A Semana de Arte Moderna (ou Semana de 22) ocorreu no Teatro Municipal de São Paulo, entre os dias 11 e 18 de fevereiro de 1922. O maior manifesto na literatura brasileira trouxe em cada dia da semana um aspecto cultural: Pintura, escultura, poesia, literatura e musica, marcando assim o início do modernismo no Brasil e tornando-se referência cultural do século XX.
A Semana de Arte Moderna representou uma verdadeira renovação na linguagem, na busca de experimentação, na liberdade criadora da ruptura com o passado e até corporal, pois foi através desse movimento que a arte passou do período da vanguarda para o modernismo. O evento marcou época ao apresentar novas ideias e conceitos artísticos, como a poesia através da declamação, que antes era só escrita; a música por meio de concertos, que antes só havia cantores sem acompanhamento de orquestras sinfônicas; e a arte plastica exibida em telas, e maquetes de arquitetura, com desenhos arrojados e modernos. Seu objetivo era justamente esse, renovar o ambiente artístico e cultural da cidade com "a perfeita demonstração do que há em nosso meio em escultura, arquitetura, música e literatura sob o ponto de vista rigorosamente atual", como informava o , órgão do partido governista paulista, em 29 de janeiro de 1922.
Muitos idealizadores do evento eram quatrocentões. Dentre esses, participaram da Semana nomes consagrados do modernismo brasileiro, como Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Victor Brecheret, Plíndio Salgado, Anita Malfatti, Menotti Del Picchia, Guilherme de Almeida, Sérgio Miller, Heitor Villa-Lobos, Tácito de Almeida, Di Cavalcanti entre outros. O intelectual Rubens Borba de Moraes, um dos organizadores, por estar doente acabou não participando. Na ocasião da Semana de Arte Moderna, Tarsila do Amaral, considerada um dos grandes pilares do modernismo brasileiro, se encontrava em Paris e, por esse motivo, também não participou do evento.
A Semana de Arte moderna ocorreu em uma época cheia de turbulências políticas, sociais, econômicas e culturais. As novas estéticas surgiam e o mundo se espantava com as novas linguagens desprovidas de regras. Alvo de críticas e em parte ignorada, esse grande evento não foi bem entendido em sua época pois,encaixa-se no contexto da República Velha (1889-1930), controlada pelas oligarquias cafeeiras - as famílias quatrocentonas - e pela política do café com leite (1898-1930), outro exemplo era o crescimento do capitalismo no Brasil, consolidando a república e a elite paulista, esta totalmente influenciada pelos padrões estéticos europeus mais tradicionais. Todo esse contexto contribuiu para duras críticas a essa nova etapa que a literatura brasileira tentava alcançar.
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A Menina Que Ama Ler
Não FicçãoBom, eu tenho várias idéias de livros, mas este não é como aqueles de histórias, este é diferente.