-Como assim?

      — Eu estava lá Sayumi, nós dois sempre íamos visitar você. — Ele puxou o ar — Eu e o outro garoto, você não lembra mas, eu lembro, e ele também.

      — J-Jimin? — As lágrimas estavam vindo.

      — Eu, eu parei de visitar você porque... — O Interrompi.

      — Você sabia quem eu era desde o início? Desde que nos batemos na rua.

      — Sim, mas foi coincidência, Sayumi.

      — Você sabia desde o nosso primeiro beijo que eu teria que me casar com outro, você sabia que eu iria sofrer Jimin, e você simplesmente não me disse nada! — Gritei com ele.

       — Eu tive medo, tive medo de que você quisesse ficar com ele, se põe no meu lugar. — Ele bateu suas mãos no volante.

      — Eu estou me pondo no seu lugar! — Continuei com o tom alto — E a verdade sempre é a melhor escolha! Eu achei que pudesse confiar em você,  Jimin.

      — E você pode. — Ele segurou minha mão.

      O que eu estava sentindo era ainda pior do que eu sentia antes, Jimin mentiu pra mim, eu confiava nele, minha vontade agora era de gritar com ele o mais alto que eu pudesse e bater nele o mais forte que eu conseguisse. Eu queria sumir, evaporar do mundo. Mas tudo que eu consegui a pensar era na minha mãe doente e a dívida que meu pai iria contrair se quebrasse o acordo.

      — Não, não posso. — Limpei minhas lágrimas — Nunca dissemos um para o outro, mas, eu gosto de você de verdade.

      Seus olhos foram focados em mim e eu olhava para o chão do carro, meu coração estava ali, no chão, despedaçado e amarrotado com todas aquelas mentiras sujas que as pessoas insistiam em fazer aparecer dos lugares mais improváveis.

      — Sayumi... — Ele colocou as mãos em meu rosto e sorriu — Você disse que gosta de mim.

      — Sim Jimin, eu gosto... — Revirei os olhos e segurei as lágrimas.

      — Me desculpa, podemos fazer algo e... podemos ficar juntos, eu quero estar com você. — Ele parecia animado. — Só... Me desculpa.

      Ia me doer, ia doer de verdade lá no fundo do meu coração que nem era mais meu, era totalmente dele, mas eu tinha que fazer ele se afastar.

      — Não posso desculpar você. — Tirei suas mãos de meu rosto e limpei as lágrimas — Você não pede desculpas, lembra?

      Desci do carro antes que ele pudesse me parar, o deixando sozinho ali, corri para casa, as lágrimas continuavam a escorrer no meu rosto. Entrei em casa e fechei a porta, me encostei nela e fui descendo com as costas na madeira até chegar ao chão.

      — Sayumi? — Meu pai chama vindo até mim — Foi ele não foi? Eu disse que ele...

      — Não diga nada por favor. — Pedi.

      — Tudo bem. — Ele me abraça.

      Eu sabia o que teria que fazer, e por mais que me doesse, era o certo a se fazer. Limpei minhas lágrimas mesmo que elas não paracem de cair.

      — Tenho um jantar para ir. — Falei.

      Meu pai sorriu.

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