O Príncipe Suicida

Talvez seja amor

A chuva que caía sem piedade, e a enxurrada estava com uma força torrencial, mas parecia não atingir os dois jovens que saltavam pelo meio da rua. Rodopiavam e corriam como crianças, gargalhando.
- Eu quero lembrar desse dia o resto da vida! -Luna gritava, não só pelo fato do barulho da chuva estar muito forte, mas para ser ouvida por Thiago e por quem tivesse ouvidos.
- Vêm, vamos dançar como naquele filme.
O garoto a puxou pela cintura e os dois dançavam na chuva, nunca se sentiram tão leves, mesmo com o peso das roupas encharcadas, pareciam flutuar. Ele a guiava pelas ruas, eles iam seguindo até a casa dela. Chegando ao portão, ele a beijou. Ambos ficaram surpresos, afinal, era o primeiro deles. Os corações disparados, e mesmo com o corpo resfriado pela chuva, debaixo daquela marquise o rosto deles ardiam.
-Primeiro de Janeiro de 2014 - disse Thiago - Eu acho que amo você.
Ele sorriu tímido.
- Eu também acho que te amo. E acho que vou levar um sermão se minha mãe ver a gente assim, ensopado. Vamos entrar agora?
- Aah Luna! Está agradável aqui fora!
- Você está parecendo um frango, e está tremendo de frio - disse ela rindo do garoto, puxando ele pra dentro.
Sem acreditar no primeiro beijo, que aconteceu tão espontâneo, Thiago era seu amigo à dois anos, sempre gostaram um do outro mais que amigos, mas por timidez nunca tiveram nada além de amizade. Estava feliz, finalmente tudo estava certo na sua vida, no momento tudo se encaixava, Luna nunca se sentiu tão bem até aquele dia. Ela, com certeza queria lembrar disso o resto da vida.
"Eu não quero que chegue amanhã..." pensava ela, sentia que dias como aquele não iriam mais se repetir.