Hopeless | Park Jimin

❝ One ❞

Seul, 11 de fevereiro de 2017.

-AH NÃO! –Yuka, minha melhor amiga, como sempre fazendo escândalo, gritou no meio do pátio da escola. –Esse filme vai sair de cartaz, Yumi. Por favor.

-Já disse que não posso, ela é uma amiga da família e nos convidou pessoalmente para o recital. Foi mal. –Ela revirou os olhos.

Ok, eu sei que faz tempo que não saio com a Yuka e, na verdade, eu nem quero ir a uma apresentação de música, mas meus pais parecem tão animados, não quero deixá-los na mão. Acabou que depois da décima vez explicando isso, Yuka fingiu entender e mudou o assunto.

-Você viu o garoto novo? Nossa, finalmente entrou alguém aceitável nessa escola. – Ela aponta para o garoto, que percebe.

-Ótimo, mais um que te acha maluca. – Brinco e recebo um belo tapa na cara. –Ei!

-Quem é o Chung Ho para falar alguma coisa? Ele foi o pior namorado que eu já tive. –Ela disse em tom de protesto e continuou a comentar do ex relacionamento, e assim foi o resto do intervalo da caminhada para casa.

Abri a porta e dei de cara com a minha mãe, inquieta com o zíper de um belo vestido azul que ia até seus joelhos.

-Filha, que bom, me ajude com essa porcaria de zíper, está emperrado e eu ainda tenho cabelo e maquiagem para fazer. –Ela se virou, ficando de costas para mim.

-Prontinho. –Subi o zíper- Agora vou me arrumar, ok?

-Ok! –Ouvi sua resposta enquanto subia as escadas.

Cheguei e arremessei minha mochila na cama, logo antes de me jogar nesta. Meu quarto era pequeno, com alguns móveis brancos e uma parede azul piscina coberta de fotos, bem simples, mas aconchegante. Enrolei um pouco ali e decidi ir me arrumar; após um banho rápido, me espremi em um vestido rosè curtinho e vesti minhas sapatilhas. Completei com um leve delineado, um gloss e me sentei no sofá para esperar por meu pai.

-Três entradas, por favor. –Ouvi minha mãe pedir enquanto observava o lugar.

Era um grande teatro, todo branco com pilares de mármore, diria que custou um rim, mas tenho certeza de que foi mais. Todo esse luxo me deixou desconfortável, já vi que a noite se resumiria em um bando de gente egocêntrica, tô só esperando que passe logo.

-Por aqui. –Meu pai apontou para os nossos assentos, onde me acomodei.

A apresentação estava até que boa, os músicos eram muito talentosos, nada estava me incomodando, exceto por uma pessoa atrás de mim que não parava de chutar o meu banco. Tentei ignorar, mas à medida que foi se repetindo, desisti.

-Será que o Senhor poderia parar de chutar a minha cadeira, por favor? –Disse me virando e logo me arrependi, bem ali atrás, chutando a minha cadeira, estava um garoto de cabelos alaranjados apaixonante.

Ele se desculpou e logo sorriu, ao perceber que eu o admirava.

-Park Jimin. –Ele estendeu sua mão, sorrindo.

-Mae Ayumi. –O cumprimentei, devolvendo o sorriso, e me virando novamente.

Passei o resto da apresentação relembrando os detalhes desse tal de Park Jimin. Eu não sei o que, mas alguma coisa nele me chamou muita atenção. Só que por mais intrigada eu estivesse, resolvi deixar para lá, já que eu nunca mais o veria a partir daquele dia.